Centralização em ADMINISTRAÇÃO

INTRODUÇÃO:

Durante o Século XX, quanto mais as organizações ganharam em tamanho e em complexidade, maior o nível de dificuldade para Administração encontrar alternativas 100% eficientes. Para profissionais que ocupam cargos no topo da hierarquia, alguns temas têm representado desafios crescentes:

1 – Tomar decisões: sempre uma questão difícil e imprecisa. 

2 – Delegar tarefas: definindo as responsabilidades e o grau de autoridade.

3 – Centralizar e Descentralizar: qual a medida correta.    

Em relação ao último tema mencionado, dificilmente há um consenso para fixar com total exatidão qual o grau de CENTRALIZAÇÃO e de DESCENTRALIZAÇÃO a ser estipulado. Para tanto, de fato, é preciso um bom conhecimento da CULTURA ORGANIZACIONAL, ter coerência, muita cautela, LIDERANÇA e habilidade. Ao mesmo tempo, há outros inúmeros fatores que poderão ter influência neste processo.

CENTRALIZAÇÃO – CONCEITO

Desde a formação das aldeias, tribos, clãs e Estados, a CENTRALIZAÇÃO sempre foi a tônica da ordenação social. Essa organização se fez a partir do princípio baseado num comando único, formando a estrutura LINEAR. Este formato também caracterizou a hierarquia das organizações militares e eclesiásticas.

Esta longa experiência, que até pode ser considerada como clássica ou habitual, foi trazida para a Administração.

O “PODER” foi utilizado como preceito condutor do esforço de trabalho organizado que dividiu as tarefas para alcançar o máximo de eficiência.

De acordo com boa parte da literatura sobre o assunto, a CENTRALIZAÇÃO é o PODER concentrado de maneira efetiva nas mãos de poucos indivíduos que compõem a DIRETORIA e a ALTA GERÊNCIA da empresa. Ou seja, o PODER DE DECISÃO fica com profissionais do nível hierárquico superior. Quanto menor o tamanho da empresa, menor a sua complexidade e maior a CENTRALIZAÇÃO da autoridade.

Assim, numa organização, as posições no topo do ORGANOGRAMA têm maior autoridade e as demais posições abaixo, aceitam e obedecem seguindo a sequência dos cargos.

Porém, outras opiniões salientam que a CENTRALIZAÇÃO também ocorre fora dos níveis hierárquicos superiores. Nos departamentos, os GESTORES e SUPERVISORES também podem CENTRALIZAR tarefas e concentrarem o PODER DE DECISÃO em suas mãos (mesmo sem o peso e amplitude DIRETORIA e ALTA GERÊNCIA).

OBJETIVOS DA CENTRALIZAÇÃO

A CENTRALIZAÇÃO procura tornar os centros das decisões mais “CURTOS”. Visa otimizar a TOMADA DE DECISÕES, evitando que um departamento dependa de vários centros de decisão. Desta forma, a empresa trabalha sob uma única autoridade que delibera e que garante a execução das ações. A CENTRALIZAÇÃO

…permite a visão do TODO da empresa integrando e padronizando atividades.

…permite ações coerentes e controle bem mais rigoroso.

…mantém a uniformidade das decisões.

…controla e coordena de pertoosrecursos para reduzir custos.

…reduz tarefas similares que serão feitas em um único lugar economizando recursos e pessoal.

O GRAU DE CENTRALIZAÇÃO  

A CENTRALIZAÇÃO deve ser racional. Contudo, os GESTORES, SUPERVISORES e EXECUTORES precisam conhecer os seus limites e compartilhar com clareza informações e processos. 

O maior obstáculo que as empresas enfrentam está em definir o grau de CENTRALIZAÇÃO ideal. Para tanto, cada organização deve considerar o seu tamanho, acompanhar as condições internas e as condições externas presentes, sua cobertura geográfica e a qualidade do seu CAPITAL HUMANO.

Há especialistas que apontam a existência de outros fatores que podem influenciar o grau de CENTRALIZAÇÃO: a forma como o PODER foi distribuído na estrutura organizacional, a formalização ditada pela CULTURA ORGANIZACIONAL, o nível dos recursos e de tecnologia disponíveis e a estratégia adotada para disputar o mercado.

CENTRALIZAÇÃO – AS CONDIÇÕES  

Existem circunstâncias que, normalmente, favorecem o desenvolvimento da CENTRALIZAÇÃO. Mas, os maiores entraves, em geral, estão diretamente relacionados ao perfil dos dirigentes ou EXECUTIVOS que compõem a ALTA ADMINISTRAÇÃO:

● – Falta de confiabilidade na qualidade dos funcionários. Isto ocorre,normalmente,porque os integrantes do topo da pirâmide têm experiência ou uma formação muito melhor que os funcionários de níveis menores.

● – A estrutura da empresa é pequena e não necessita (ou não possibilita) ações descentralizadas.

● – As operações REQUEREM urgência para serem administradas com rapidez.

● – A empresa NECESSITA decisões uniformes que dependem  de um só nível hierárquico.

● – A empresa sente a insuficiência de controles rigorosos para ter maior eficiência nas suas operações.

VANTAGENS DA CENTRALIZAÇÃO

Feita de modo racional, a CENTRALIZAÇÃO prevê melhor utilização de materiais, equipamentos e recursos financeiros. Além do mais, requisita um menor número de níveis na hierarquia. Outros especialistas acrescentam:

● – Maior concentração e segurança nas informações permitindo eficiência na comunicação vertical.

● – Facilidade de controle em função de procedimentos padronizados.  

● – Simplicidade nos processos de planejamento, controle e avaliação.

● – Menor redundância.

DESVANTAGENS DA CENTRALIZAÇÃO

A experiência mostra que a CENTRALIZAÇÃO é o “SONHO DE CONSUMO” de uma parte significativa dos EXECUTIVOS e GESTORES. Principalmente porque observamos, na prática, que ela favorece a concentração do PODER nas mãos de poucos integrantes do alto nível da organização.

Cuidado: O PODER é sedutor e transforma PESSOAS.

Apesar das diversas vantagens, a CENTRALIZAÇÃO tem seu lado negativo. Portanto, se de um lado podemos verificar vantagens na CENTRALIZAÇÃO, ela também tem contrapontos que podem ser prejudiciais à empresa:

● – Talvez a maior desvantagem da CENTRALIZAÇÃO esteja no fato que quase a totalidade das tomadas de decisão está na ALTA ADMINISTRAÇÃO. Situados no topo, em geral são EXECUTIVOS longe dos fatos, da realidade e dificilmente têm maior contato com GESTORES e funcionários operacionais, diretamente envolvidos nos problemas. Esta distância gera ideias sensacionais que só dão certo na sala da DIRETORIA.

A CENTRALIZAÇÃO excessiva ocasiona…

    …distância maior de GESTORES de níveis inferiores em relação aos objetivos estratégicos.

…uma grande dependência da ALTA ADMINISTRAÇÃO.  

…a TOMADA DE DECISÃO mais demorada.

…ineficiência no uso de recursos e maior custo operacional.

…desestímulos inibindo a criatividade e o potencial do CAPITAL HUMANO.

…uma empresa monolítica (burocratizada e dura).  

…uma empresa hermética e avessa às mudanças.

…uma grande possibilidade de um sistema de COMUNICAÇÃO INTERNA ineficiente.

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