INTRODUÇÃO:
A maioria dos comentários sobre a década de 50 se refere a este período como uma era de crescimento e prosperidade que foi denominada “ANOS DOURADOS”. A TEORIA NEOCLÁSSICA se desenvolveu neste clima de pós-guerra e recuperação, tendo por características:
● O realce na prática da ADMINISTRAÇÃO pelo pragmatismo e busca de resultados concretos sem desconsiderar as bases teóricas.
● A retomada relativa (e não absoluta) das bases clássicas. A TEORIA NEOCLÁSSICA se desenvolveu com base nas antigas propostas do início do Século XX como ponto de referência.
● A ideia que qualquer ORGANIZAÇÃO existe para alcançar OBJETIVOS e PRODUZIR RESULTADOS (e não para si mesma).
● O ecletismo – embora tendo por base a TEORIA CLÁSSICA, os autores neoclássicos de valeram de quase todas as teorias administrativas anteriores.
Portanto, a TEORIA CLÁSSICA estabeleceu que a ADMINISTRAÇÃO deve orientar, dirigir e controlar as ações de um grupo de pessoas, em um esforço comum, visando alcançar OBJETIVOS e RESULTADOS com o menor custo possível e com a menor utilização de recursos e de esforços.
A ORGANIZAÇÃO
Uma das decorrências mais interessantes a TEORIA CLÁSSICA refere-se aos tipos (ou princípios básicos) da ORGANIZAÇÃO, um sistema social com OBJETIVOS a serem alcançados racionalmente e que dão forma às empresas. Outros conceitos afirmam que uma ORGANIZAÇÃO é um conjunto de posições funcionais e hierárquicas voltadas para o OBJETIVO econômico de produzir produtos/serviços.
1 – O RACIONALISMO DA ORGANIZAÇÃO FORMAL
O racionalismo é uma das peculiaridades da ORGANIZAÇÃO FORMAL em que a HIERARQUIA representa a distribuição da autoridade e da responsabilidade entre os diversos níveis da estrutura. Uma ORGANIZAÇÃO (empresas, igrejas, unidades militares, associações, clubes) é um agrupamento de encargos funcionais que seguem uma hierarquia que determina autoridade e responsabilidade, procedimentos e normas de comportamento que todos os seus componentes deverão obedecer.
A justificativa fundamental desta maneira de entender uma ORGANIZAÇÃO é que, dentro de limites admissíveis, os indivíduos participantes terão um comportamento racional, atuando racionalmente, seguindo determinadas normas lógicas.
Assim, com o intuito de atingir seus OBJETIVOS, qualquer ORGANIZAÇÃO cria uma estrutura organizacional visando minimizar seus esforços e a maximização dos seus RESULTADOS – maior lucro, ao menor custo em um padrão de qualidade considerado adequado.
Eficiência e Eficácia na ORGANIZAÇÃO: a Eficiência mostra que uma ORGANIZAÇÃO usa corretamente seus recursos. Quanto maior a produtividade no uso dos recursos, mais EFICIENTE ela será. A EFICÁCIA mostra que uma ORGANIZAÇÃO alcançou seus OBJETIVOS. Desta maneira, quanto mais alto o grau de realização dos objetivos de uma ORGANIZAÇÃO mais EFICAZ ela será.
A ORGANIZAÇÃO não é um fim, mas uma forma de permitir à empresa alcançar OBJETIVOS apropriadamente. A ORGANIZAÇÃO divide e modela o trabalho, atribui e agrupa atividades em órgãos e cargos, aloca recursos e define autoridade e responsabilidade.
2 – A ORGANIZAÇÃO LINEAR
É uma ESTRUTURA ORGANIZACIONAL em forma de pirâmide na qual os órgãos que a compõem seguem rigidamente a autoridade única, absoluta e de comando centralizado.
Considerada essencial pela TEORIA CLÁSSICA, a ORGANIZAÇÃO LINEAR na visão de FAYOL era um dos tipos mais simples de organização adequada e eficiente, pouco importando o tamanho da empresa. Sua origem vem da constituição dos antigos exércitos e da organização eclesiástica.
A denominação “LINEAR” mostra que entre o superior e os subordinados há LINHAS diretas e únicas de autoridade e de responsabilidade. A COMUNICAÇÃO entre os órgãos (ou cargos) também se processa unicamente através das LINHAS contidas no organograma.
Vantagens: a estrutura na ORGANIZAÇÃO LINEAR é muito simples e fácil de ser entendida e implantada. É estável possibilitando uma manutenção simples para o funcionamento da organização ao apresentar com clareza a delimitação das responsabilidades dos órgãos ou cargos.
