Comunicação Interna

INTRODUÇÃO:

Conforme a Administração foi se desenvolvendo, a disseminação e a troca de dados e informações foram ganhando em intensidade. Ao longo do tempo os processos, bens, serviços e tarefas mais complexos exigiram um nível maior de informação. E, portanto, exigiram também formas de COMUNICAÇÃO de maior eficácia e precisão. Estudos recentes demonstram como as empresas têm percebido a exata noção da importância da COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL, entendida como método de relacionamento e interação com o público externo e interno da organização.   

Devido à extensão do assunto, abordagens distintas transformaram seu entendimento e ampliaram a literatura sobre o tema. Os autores fracionaram o tema em partes menores que colocam em evidência como a COMUNICAÇÃO se desdobrou dentro das organizações.

ENTENDENDO A COMUNICAÇÃO INTERNA

Pela sua complexidade, a COMUNICAÇÃO INTERNA passou a ser estudada em separado do conceito de COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL.

A COMUNICAÇÃO INTERNA é presente em qualquer organização com o seu objetivo básico, tradicional e restrito de informar funcionários sobre assuntos de caráter geral, normas, procedimentos e as suas alterações. Uma atividade insípida, pouco criativa e mecanicista visando só a eficiência e eficácia.

Atualmente a COMUNICAÇÃO INTERNA é entendida como as ações para o ENVOLVIMENTO dos colaboradores com a organização através dos seus canais de COMUNICAÇÃO. Desta maneira, a interação ocorre entre a empresa e os funcionários (o PÚBLICO INTERNO) refinando as relações do ambiente profissional, contribuído para a produtividade e melhores resultados.

Além do ENVOLVIMENTO dos colaboradores, a COMUNICAÇÃO INTERNA divulga diversas MENSAGENS por dentro da organização encorajando a participação de todos, a troca informações assimilando conhecimentos e experiências seguindo…

●… o sentido descendente (vertical, da diretoria para os níveis inferiores).

●… o sentido ascendente (vertical, dos níveis inferiores para a diretoria).

●… o sentido horizontal (entre colaboradores do mesmo nível).

Desta forma, ela se torna um processo essencial no alinhamento com a CULTURA ORGANIZACIONAL, MISSÃO, VISÃO e VALORES, no compartilhamento de informações, alinhamento com os objetivos, trabalhos, estratégias, projetos futuros, nível de competitividade, crescimento etc. Portanto, COMUNICAÇÃO INTERNA precisa ser bem planejada, ter GESTÃO com visão aberta e integrada contribuindo na construção da identidade e imagem da empresa.

A EVOLUÇÃO DA COMUNICAÇÃO INTERNA

1 – Até a década de 1970 as estruturas das empresas tinham muitos níveis sem flexibilidade, com processos improdutivos, difíceis de administrar e de COMUNICAÇÃO padronizada e lenta. Havia apenas uma relação entre o processo de COMUNICAÇÃO e a eficiência necessária para a empresa. 

2 – A partir do início dos anos 90 o modelo tradicional é substituído aos poucos por uma COMUNICAÇÃO mais ágil que vai além de CIRCULARES INTERNAS, AVISOS e MURAIS.

O uso de novas tecnologias abre outras perspectivas na maneira como as informações circulam na estrutura da empresa. A COMUNICAÇÃO se torna um processo orgânico e dinâmico.

3 – Mas, talvez o fator mais importante nas mudanças da COMUNICAÇÃO INTERNA recaia sobre o novo perfil, comportamentos e objetivos das gerações que chegaram ao mercado de trabalho.

A GERAÇÃO Y, também conhecida como MILLENNIALS, tem suas preocupações voltadas para o bem-estar e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Vieram em substituição aos WORKAHOLICS e YUPPIES da década de 1980.

