As Perspectivas para a Administração

INTRODUÇÃO:

Mesmo no período antecedente à PANDEMIA DE COVID-19, a ADMINISTRAÇÃO já estava passando por um acentuado processo de mudanças. Portanto, o NOVO NORMAL não desencadeou a transformação – a PANDEMIA simplesmente acelerou uma tendência que já vinha sendo notada.

AS TENDÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO – PRÉ-PANDEMIA

VOLTANDO NO TEMPO – de 2000 até o final de 2019: as rápidas mudanças no ambiente de negócios têm provocado novos cenários diversificados, muito desafiadores. Há muitos componentes envolvidos tais como os avanços da tecnologia, transformações na sociedade, mudanças na cultura, nos hábitos e nas artes, facilidade de comunicação, maior competição etc. O mesmo vem acontecendo com as organizações e suas práticas administrativas em busca da perfeição organizacional.

A ADMINISTRAÇÃO se encontra diante de situações diferentes das que eram comuns até o fim do Século XX e, de alguns anos para cá, o mundo já não é mais o mesmo. As abordagens e as teorias consagradas necessitaram de mudanças, de acordo com os novos desafios. As práticas administrativas não vão desaparecer. Elas deverão se adaptar às novas circunstâncias para que as organizações tenham sustentabilidade num mercado em frequente mutação.

O FUTURO DAS ORGANIZAÇÕES E O FUTURO DA ADMINISTRAÇÃO

O que se apresenta é uma perspectiva com novas alternativas, bem diversas em seus conceitos e no seu vocabulário. Mas, o ato de ADMINISTRAR uma organização deverá permanecer, seja ela do tamanho que for e seja lá com a tecnologia que estiver em uso.

● HIERARQUIA ENXUTA: algumas organizações já mostram uma tendência para quebrar os tradicionais ORGANOGRAMAS. A tradicional CADEIA ESCALAR DE COMANDO, utilizada por muito tempo, está sendo substituída por uma estrutura horizontalizada mais ágil e flexível, que permite um fluxo de informações mais intenso e a TOMADA DE DECISÕES mais rápidas.

A prioridade agora se volta para uma relação horizontal com equipes funcionais cruzadas, sem a relação vertical, dependente de um único superior. Estudiosos mais ousados afirmam que não se deve perder tempo na construção de CADEIAS DE COMANDO CURTAS e sim, eliminar por completo a hierarquia.

● MENOR SUPERVISÃO DIRETA: na amplitude administrativa, o resultado será uma estrutura organizacional achatada com uma quantidade de níveis hierárquicos menores e horizontalizados. Assim, se reduz a supervisão direta, haverá maior delegação de poderes, mais autonomia, decisões mais rápidas e próximas aos clientes (externos e internos). 

● EMPOWERMENT: a tendência é DESCENTRALIZAR e DELEGAR. Desta forma, com a transferência de responsabilidades e poder de decisão sobre suas atividades, as pessoas terão maior participação e envolvimento no processo, o que resulta em respostas mais rápidas à grande quantidade de informações.

● EQUIPES DE TRABALHO: com base na DESCENTRALIZAÇÃO e DELEGAÇÃO, a prioridade se volta para a formação de equipes bem menores, MULTIFUNCIONAIS e com perfil de funcionários generalistas, atuando com atividades sobrepostas baseados em objetivos comuns.

Alguns especialistas denominam como FORÇA TAREFA (TASK-FORCE).

Mas, a ideia é substituir as divisões e a departamentalização das estruturas tradicionais, por grupos formados de maneira temporária ou definitiva. Estes grupos são formados de acordo com as demandas do ambiente externo. A finalidade é dar maior agilidade aos trabalhos, criatividade e uma grande capacidade de inovação. Há a tendência para a VIRTUALIZAÇÃO: o emprego, o escritório, a empresa, a inteligência…

● UNIDADES DE NEGÓCIOS: substituição de FILIAIS por uma estrutura baseada em unidades autônomas de negócios, atuando como um centro de lucro independente. São AUTOSSUFICIENTES e comprometidas com resultados propostos, agindo num sistema de informações totalmente integrado. Estas unidades substituem a velha forma estruturada das empresas para uma na nova ECONOMIA MOLECULAR.

● ORGANIZAÇÃO INTEGRADA: a nova estrutura da organização conta com todas as informações integradas e disponíveis num sistema em rede. Assim, a tomada de decisão é mais diligente e competitiva. Os integrantes têm a facilidade de acesso,em qualquer hora e lugar, contando com dados de forma instantânea (INFOESTRUTURA, BIG DATA e ANALYTICS).   

