Informação – CONCEITUAÇÃO

INTRODUÇÃO:

Empresas que pretendem ser competitivas requerem INFORMAÇÕES confiáveis para tomar decisões estratégicas e formar CONHECIMENTO. Um dos itens de maior relevância na INTELIGÊNCIA COMPETITIVA (IC) são as INFORMAÇÕES, avaliadas de acordo com a origem, qualidade, quantidade, validade, confiabilidade e veracidade.

Elas são consequência do processamento correto, manipulação e organização dos DADOS obtidos, de tal maneira que eles retratem uma substancial modificação nas INFORMAÇÕES e no CONHECIMENTO já acumulado em uma organização.

As divergências quanto ao entendimento correto sobre os conceitos de DADOS e INFORMAÇÕES são muito comuns. Mas, podemos entender de forma mais simples, que os DADOS se referem à representação de quantidade ou valor mensurado e a INFORMAÇÃO é o resultado do processamento dos DADOS ou que eles SIGNIFICAM para o trabalho dos GESTORES

INFORMAÇÃO

As INFORMAÇÕES são os DADOS processados, tabulados, organizados, filtrados, analisados e resumidos para serem interpretados e qualificados sob uma determinada visão. Ao se transformar os DADOS em INFORMAÇÃO, ela se transforma no instrumento para ações em nível ESTRATÉGICO, TÁTICO e OPERACIONAL para que a empresa seja COMPETITIVA.

A palavra INFORMAÇÃO tem origem no latim INFORMATIO, ONIS que significa delinear, conceber uma ideia: dar forma ou moldar na mente.

Trata-se da ligação feita, com coerência, entre partes obtidas por meio de DADOS ordenados e organizados. Isto é, dão significância e um sentido mais exato aos DADOS coletados em diversas fontes. Outros autores entendem de maneira diferente. De acordo com SHANNON e WEAVER (1949), a INFORMAÇÃO é algo recebido por um RECEPTOR de um TRANSMISSOR dentro de um processo de comunicação.

“A palavra informação… é usada em um sentido especial que não deve ser confundido com seu uso comum. Em particular, a informação não deve ser confundida com significado. Na verdade, duas mensagens, uma da qual fortemente carregada de significado e outra que seja puro disparate, podem ser exatamente equivalentes, do presente ponto de vista, em matéria de informação”. (The Mathematical Theory of Communication – Teoria Matemática da Comunicação. CLAUDE E. SHANNON; WARREN WEAVER, original de 1949, p. 4) – University of Illinois Press 1998.

Segundo CARVALHO e KANISKI (2000), a INFORMAÇÃO “é o conjunto de dados que, se fornecido sob a forma e tempo adequados, melhora o CONHECIMENTO da pessoa que recebe, e a habilita a desenvolver melhor determinada atividade, ou a tomar decisões melhores”.

CARVALHO. ISABEL CRISTINA LOUZADA; KANISKI ANA LÚCIA. (1). A sociedade do conhecimento e o acesso à informação: para que e para quem. 

Ciência da Informação, 29(3). Recuperado de

http://revista.ibict.br/ciinf/article/view/871.

Universidade Federal do Espírito Santo – FES

Para VALDEMAR SETZER “as INFORMAÇÕES são mensagens recebidas sob forma de DADOS. Uma mensagem dessas torna-se INFORMAÇÃO se o seu receptor consegue compreender o seu conteúdo, isto é, associar a ela, mentalmente, um SIGNIFICADO”.

“Assim, se essa mensagem não for compreensível (por exemplo, escrita ou falada em uma língua desconhecida), ela não será uma INFORMAÇÃO, mas simples DADOS”. VALDEMAR W. SETZER; FLÁVIO SOARES CORRÊA DA SILVA. Bancos de Dados. Editora Edgard Blücher. Edição 1ª. São Paulo, 2005.

O VALOR E A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO

Mesmo que as INFORMAÇÕES sejam verdadeiras, e de qualidade, elas não são 100% de garantia de sucesso absoluto para o trabalho dos Gestores. Sempre haverá uma lacuna, um pequeno detalhe ou a influência do IMPONDERÁVEL. Mas, apesar de tudo, é melhor trabalhar com base em INFORMAÇÕES do que sobre o NADA.