Para maioria dos MILLENNIALS (nascidos entre 1980 e o começo dos anos 2000) se sentir bem num emprego, conviver bem com os colegas e com a empresa se tornou mais importante do que a luta frenética por promoções, cargos, posições de destaque e benefícios. E a COMUNICAÇÃO INTERNA também teve que seguir a tendência diante de colaboradores que resolvem problemas, tiram dúvidas, acessam qualquer tipo de informação e gostam da COMUNICAÇÃO a um clique dos dedos.

A interação nas relações de trabalho virtuais fez a COMUNICAÇÃO INTERNA usar ENDOMARKETING, INTRANET, INTERNET, FACEBOOK, WHATSAPP, TWITTER, rede social,  aplicativos e outras ferramentas e vocabulário que esta geração é habituada a usar. O ENDOMARKETING surgiu com a finalidade de induzir às pessoas para a cooperação e “INCORPORAR” a organização. Ou seja, são campanhas internas para o ENGAJAMENTO de todos os componentes para um objetivo comum.

4 – Outras mudanças significativas ocorreram na evolução da COMUNICAÇÃO INTERNA. As organizações modificaram a CULTURA ORGANIZACIONAL atuando com GESTÃO PARTICIPATIVA e motivadora dando abertura às informações de forma interativa, inclusiva, transparente e democrática. Ao mesmo tempo teve importância a mudança de mentalidade com atitudes seguindo princípios éticos, respeitando diferenças individuais e diferenças culturais.

A  IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO INTERNA

TROCAS: por meio da COMUNICAÇÃO INTERNA é possível trocar informações e orientações sobre tarefas, andamento de projetos e suas finalidades. São fatos relevantes com credibilidade e que contribuem para agregar qualidade aos colaboradores com menor nível de erros, retrabalhos e menor desgaste sobre o clima organizacional.

MULTIPLICADORES: a COMUNICAÇÃO correta aproxima colaboradores aos objetivos da empresa.

Eles podem se transformar em multiplicadores através de CANAIS DIRETOS disseminando conhecimentos entre departamentos e unidades. Assim, o fluxo de informações não tem muitos intermediários, que em geral contribuem para RUÍDOS, perda de significado e alterações nas mensagens.

TREINAMENTO: outro aspecto da importância da COMUNICAÇÃO INTERNA são os WORKSHOPS, cursos e treinamentos para o público interno ampliar a criação de ideias e promover a construção de relacionamentos. Sendo assim, a COMUNICAÇÃO INTERNA não é mais apenas uma  tarefa para a informação. Ela se torna instrumento para capacitar, qualificar e reciclar o CAPITAL HUMANO dentro de uma linguagem comum e de comportamento homogêneo.

“Só há uma coisa pior que formar colaboradores e eles partirem… É não os formar e eles permanecerem.” HENRY FORD.

O GESTOR DA COMUNICAÇÃO INTERNA

O profissional que atua nesta área enfrenta sérios obstáculos. A TAREFA é desafiadora e o problema mais complexo é mudar a CULTURA ORGANIZACIONAL para mostrar o valor da COMUNICAÇÃO INTERNA aos dirigentes, que se preocupam mais com o custo e investimentos do que com os benefícios.E a experiência mostra que um dos argumentos mais fortes é a falta de métodos para medir resultados imediatos como se faz na área financeira.

A maioria dos dirigentes não tem a percepção em relação ao peso da COMUNICAÇÃO INTERNA por confiar em antigas receitas.

Eles não perceberam que elas já não causam mais o mesmo efeito. A tendência moderna aponta para o uso dos meios digitais, TV Corporativa ou outras formas que possam construir a imagem de modernidade para o público interno. Mesmo que a direção da empresa aposte em investimentos direcionados para a COMUNICAÇÃO INTERNA, outra questão se apresenta como um grande desafio: é preciso selecionar profissionais com perfil de LIDERANÇA e capacitação para participarem deste trabalho sucessivo, contínuo, para se tornarem verdadeiros elementos positivos e agentes da comunicação.