● TRABALHO DE STAFF: substituição do conceito de assessoria por um trabalho de consultoria interna que sirva exclusivamente como orientador para a execução e sem atividades operacionais.

● PRIORIDADE NO RESULTADO: a nova forma de negócios prioriza as FINALIDADES, deixando os MEIOS em segundo plano. Isto significa a troca do rigor das regras, regulamentos e controle por uma mentalidade voltada para o cliente (externo e interno). A base está na orientação ética, valores praticados pela organização e ESPÍRITO EMPREENDEDOR.

● PRIORIDADE NO CORE BUSINESS: prática do OUTSOURCING transferindo determinados serviços a terceiros drenando os esforços da organização para negócios que realmente constituem a sua missão. Desta forma, a empresa atua para maximizar a satisfação do cliente e das partes interessadas (STAKEHOLDERS). Os negócios eventuais só dispersam o trabalho das equipes.

● PRIORIDADE NO CONHECIMENTO: substituição do antigo conceito do uso da força da mão de obra pela ideia de conceder o que realmente vai ter valor para uma organização: a soma de CONHECIMENTOS. Para os especialistas, a nova realidade de mercado dá prioridade às PESSOAS que apresentam novas ideias, soluções, criatividade e processos inovadores.

Esta nova realidade é denominada de ECONOMIA DO CONHECIMENTO (tácito ou explícito) criado pelo CAPITAL HUMANO.

● DESINTERMEDIAÇÃO: a distância, entre o produtor (fornecedor) e o consumidor está cada vez menor em função do uso das inúmeras formas de comunicação digital. Elas acabam por dispensar qualquer tipo de intermediário. Os clientes são bem mais exigentes e imediatistas. Uma organização atuando de maneira mais ágil supera seus concorrentes.

● CICLO DE VIDA: o tempo de duração de produtos e serviços está cada vez menor. A criatividade e a inovação vêm tornando a obsolescência muito rápida. Por esta razão, e por questão de sobrevivência, o poder de inovação das organizações deve ser cada vez mais acentuado.

● QUEBRANDO CONCEITOS: a diversidade de pessoas vai compor o material humano nas empresas: visões e experiências diferentes serão mais úteis do que um perfil profissional padrão, idealizado pelo Perfil do Cargo e Perfil de Candidato.

Considerando os diversos componentes envolvidos nas perspectivas futuras da ADMINISTRAÇÃO, as organizações necessitam em primeiro lugar, quebrar alguns velhos hábitos que não são mais condizentes. Os estudiosos do assunto denominam estes velhos hábitos de FRONTEIRAS:

1 – Fronteiras Verticais.  

2 – Fronteiras Horizontais. 

3 – Fronteiras Externas.  

● ECONOMIA DE ESCOPO: a palavra ESCOPO vem do grego “SKOPOS”que significa “aquele que vigia ou que protege”. O ESCOPO é a finalidade, ponto que se deseja alcançar, o alvo, ou o objetivodefinido como meta final.  A ECONOMIA DE ESCOPO apresenta uma condição na qual o custo de produzir dois produtos diferentes é menor do que se eles fossem produzidos numa só empresa. Isso pode ser explicado porque são usadas as mesmas matérias-primas na produção para vários bens ou serviços, ou porque os processos de produção são complementares.

A ECONOMIA DE ESCOPO vem substituir a ECONOMIA DE ESCALA, o padrão de produção do TAYLORISMO e do FORDISMO que perdurou pelo Século XX. Na ECONOMIA DE ESCALA o aumento no volume de produção leva ao menor custo do produto. Os fatores favoráveis foram a divisão do trabalho, componentes, processos e design padronizados.

A FORD errou ao produzir um produto único padronizado durante mais de 20 anos (o FORD T na cor preta). A GM, ao contrário, se desenvolveu e ganhou mercado com a ampla variedade de modelos. Para o futuro, as empresas estão buscando formas de aproveitar matérias primas, insumos, componentes em MULTI-EQUIPES para se tornarem mais eficazes.

A ECONOMIA DE ESCOPO acontece com a redução do custo na produção conjunta de mais de um bem ou serviço. A mesma empresa pode produzir conjuntamente dois bens com custo menor do que duas empresas produzindo esses dois bens separadamente. Este tema ainda é alvo de discussões entre os especialistas.

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