Terceirização – Aplicação

INTRODUÇÃO:

O modelo de atuação que uma organização emprega é o componente de maior importância. É ele que vai agir para delinear o que ela é capaz de responder  às mudanças e ameaças vindas do ambiente externo. Então, este modo de atuação, este modo de perceber os desafios ambientais vai preparar um plano de previsão de impactos, escolher decisões a serem tomadas e as colocar em prática. Assim, visando ter êxito no desempenho organizacional, a Administração vai equilibrar tarefas, estruturas, pessoas, ambientes e tecnologias.

A capacidade da empresa em poder responder com rapidez às transformações está relacionada com as ferramentas da GESTÃO DE MUDANÇAS. Uma delas, a TERCEIRIZAÇÃO, tem grande parcela de participação e responsabilidade ao possibilitar que a empresa não perca tempo com atividades secundárias (o MEIO). É muito mais  produtivo deixar para os TERCEIRIZADOS, especializados, que saibam executar um trabalho muito melhor. A partir de então, a atenção da empresa se volta só para suas atividades principais (o FIM).

No CURTO PRAZO, a TERCEIRIZAÇÃO provoca demissões, diminui a estrutura, reduz custos, burocracia e racionaliza operações. No LONGO PRAZO, a maior expectativa é que a empresa se fortaleça, se modernize ou amplie sua atuação no mercado com maior qualidade em produtos/serviços. 

Ferramenta de GESTÃO DE MUDANÇAS

ENTENDENDO O PROCESSO DE TERCERIZAÇÃO

Aplicar a TERCERIZAÇÃO é um processo que demanda um PROJETO racional e muito bem planejado, com a clara definição de objetivos. A preocupação maior está na redução de custos, tornando a empresa enxuta e mais eficiente. O seu princípio mais importante é ser coerente com a ESTRATÉGIA em uso e exige cuidados: a TERCERIZAÇÃO vai reestruturar e achatar da PIRÂMIDE ORGANIZACIONAL e, em geral, vai acarretar em demissões.

ETAPAS DO PROJETO DE TERCERIZAÇÃO

Os GESTORES  devem pesar com exatidão, de forma racional, como aplicar a TERCEIRIZAÇÃO. É preciso que a empresa repetidamente mensure sua estrutura considerando que ela é um organismo vivo. Portanto, sempre em processo de transformação.

O projeto de TERCERIZAÇÃO pode ter quatro fases distintas da mesma forma que a REENGENHARIA, DOWNSIZING e o EMPOWERMENT.

1 – MAPEAR:  esta ação faz a leitura detalhada da empresa, identifica oportunidades e faz a coleta de informações sobre o relacionando entre os processos em uso. Pelo MAPEAMENTO se verifica o tipo e a complexidade dos trabalhos, a posição na estrutura, a tecnologia envolvida, confidencialidade etc. É o levantamento das reais necessidades.

2 – PLANEJAR: analisa a viabilidade do processo (o que PODE e o que DEVE ser TERCEIRIZADO – ou seja,em que setores a TERCEIRIZAÇÃO vai trazer resultados mais positivos). Compara o custo da estrutura atual da empresa em relação ao custo da TERCEIRIZAÇÃO definindo metas e recursos.

O PLANEJAMENTO usa o resultado do MAPEAMENTO detalhando as partes envolvidas (pessoas, áreas com a eliminação de posições e simplificação da estrutura) antecipando impactos das mudanças e seus desdobramentos. Nesta etapa também se estabelece, em detalhes, os critérios técnicos e comerciais na escolha dos TERCEIRIZADOS e a previsão do custo das demissões (rescisões e implicações trabalhistas).

3 – EFETIVAR: colocar o processo em prática.

4 – MONITORAR: mensurar resultados obtidos controlando ações em comparação com o plano inicial. O GESTOR responsável também deverá analisar custos, a evolução de indicadores e os reflexos das mudanças efetuadas em outras áreas.

ATIVIDADE FIM E  ATIVIDADE MEIO

A divisão de partes de todas as tarefas entre a EMPRESA CONTRATANTE e a empresa prestadora de serviços (a EMPRESA CONTRATADA), permite o processo de DIVISÃO DO TRABALHO similar ao que ocorreu nos primórdios da CIVILIZAÇÃO e nas ideias da modena ADMINISTRAÇÃO.

ATIVIDADE MEIO: as atividades “MEIO”, as que não são da finalidade da CONTRATANTE, passariam a ser feitas por TERCEIRIZADOS para que o CONTRATANTE pudesse destinar esforços para suas atividades “FIM”. A EMPRESA CONTRATANTE deixa de investir tempo e capital em treinamento técnico de colaboradores para que as CONTRATADAS façam  o trabalho de seleção, aprimoramento e atualização de suas EQUIPES.

