Quebrando Paradigmas

INTRODUÇÃO:

Por muitos anos as organizações vêm buscando por uma forma de ADMINISTRAR que seja infalível e absolutamente perfeita para obter ganhos excepcionais ao menor custo possível. Mas, esta fórmula mágica não existe. E na busca pela perfeição o MUNDO CORPORATIVO cria algumas ideias que acabam se popularizando e se tornam verdadeiras “LEIS”.

Uma destas “LEIS” que foram sendo estabelecidas e que se tornaram CLICHES desgastados refere-se à QUEBRA DE PARADIGMAS. Ainda podemos ouvir este jargão, tão comum, como se esta QUEBRA fosse uma tarefa bem simples. Mas, a sua aplicação prática é um duelo feroz entre o FALAR e o FAZER. Há um abismo entre as duas coisas…

DEFINIDO PARADIGMA

O termo PARADIGMA vem do grego PARADEIGMA e significa modelo ou padrão a seguir. Ampliando a ideia, significa um modelo ou padrão a seguir e que não pode ser alterado. Ampliando para a perspectiva do Mundo Corporativo, podemos  entender o PARADIGMA de outra maneira: é um modelo ou padrão de regras e formas de trabalho de uma empresa (dentro de limites permitidos) que sempre deram resultados e que não se pode mexer.

Outras definições apresentam os PARADIGMAS como sendo um padrão ou modelo seguido nas empresas e determinando limites. E a CULTURA ORGANIZACIONAL acredita neles como a maneira habitual, única e imutável de atuar. Assim, eles se tornam enormes barreiras para aceitar e entender ideias novas.

“Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.” ALBERT EINSTEIN.

QUEBRAR PARADIGMAS

Este jargão é usado com muita facilidade pelos EXECUTIVOS. Significa fazer MUDANÇAS nas velhas práticas de trabalho visando melhores resultados, por uma questão de atualização ou sobrevivência.

A QUEBRA DE PARADIGMAS é inovar com criatividade, ousadia e com novas formas de agir. Não é contar só com o entusiasmo, pois ele é passageiro. Mas, em empresas de mentalidade tradicional é bem complicado estabelecer práticas muito diferentes das convencionais e convencer DIRETORIA e a ALTA GERÊNCIA de que o resultado será melhor e sem nenhum custo.

QUEBRAR PARADIGMAS deve ser a resposta das organizações diante das transformações ocorridas nos negócios. Ou seja, as empresas precisam evoluir e se livrar de velhos conceitos e preparar seu CAPITAL HUMANO para uma GESTÃO DE MUDANÇAS tendo em mente a busca de um melhor DESEMPENHO.

Se a ideia da  “QUEBRA” for realmente para valer, estas MUDANÇAS deverão levar em conta fatores como relações políticas internas, a qualidade do CONHECIMENTO construído, pro atividade, inovação e uma infinidade de ações que, talvez, não façam parte da CULTURA ORGANIZACIONAL. Portanto, QUEBRAR PARADIGMAS na prática pode ser uma ação bem mais complexa (este é o endereço do perigo).

A NECESSIDADE DE QUEBRAR PARADIGMAS  

Sem nenhuma dúvida inovar é essencial. Para que seja uma ação positiva, de bom resultado, é preciso considerar que este processo pede um bom planejamento. E afinal, muitas empresas se acham dormentes sem enxergar a obsolescência de seus modelos gerenciais por medo de arriscar. É criar um NOVO modelo para ser seguido.

Muitas ações de caráter competitivo ficaram empoeiradas em gavetas pela RESISTÊNCIA do ambiente interno em QUEBRAR PARADIGMAS e transformar valores, formas de pensamento, crenças e o desenho absoluto de arquitetura “IMEXÍVEL” firmada por anos a fio. 

Cada empresa tem seu DNA e ambiente interno com uma realidade própria. E os fatos do ambiente externo causam efeitos distintos em cada uma delas. Portanto, o impacto das MUDANÇAS é absorvido de forma diferente.

É inútil tentar adaptar ou copiar exemplos observados por que não se transfere estruturas, CULTURA ORGANIZACIONAL, VALORES, CONHECIMENTO, visões, pensamento estratégico etc. O tratamento prescrito e a medicação aplicada em um determinado “PACIENTE” pode não surtir o mesmo resultado em outros casos.

QUESTÕES SOBRE OS PARADIGMAS  

Todas as empresas estão preparadas para QUEBRAR PARADIGMAS? Pensado melhor, será que há mesmo a necessidade de QUEBRAR tudo que for considerado um PARADIGMA?  Será que não existe a necessidade de só reformular alguns preceitos estabelecidos há muito tempo e sem peso significativo nos resultados? Vale a pena quebrar TUDO?