Desvantagens: por ser estável há, uma tendência para que a ORGANIZAÇÃO se tornar rígida e imutável. Além do mais, existe o risco da AUTOCRACIA com a exagerada ênfase na função de chefia e comando. Segundo várias opiniões, a ORGANIZAÇÃO LINEAR torna o GESTOR um profissional GENERALISTA que não pode se especializar em nada. Por ter um comando centralizado, as linhas formais de COMUNICAÇÃO sofrem RUÍDOS e congestionamentos com o crescimento da empresa e se tornam lentas, distorcidas e sujeitas a vários intermediários.
3 – A ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL
Este modelo de ESTRUTURA ORGANIZACIONAL tem por base o PRINCÍPIO FUNCIONAL (ou PRINCÍPIO DA ESPECIALIZAÇÃO) que é amparado nas funções de cada tarefa. Ele permite que as decisões sejam descentralizadas uma vez que elas são confiadas às pessoas ou unidades da área com a responsabilidade de implementar, avaliar ou controlar os procedimentos e as metas estabelecidas.
Na ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL a autoridade é funcional ou dividida e nenhum superior tem autoridade total sobre os subordinados, mas uma autoridade parcial e relativa em função de sua especialidade. A COMUNICAÇÃO se dá por linhas diretas, sem intermediação, e as decisões são tomadas em função da especialidade não pela HIERARQUIA.
A AUTORIDADE é a do CONHECIMENTO (ou especialização). Cada subordinado se reporta a muitos superiores ao mesmo tempo. Contudo, se reporta a cada um apenas nos assuntos da especialidade de cada um.
Vantagens: permite o máximo de especialização nos diversos órgãos ou cargos e melhor supervisão técnica. A COMUNICAÇÃO é direta, ágil, rápida e com poucas distorções e há a separação entre as funções do PLANEJAMENTO e do CONTROLE das funções de EXECUÇÃO.
Desvantagens: há a perda da autoridade de comando e a subordinação múltipla pode ser tornar confusa com a tendência à concorrência entre os funcionários. Desta forma, em geral, há uma confusão quanto aos objetivos a serem alcançados, a formação de um clima de tensão e de conflitos.
4 – A ORGANIZAÇÃO STAFF-LINHA
Esta ORGANIZAÇÃO é uma mescla dos da ORGANIZAÇÃO LINEAR e da ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL que procura potencializar as VANTAGENS e minimizar as DESVANTAGENS dos dois modelos de ORGANIZAÇÃO. Na STAFF-LINHA há um órgão de apoio (o STAFF) e um órgão de execução (a LINHA) e atualmente ainda é muito utilizado na área corporativa, médica e artística.
O STAFF é um grupo de indivíduos especialistas que assessora um dirigente e são profissionais que fazem parte de grupo de trabalho de apoio. As funções principais do STAFF são as atividades especializadas que dão suporte em consultoria, assistência, monitoramento e assessoria nas áreas: jurídica, organização, processos, métodos, contabilidade, orçamentos, compras, logística, gestão e controle de qualidade, gestão de pessoas, pesquisas, informática, publicidade etc.
O STAFF assegura assessoria especializada e inovadora, mantendo o princípio da autoridade única. Os serviços prestados não precisam ser aceitos – são recomendados. O STAFF assessora, dá consultoria, sugere e presta assistência, faz recomendações, apresenta alternativas e é o responsável pelo planejamento.
LINHA: toma as decisões, cuida da execução, comanda o trabalho, é o responsável pela operação, e é o responsável pelos resultados.
CARACTERÍSTICAS DA ORGANIZAÇÃO STAFF – LINHA
● Autoridade única: os órgãos se dirigem a um único superior.
● Separação clara entre órgãos operacionais (executivos) e órgãos de apoio e suporte (assessores): essa característica apresenta apenas um superior, mas, todos os demais órgãos operacionais da empresa são assessorados pelos serviços especializados do STAFF.
● Coexistência entre linhas formais de comunicação e linhas diretas de comunicação: como a linha de comunicação entre superiores e subordinados segue uma HIERARQUIA formal.
Os profissionais de LINHA permite que os profissionais de cada área mantenham a atenção e o foco nas atividades cotidianas e na execução de atividades. Os profissionais de STAFF têm a responsabilidade em trabalhos mais específicos e especializados.
O STAFF-LINHA agrega as estruturas LINEAR e FUNCIONAL com o predomínio da primeira, emprega as linhas formais com as linhas diretas de COMUNICAÇÃO e separa os órgãos operacionais (executivos) dos órgãos de apoio (assessores) em um trabalho conjunto e coordenado.
O maior problema em uma ORGANIZAÇÃO STAFF-LINHA é referente á grande probabilidade da ocorrência de conflitos e disputa de poder entre a ASSESSORIA e os demais órgãos e departamentos da empresa (e vice-versa). Se não houver uma LIDERANÇA atuante não será mantido um equilíbrio e um bom relacionamento ente entre os integrantes do STAFF e os integrantes da LINHA.