ATIVIDADE FIM:  são as atividades básicas e normais nas quais a empresa tem a razão de sua existência, conforme consta em seu CONTRATO SOCIAL, para atuar em um determinado ramo de atividade.

ATIVIDADE MEIO: são as atividades que não têm uma relação direta com a ATIVIDADE FIM (Competência Central ou Core business ou Core Competence).

A TERCEIRIZAÇÃO pode ser aplicada em todas as áreas da empresa de qualquer ramo de atividade. Mas, em uma indústria, por exemplo, há diversas ATIVIDADES MEIO que podem ser terceirizadas com outras empresas ou mesmo com profissionais autônomos:

Contabilidade, limpeza, segurança, recepção, jardinagem, alimentação, moto boy, manutenção especializada, manutenção predial, manutenção de máquinas e equipamentos, engenharia, arquitetura, oficina mecânica, frota de veículos, transporte de funcionários, distribuição, advocacia, auditoria, consultoria, assistência médica, digitação, processamento de dados, distribuição física de produtos, logística, movimentação interna de materiais, recrutamento e seleção, Back Office, suporte Administrativo, Gestão de RH e atividades especializadas que são ligadas às ATIVIDADES FIM da EMPRESA CONTRATANTE.

Cuidado: a EMPRESA CONTRATANTE não tem vínculo empregatício com a CONTRATADA e sim um contrato firmado com outra pessoa jurídica, delegando atividades “MEIO”. Exemplo: uma indústria de Auto Peças tem por ATIVIDADES FIM a fabricação e tarefas técnicas relativas à sua Competência Central. As ATIVIDADES MEIO são os serviços que ela necessita mas não são sua especialidade: Contabilidade, Segurança, Limpeza e Transporte.

A  finalidade é contratar outras empresas especialistas em determinadas áreas que são suas ATIVIDADES FIM. Para a CONTRATANTE, é possível dedicar mais tempo e recursos para sua CORE BUSINESS (a COMPETÊNCIA CENTRAL).  

A TERCEIRIZAÇÃO TEM PRÓS E CONTRAS

VANTAGENS

Maior vantagem competitiva.

Redução de custos.

Dimunui desperdícios.

Redução de atividades.

Maior Qualidade.

Decisões mais ágeis.

Foco na Competência Central com aumento da especialização

DESVANTAGENS

Desemprego e perda de talentos.

Resistências.

Contratos mal feitos.

Dependência e perda de comando.

Mudanças na estrutura de poder.

Cuidado: Um contrato mal redigido e sem especificar de forma muito claro as responsabilidade pode trazer sérias consequências. A maioria das empresas só enxerga TERCEIRIZAÇÃO com a expectativa de baixo considerado de alta importância. A escolha do TERCEIRIZADO (pessoa jurídica ou Autônomo – pessoa física) deve PRIORIZAR  a qualidade.

Cuidado: Outro aspecto que não se percebe com frequência. Os TERCEIRIZADOS  não raciocinam como o CONTRATANTE, não tem a mesma visão de negócio, tem CULTURA ORGANIZACIONAL diferente e muitas vezes absorvem uma carga de trabalho muito grande que excede sua capacidade e acaba comprometendo a qualidade do serviço prestado.

Sugestão de Leitura

PASTORE, JOSÉ. Gestão de Risco na TERCEIRIZAÇÃO. Editora LTR. Edição 3ª. São Paulo, 2021.

GONÇALVES, NILTON OLIVEIRA. Terceirização de Mão-de-obra. Editora LTR. São Paulo, 2005.

COUTINHO, GRIJALBO FERNANDES. TERCEIRIZAÇÃO: Máquina de moer gente Trabalhadora. Editora LTR. Edição 1ª. São Paulo, 2005.

TORRES, MARCELO G; TORRES, NORBERTO A. Terceirização Um guia objetivo: A terceirização está se transformando em uma solução estratégica para o sucesso dos negócios! Editora ‏ Unicomm Negócios, Processos e Sistemas Ltda. Feira de Santana, 2016. Formato: eBook Kindle.

BOTELHO, ADILSON. TERCEIRIZAÇÃO: Os segredos do Outsourcing, como terceirizar tarefas dos seus empreendimentos e aumentar a sua produtividade e renda. Formato: eBook Kindle.

GARCIA, GUSTAVO FELIPE BARBOSA. TERCEIRIZAÇÃO – TRABALHO TEMPORÁRIO, COOPERATIVAS DE TRABALHO. Editora Juspodivm. Edição 6ª. Salvador, 2021.

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