Há outros aspectos que fogem ao hábito de muitos Administradores: uma INFORMAÇÃO nunca deve ser descartada. O que hoje parece sem importância, subitamente pode se tornar relevante e estratégico.

Outra ideia a ser levada em conta, é que uma INFORMAÇÃO pode ser extremamente relevante para um departamento, mas pode não ter nenhum significado para outro departamento. A relevância é em função das necessidades e do contexto no qual ela é produzida e compartilhada.

Os GESTORES deverão estar sempre com suas atenções voltadas para o que se passa dentro e fora da empresa. Portanto, as INFORMAÇÕES utilizadas em conjunto com os RECURSOS TECNOLÓGICOS adequados, formam a base ideal para as atividades em nível estratégico, tático e operacional. Para ter continuidade nos negócios, é preciso saber onde encontrar a INFORMAÇÃO para conhecê-la detalhadamente, a melhor forma de apresentação e como usá-la.

CARACTERÍSTICAS DA INFORMAÇÃO

PRECISA: a INFORMAÇÃO imprecisa tem origem em DADOS imprecisos, mal trabalhados que serviram com a base inicial de todo o processo.

COMPLETA: a INFORMAÇÃO deve ter fatos importantes e não ser fracionada.

● CONFIÁVEL: vai depender dos métodos de captação dos DADOS (fonte). Quanto maior a qualidade das FONTES maior a CONFIABILIDADE da INFORMAÇÃO.

● RELEVANTE: deve ser importante e essencial para a tomada de decisões.

● VERIFICÁVEL: a INFORMAÇÃO pode ser conferida assegurando sua exatidão. 

● ACESSÍVEL: a INFORMAÇÃO deve ser fácil de acessar a todos os usuários que estejam devidamente autorizados.

● SEGURAS: o acesso é apenas para usuários autorizados.

O PODER DA INFORMAÇÃO

Num ambiente corporativo, a INFORMAÇÃO tem o poder de ser um fator na construção de VANTAGEM COMPETITIVA. É essencial por que não é possível gerenciar o que não é mensurável. E a gestão das INFORMAÇÕES permite que a empresa utilize de forma racional o CONHECIMENTO obtido garantindo ações mais efetivas. Por exemplo, previsões de vendas, controle custos, planejamento de investimentos, análise de fatores positivos e negativos etc. Caso contrário, o caminho para o abismo se torna mais curto.

Mas, há um lado a ser avaliado: a relação obscura entre INFORMAÇÃO e PODER. Quem tem a INFORMAÇÃO tem o PODER e muitos Gestores (ou grupos) fazem disso uma arma política a seu favor

Ao reter a INFORMAÇÃO aos seus pares ou aos seus subordinados eles se permitem, arbitrariamente, moldar uma relação de dependência e subordinação influenciando na construção do CONHECIMENTO. Assim, estes profissionais acabam até certo ponto impondo ou NEGOCIANDO sua vontade sobre o AMBIENTE ORGANIZACIONAL. Muitos fazem para tirar vantagens, que nem sempre possuem objetivos éticos, ou pelo próprio exercício do PODER.

INDICADORES

O efeito de uma decisão tem maiores possibilidades de chegar a resultados favoráveis quando toma por base os INDICADORES mais corretos (com maior qualidade) do que INFORMAÇÕES ou DADOS.

TIPOS DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Cada vez mais as empresas requerem SISTEMAS eficazes e eficientes que sejam completamente integráveis em vez de contar com diversos SISTEMAS direcionados para cada área. A integração permite que os DADOS sejam compatíveis e com precisão para facilitar a elaboração de diversos relatórios.

Um SISTEMA DE INFORMAÇÃO é o modelo de processos (automatizado ou manual) que atuam coletando e transmitindo DADOS que sejam essenciais ao desenvolvimento de produtos/serviços e projetos. Todos os componentes integrantes estão inter-relacionados e operam em conjunto. As empresas conseguem ter maior desempenho e VANTAGEM COMPETITIVA ao trabalharem dentro do padrão que os especialistas vêm denominando como ADMINISTRAÇÃO DA INFORMAÇÃO ou ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA DA INFORMAÇÃO.

