1 – A INTEGRAÇÃO entre as ÁREAS

INTRODUÇÃO:

O termo VANTAGEM COMPETITIVA é muito presente no vocabulário corporativo em empresas de diversos portes e ramos de atividade. Contudo, para muitos executivos, significa uma IDEIA RESTRITA ao AMBIENTE EXTERNO com esforços para atrair e fidelizar clientes.

Podemos, sim, considerar como uma IDEIA RESTRITA, muito limitada. Na realidade, a construção da VANTAGEM COMPETITIVA começa em uma série de medidas no AMBIENTE INTERNO. É um esforço direcionado na EFICIÊNCIA ORGANIZACIONAL para intensificar ao máximo a exatidão das atividades através da INTEGRAÇÃO, bem feita, de todas as áreas da empresa. O esforço poderá ser valioso sem desestabilizar o AMBIENTE LABORAL produzindo ótimos resultados ao minimizar rivalidades, vaidades, competições e a falta de ÉTICA.

CONSTRUINDO A INTEGRAÇÃO ENTRE AS ÁREAS

A INTEGRAÇÃO ENTRE AS ÁREAS (ou INTEGRAÇÃO DOS SETORES) de uma empresa é a chave para a EFICIÊNCIA ORGANIZACIONAL, a maneira apropriada para obter DIFERENCIAIS e chegar a VANTAGEM COMPETITIVA

A EFICIÊNCIA ORGANIZACIONAL é obtida ao harmonizar as especializações com a DEPARTAMENTALIZAÇÃO para dividir e garantir que as atividades estejam organizadas para trazer bons resultados.

A DEPARTAMENTALIZAÇÃO controla e delimita tarefas e outras funções que possam agregar valor a empresa.

DEPARTAMENTALIZAÇÃO

É construída de acordo com o tamanho e atividade exercida pela empresa – todos os setores têm a sua importância. A DIVISÃO DE TAREFAS dá mais agilidade e produtividade aos processos porque cada funcionário é especialista na sua função.  

● O conjunto de todos os DEPARTAMENTOS é importante e a sua GESTÃO será a garantia da EFICIÊNCIA ORGANIZACIONAL e da continuidade da empresa.    

● Apesar de que cada DEPARTAMENTO tem responsabilidade por uma especialidade, eles não atuam em isolamento e sem colaboração (CO – LABORARE – trabalhar junto). Todos necessitam conhecer o processo produtivo e as tarefas do outro.

● O isolamento ou integração inadequada dos setores de uma empresa prejudica o trabalho de planejamento e as possíveis ações para alcançar a EFICIÊNCIA ORGANIZACIONAL.

● A integração entre DEPARTAMENTOS envolve a qualidade da LIDERANÇA ao unir equipes em torno de objetivos comuns, valores comuns e propósitos inspiradores.

● As PESSOAS são detentoras do talento, do CONHECIMENTO e demais aspectos do ser humano.  Por isso, integração entre áreas depende muito das PESSOAS.

SINERGIA, VISÃO SISTÊMICA E VISÃO HOLÍSTICA

Sinergia Corporativa: é a ideia do “TODO ser maior do que a soma das partes que o constituem” e entendida que o EFEITO do trabalho será bem maior do que a soma dos EFEITOS de cada um dos participantes aplicados de forma isolada.

Os colaboradores, em geral, apresentam DESMOTIVAÇÃO e muita dificuldade em executar diversas tarefas pela falta de noção sobre a finalidade do seu trabalho. Trabalham mecanicamente, fazendo por que tem que ser feito e por que o CHEFE mandou, sem informações sobre todo o processo. Assim, a empresa opera em baixa SINERGIA CORPORATIVA onde que cada DEPARTAMENTO atende somente às suas próprias demandas.

Infelizmente, esta situação muitas vezes é intencional, fruto de uma filosofia ditatorial de GESTÃO anacrônica – não há nenhum interesse em que os funcionários evoluam.

Em contrapartida, quando os colaboradores compreendem, de maneira mais abrangente, a relação do seu trabalho com outros setores a MOTIVAÇÃO é maior. Eles podem visualizar o âmbito do seu trabalho, sua importância e são aptos para responder de forma mais útil às demandas de outros departamentos.

VISÃO SISTÊMICA E VISÃO HOLÍSTICA

Estes dois métodos são úteis na GESTÃO das empresas por suas características próprias, aplicáveis de acordo com a situação de cada organização.

VISÃO SISTÊMICA: é ter a capacidade de ver um cenário por completo, o “TODO” – a visão abrangente, para poder analisar os componentes e situações que o constituem. Na área corporativa, a VISÃO SISTÊMICA da empresa considera PARTES EM FUNÇÃO DO TODO: é a visão sistemática, abrangente e pela qual há a oportunidade da compreensão dos detalhes a da maneira como cada DEPARTAMENTO se relaciona e exerce influência sobre toda a empresa.

A VISÃO SISTÊMICA tem relação com a GESTÃO POR PROCESSOS em que o objetivo é compreender os processos e atividades em detalhes, como eles interagem entre si e como aprimorá-los.