Outra questão a ser pensada é: até que ponto a empresa pode usar a GESTÃO DE MUDANÇAS e conseguir QUEBRAR PARADIGMAS? Como resolver os prováveis desdobramentos (questões relativas à GESTÃO DE CONFLITOS e as RESISTÊNCIAS)? Superadas estas dúvidas, qual serão as reações das PESSOAS ao conviver num ambiente novo?

“Se funciona, então é obsoleto.”
MARSHALL MCLUHAN
JOEL  BARKER 

JOEL ARTHUR BARKER  (1955) é um pesquisador independente e futurista.  Foi o primeiro a popularizar o conceito de mudanças de PARADIGMA (tanto é que ficou conhecido como o “Homem de PARADIGMA”) e é reconhecido por seus programas de formação extraordinária sobre o futuro.

Os seus trabalhos foram traduzidos para diversos idiomas e se tornaram best-sellers por muitos anos.  Em 1975, depois de trabalhar com vários pensadores nos EUA e na Europa, ele se tornou o precursor sobre o conceito de MUDANÇAS DE PARADIGMA no âmbito corporativo. Utilizou o conceito para explicar a mudança revolucionária em todas as áreas da atividade humana.

Em 1980, além de seu trabalho sobre PARADIGMAS, ele começou a se concentrar em um segundo componente crucial para organizações e indivíduos: a importância da visão.

Em 1985, ele já era muito requisitado por empresas e por governos que estavam buscando por seus conselhos atuando em várias organizações por todo o mundo. Logo em seguida, em 1986, lançou o seu primeiro vídeo “DESCOBRINDO O FUTURO: O NEGÓCIO DOS PARADIGMAS”, que dois anos depois se tornou o vídeo de negócios mais vendido da história. Em 1990 lançou o seu segundo material, THE POWER OF VISION (O PODER DA VISÃO) e outros que vieram em sequencia. Seu livro  FUTURE EDGE, de 1992 ainda hoje é uma referência no mundo dos negócios.

Segundo JOEL BARKER, os novos PARADIGMAS surgem antes de serem necessários e surgem a todo instante. Novos modelos sempre são criados, pela necessidade e desejo presente no ser humano de viver com o novo. Antes de precisarmos de novos PARADIGMAS, eles já têm sido criados, até mesmo por nós.

1. Os PARADIGMAS são comuns em toda atividade estruturada. Constituem regras que dirigem o comportamento das pessoas (ou empresas). Estas, inconscientemente e sem perceber, são levadas por seus PARADIGMAS.

2. Os PARADIGMAS são úteis e funcionam como verdadeiros filtros que focalizam as informações mais importantes e que selecionam o que as pessoas (ou empresas) deverão perceber a respeito do mundo que as rodeia. Neste sentido, os PARADIGMAS estabelecem o que é e o que não é importante ou relevante para a pessoa (ou empresas).

3. Os PARADIGMAS podem tornar-se doenças terminais da certeza. Eles podem tornar-se a única maneira de fazer algo, ou de pensar sobre algo, paralisando as pessoas (ou empresas) e impedindo que elas visualizem outras e novas formas potencialmente melhores de fazer as mesmas coisas. Nesse sentido, os PARADIGMAS bitolam as pessoas (ou empresas) e as mantêm amarradas em velhos hábitos ou maneiras de pensar e agir.

4. Os novos PARADIGMAS são geralmente criados por pessoas estranhas. As novas ideias quase sempre vêm de pessoas que não estão fortemente envolvidas com velhos PARADIGMAS.

5. Os novos PARADIGMAS exigem visão futurística para sua adesão. Um PARADIGMA novo geralmente parece estranho às pessoas (ou empresas) e, em seu estágio inicial, não oferece dados suficientes para que as pessoas (ou empresas) decidam racionalmente se é melhor ou pior do que o anterior. A adesão a novos PARADIGMAS envolve certos riscos e exige visão, coragem e fé.

6. As pessoas (ou empresas) têm o poder de mudar seus PARADIGMAS. Os PARADIGMAS são aprendidos, adquiridos e incorporados através da experiência. Como não são geneticamente transmitidos, eles podem ser mudados, aprendidos e transferidos às outras pessoas. Mas a mudança de PARADIGMAS não é fácil (para muitas pessoas e para as empresas) que se sentem presas à segurança e estabilidade dos PARADIGMAS atuais e temem ou relutam em alterar seus comportamentos através da aquisição de outros padrões diferentes.

Frases de JOEL  BARKER:

“Uma visão sem ação não passa de um sonho. Ação sem visão é só um passatempo. Mas uma visão com ação pode mudar o mundo”.

 “Um líder é alguém a quem você segue a um lugar aonde você não irias por si mesmo.”

“Aqueles que dizem que algo não pode ser feito deveriam sair do caminho daqueles que estão fazendo.”

Sugestão de Leitura

CHIAVENATO, IDALBERTO. Os novos paradigmas: como as mudanças estão mexendo com as empresas. Editora Atlas. Edição 4ª. São Paulo, 1996.

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