Independentemente do tamanho ou ramo de atividade das empresas, há várias aplicações possíveis de SISTEMAS DE INFORMAÇÃO para trabalhar registros, efetuar análises, planejamento estratégico de negócios e na tomada de decisões:

SPT – SISTEMA DE PROCESSAMENTO DE TRANSAÇÕES

Faz o registro de DADOS e auxilia no monitoramento do fluxo de informações dentro da empresa. Desta forma, os DADOS poderão ser combinados para emitir relatórios. Os SPT são sistemas usados no nível operacional em transações rotineiras armazenadas no BANCO DE DADOS: controle dos produtos em estoque, almoxarifado, produção, folha de pagamento, RH, compras, vendas etc.

SIG – SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL

É um software destinado para  as TOMADAS DE DECISÕES administrativas de nível TÁTICO (nível gerencial) e  dependem dos SPT –  SISTEMA DE PROCESSAMENTO DE TRANSAÇÕES para obtenção de DADOS, que são organizados de maneira a fornecer INFORMAÇÕES mais completas e que descrevem uma CONJUNTURA (situações contextualizadas).

Por meio dos SIG os GESTORES obtêm diversos relatórios que possibilitam o controle e o monitoramento da empresa para avaliar o seu desempenho com comparações em diversos períodos e efetuar previsões. Com base nos documentos gerados por esse tipo de software é possível ter um diagnóstico mais apurado para a ANÁLISE SWOT, planejamento e controle.

SADSISTEMA DE APOIO À DECISÃO

É para tomada de decisões possibilitando a definição de várias alternativas a serem seguidas pela empresa. Mostra hipóteses por meio da análise de DADOS da empresa e tenta mostrar inúmeras alternativas possíveis. Os SAD utilizam os DADOS dos SPT, as informações geradas nos SIG e reúne conteúdos de diferentes BANCOS DE DADOS (internos e externos) de forma que seja possível analisar informações, problemas para maior agilidade e segurança na TOMADA DE DECISÕES.

SAE SISTEMA DE APOIO AO EXECUTIVO

É um sistema de INFORMAÇÕES em nível estratégico (DIRETORIA e GERÊNCIA SÊNIOR) que reúne os DADOS de toda da empresa. O SAE permite aos EXECUTIVOS focalizarem rapidamente os problemas, selecionarem e efetuarem os ajustes para a análise de maneira única e padronizada para a tomada de decisão no longo prazo. O SAE compara e destaca tendências, estende o nível de controle da ALTA ADMINISTRAÇÃO contribuindo no desempenho administrativo.

 

INFORMATOLATRIA  

Em uma organização, a TECNOLOGIA e, em especial, os SISTEMAS DE INFORMAÇÃO, se constituem em ferramentas de trabalho que abriram enormes possibilidades. Porém, a tomada de decisão ainda pertence ao profissional, ao indivíduo. O que tem sido muito perceptível nas empresas é que o domínio da tecnologia e dos GADGETS (dispositivos eletrônicos portáteis) tem levado muitos profissionais a um tipo de dependência e ligação exagerada que os especialistas denominaram de INFORMATOLATRIA.

INFORMATOLATRIA: é a junção de INFORMÁTICA + O + LATRIA significando a adoração do mundo da TECNOLOGIA. Trata-se de um NEOLOGISMO, ou seja, o uso de novas palavras formadas de outras já existentes. A INFORMATOLATRIA significa o apego ou o gosto exagerado por tudo o que tem ligação com informática, tecnologia e com as ciências que estudam a disseminação de DADOS e INFORMAÇÕES por meio de qualquer modo eletrônico e digital.

MÁRIO SERGIO CORTELLA (1954), é um filósofo, autor de vários livros, educador, palestrante e professor universitário.

CORTELLA alerta sobre a necessidade da cautela para não cair na cautela para não cair na INFORMATOLATRIA: Pensar bem nos faz bem! Contato com as novas tecnologias pode gerar uma certa dependência do mundo mecânico.  a informática é um instrumento e um método, não é uma finalidade…  o computador não é nosso adversário e nem nosso messias…

Deixe um comentário