Cada DEPARTAMENTO é um componente da empresa e suas tarefas são executadas pelo CONTINGENTE HUMANO, os colaboradores. Mesmo tendo funções muito específicas, um DEPARTAMENTO necessita atuar em conjunto com outros DEPARTAMENTOS.

Outras opiniões afirmam que a VISÃO SISTÊMICA da empresa conceitua que o “TODO” deve ser considerado após a verificação das consequências de ações individuais de cada uma das partes que o compõem. Isto significa que, não existe um foco ligado exclusivamente a um DEPARTAMENTO ou SETOR (um cenário específico). A VISÃO SISTÊMICA procura diferenciar como cada processo funciona e quais as suas interligações. 

CUIDADO: a VISÃO, sendo SISTÊMICA, deve ser geral e ampla onde cada ação deve ser analisada em detalhes. Ela é fria, racional, regular, contínua, lógica e verifica as PARTES, as INTERLIGAÇÕES e a sucessão de eventos. É preciso ter em mente que todas as ações de um DEPARTAMENTO possuem inter-relações que provocam reações em outro DEPARTAMENTO e na empresa como um todo.

Pela VISÃO SISTÊMICA os funcionários têm a percepção corretada maneira como suas atividades impactam outros DEPARTAMENTOS e como se adequam na atividade da empresa. Além do mais, há a chance de exercer o talento e aperfeiçoar ou transformar tarefa analisando a relação CAUSA x EFEITO e suas consequências

Dentro da VISÃO SISTÊMICA, os GESTORES deverão acompanhar o resultado dos processos, usar sua capacidade analítica (inclusive a ANÁLISE SWOT), ter habilidade para trabalhar de forma colaborativa verificando  o que está agregando valor à empresa. 

VISÃO HOLÍSTICA: a metodologia é similar à VISÃO SISTÊMICA. HOLÍSTICA vem do grego “HOLO” que significa observar ou analisar algo ou alguma área – como um TOTAL e não em forma fragmentada ou setorizada. É a percepção do “TODO” da empresa tendo em conta que todos os setores e recursos têm importância nos resultados.

Assim, qualquer sistema depende de um todo, pois cada parte tem influência sobre sua totalidade.  O conceito é relativamente recente e cada vez mais está se ampliando no meio CORPORATIVO. Faz a análise forma integral do cenário da empresa e toma por base a ideia que somente juntos os elementos conseguem construir o “TODO”.

A VISÃO HOLÍSTICA faz com que a GESTÃO possa entender o funcionamento da empresa em sua totalidade (a VISÃO MACRO) para a TOMADA DE DECISÃO, correções de erros e organização de processos, sem distinções de setores.

Portanto, sem desmembramentos, ela não entende somente seu próprio DEPARTAMENTO e nem a empresa com DEPARTAMENTOS de forma isolada. É uma metodologia para criar um processo UNO, importante para capacitar pessoas a partir de um conjunto de áreas que agem em conjunto.

A VISÃO HOLÍSTICA se caracteriza por ter a análise macro que permite a visão mais completa da empresa, enxerga no âmbito interno e âmbito externo, faz a integração das equipes criando padrões (de trabalho, comportamentos, regras e normas internas), é uma ferramenta para o PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO e dá importância por igual a todos os setores e a todos os profissionais.

CUIDADO: a VISÃO HOLÍSTICA parte da ideia de que todas as áreas, profissionais e recursos são importantes (sem exceções). Ela permite o conhecimento total das rotinas da empresa (ao contrário da mentalidade dos GESTORES TRADICIONAIS – voltados apenas para as áreas que lhes são de interesse), agrega equipes na busca de um mesmo objetivo e as decisões podem ser mais assertivas. Contudo, haverá um árduo trabalho para quebrar velhos paradigmas e resistências de profissionais que formaram “FEUDOS” dentro da organização.

Para implantar VISÃO HOLÍSTICA, as empresas vêm dando preferência pela assessoria profissional de consultores externos. É para evitar a interferência de opositores desinteressados pelo processo de construção da INTEGRAÇÃO ENTRE AS ÁREAS. A mudança necessita envolver não somente alguns membros da alta hierarquia – necessita envolver a todos.

Sugestão de Leitura

BIRKINSHAW, JULIAN; KEN, MARK. 25 ferramentas de gestão: Um guia sobre os conceitos mais importantes ensinados nos melhores MBA’s do mundo. Editora Alta Books. Edição  1ª. São Paulo, 2020.

RIGBY, DARRELL; ELK, SARAH; BEREZ, STEVE. Ágil do Jeito Certo: Transformação sem caos. Editora ‏ Benvirá. Edição 1ª. São Paulo, 2020.

CURY, ANTÔNIO. Organização e Métodos – Uma Visão Holística. Editora ‎ Atlas. Edição 9ª. São Paulo, 2016.

GARCIA, EDILENE DE OLIVEIRA PEREIRA. Visão sistêmica da organização: conceitos, relações e eficácia operacional. Editora ‎ InterSaberes. Edição  1ª. Curitiba, 2016.

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