O LÍDER garante a qualidade de COMUNICAÇÃO para que os funcionários atuem de forma padronizada. A finalidade é seguir valores, crenças eobjetivos (gerais e específicos) de diversos setores agregando valor aos bens/serviços. Na maioria das vezes, esses LÍDERES não precisam ocupar necessariamente cargos executivos ou intermediários. O importante será a sua ascendência sobre o GRUPO. A COMUNICAÇÃO INTERNA terá maiores possibilidades de sucesso quando um LÍDER faz os colaboradores compreenderem e interpretarem as mensagens de forma clara, precisa e concisa. É assim que acontece a formação da comunicação eficaz e permanente no ambiente de trabalho.

NA CONTRA MÃO

Qualquer ação de uma empresa, independente do seu porte, está fundamentada em uma COMUNICAÇÃO feita dentro da maior precisão possível. No momento em que ela apresenta falhas, as perdas são inúmeras

Por mais que isto seja visível, na maioria das organizações a COMUNICAÇÃO INTERNA não recebe a devida atenção por questões culturais e falta de coragem para democratizar a informação e o conhecimento.

Na maioria dos casos, falta percepção por parte da diretoria e mesmo das outras áreas da empresa. Os departamentos são similares aos FEUDOS da IDADE MÉDIA: trancados, sem sinergia e inacessíveis. Em empresas desatualizadas a COMUNICAÇÃO INTERNA mal trabalhada traz um perfil RANÇOSO de tarefa burocrática, num sentido descendente que desestimula a participação. A QUALIDADE fica comprometida, a insegurança sobre o trabalho aumenta, cresce a desmotivação, o clima organizacional fica prejudicado, falta engajamento e, geralmente, há prejuízos em função dos retrabalhos.

Outro “detalhe” mostra a falta percepção por parte da DIRETORIA. O resultado da COMUNICAÇÃO INTERNA se reflete externamente junto aos públicos de interesse.

Tudo o que é feito poderá prejudicar ou favorecer a IMAGEM CORPORATIVA, o conceito dos produtos e serviços oferecidos e as relações comclientes, consumidores e comunidade.

A COMUNICAÇÃO INTERNA permite o conhecimento e a compreensão da CULTURA ORGANIZACIONAL. Neste aspecto, também é possível entender como se processam as relações internas e os contrates que acontecem dentro da estrutura de uma organização.

Sugestão de Leitura

NASSAR, PAULO. Comunicação Interna – A Força Das Empresas. Editora ABERJE Editorial. São Paulo, 2006.

PARENTE, CARLOS. Obrigado VAN GOGH.  Editora Peirópolis. Edição 1ª. São Paulo, 2007.

BRUM, ANALISA DE MEDEIROS.  Endomarketing de A a Z – Como alinhar o pensamento das pessoas à estratégia da empresa. Editora Integrare Editora. Edição 1ª.  São Paulo, 2010.

CARRAMENHA, BRUNO; CAPPELLANO THATIANA; MANSI, VIVIANE. Comunicação Com Empregados: A Comunicação Interna Sem Fronteiras. Editora In House. Jundiaí, 2013.

ESTRELLA CHARBELLY; BENEVIDES RICARDO; FREITAS, RICARDO FERREIRA. Por dentro da COMUNICAÇAO INTERNA: tendências, reflexões e ferramentas. Editora Champagnat. Curitiba, 2009.

CURVELLO, JOÃO JOSÉ AZEVEDO. Comunicação Interna e Cultura Organizacional.  Editora Casa das Musas. Brasília, 2012.

PIO, DIRCEU MARTINS. A força transformadora da COMUNICAÇAO INTERNA. Editor Simplíssimo. Porto Alegre, 2017.

CARVALHO, GUMAE. A Comunicação Interna em Revista. Editora Qualitymark. Edição 1ª. Rio de Janeiro, 2016.

Deixe um comentário