Conhecimento – CONCEITUAÇÃO

INTRODUÇÃO:

Empresas que pretendem ser competitivas requerem um canal ininterrupto de INFORMAÇÃO a partir de DADOS confiáveis para a construção do seu CONHECIMENTO. E assim, se torna premente saber em detalhes o que se passa em seu AMBIENTE INTERNO e em seu AMBIENTE EXTERNO minimizando ao máximo a possibilidade da ocorrência de erros na TOMADA DE DECISÃO.

As decisões estratégicas são contínuas e necessitam rapidez. Mas, a construção do CONHECIMENTO, pelo simples acúmulo de uma grande quantidade de DADOS e INFORMAÇÕES, necessita ser devidamente gerenciada para que tenha qualidade e utilidade.

CONHECIMENTO

O CONHECIMENTO é a INFORMAÇÃO posta em ação, atualizada frequentemente e de relevância pelo ritmo que os negócios apresentam. Os GESTORES usam o CONHECIMENTO como uma estrutura para interpretar e compreender INFORMAÇÕES e criar um modelo de resolução dos inúmeros problemas. Inclusive para o planejamento de ações futuras.

Muitos autores da Administração denominam o CONHECIMENTO como RECURSO INTELECTUAL ou CAPITAL INTELECTUAL. O CONHECIMENTO é também é entendido como o conteúdo da INFORMAÇÃO acumulada em documentos (físicos ou digitais) junto com as experiências, habilidades e capacitação de cada indivíduo que participa da organização.

A INTELIGÊNCIA COMPETITIVA (IC) para a gestão estratégica é o resultado da soma e da relação entre três elementos:

CLASSIFICANDO O CONHECIMENTO

CONHECIMENTO TÁCITO: a palavra TÁCITO tem origem no latim “TACITUS”, entendida como “que cala”, “não dito”, “não expresso”, “que silencia”. É o conhecimento complexo que foi desenvolvido e interiorizado pelas pessoas. O CONHECIMENTO TÁCITO é difícil de ser formalizado ou explicado por se tratar de uma composição das experiências de vida, valores, crenças pessoais, discernimento, senso crítico e instinto individual. E muitos autores também consideram as emoções como sendo um dos componentes do CONHECIMENTO TÁCITO.

CARACTERÍSTICAS DO CONHECIMENTO TÁCITO

● Subjetividade.

● Formado pelo aprendizado acumulado ao longo da vida. 

● Contém as habilidades pessoais, sistemas de ideias, interpretações e raciocínio.

● É pessoal e difícil de ser compartilhado.

● É difícil de ser transferido.

● Não pode ser separado das atitudes do indivíduo.

● Não pode ser substituído pelo CONHECIMENTO EXPLÍCITO.

Apesar de todas as suas características, o CONHECIMENTO TÁCITO no ambiente ORGANIZACIONAL contribui para os processos de interação, comunicação e coordenação de CONHECIMENTOS. Isto significa dizer que o CONHECIMENTO TÁCITO auxilia a troca de informações, aprendizados, habilidades, experiências e senso comum. A fusão e a soma destas práticas melhoram o desenvolvimento das atividades dos indivíduos e o processo organizacional. Infelizmente, ele está distribuído de maneira irregular pela empresa.

CONHECIMENTO EXPLÍCITO: a palavra vem do latim EXPLICITUS que significa formal, explicado, declarado. Também é denominado CONHECIMENTOCODIFICADO e pode ser mensurado e transmitido de maneira clara, formalizada, sistematizada com regras para ser utilizado de várias formas.

O volume do CONHECIMENTO EXPLÍCITO é oriundo da racionalidade e cresce constantemente. Sua grande marca é que ele é facilmente obtido e comunicado por meio de livros, especificações, arquivos, artigos, publicações, internet, imagens, infográficos, vídeos, áudios etc.

No ambiente ORGANIZACIONAL há documentos e arquivos da empresa e tudo o que pode ser armazenado em meio físicos ou digitais. O maior contratempo para as empresas é ter uma forma de transformar o CONHECIMENTO TÁCITO em CONHECIMENTO EXPLÍCITO. Entretanto, os dois se completam e aumentam em volume.

CONHECIMENTO – VALDEMAR W. SETZER

“Caracterizo que alguém tem conhecimento quando pode efetuar associações de conceitos baseadas em uma vivência pessoal dos objetos envolvidos. Pode-se ler bastante sobre Paris, obtendo-se assim, nessa caracterização, informações sobre essa cidade. Mas conhecimento sobre ela só se obterá visitando-a pessoalmente. Conhecimento é, portanto, totalmente subjetivo (cada um tem uma vivência diferente)…

Nessa conceituação, é impossível transmitir conhecimentos. Recordando, em geral o que se transmitem são dados, que podem eventualmente ser incorporados como informações – e não como conhecimentos – pelo seu receptor…

Para resolver a questão de conhecimento de áreas puramente intelectuais, como a história, em que não é possível ter vivências das coisas passadas há centenas de anos, considero que existe uma memória universal. O historiador, ao se embrenhar profundamente no estudo dos fatos passados, entra em contato com essa memória, adquirindo por meio dela uma vivência conceitual daqueles fatos.

Trecho do artigo publicado pela revista DATAGRAMA publicado por Valdemar W. Setzer em OS MEIOS DA COMUNICAÇÃO: UMA VISÃO ALTERNATIVA. São Paulo: Editora Escrituras, Coleção Ensaios Transversais Vol.10, 2001.

Fonte: https://www.ime.usp.br/~vwsetzer/dado-info.html

Sugestão de Leitura

NONAKA, IKUJIRO; TAKEUCHI, HIROTAKA. Criação de conhecimento na empresa: como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. Editora Elsevier. Edição 1ª. Rio de Janeiro, 1997.

CARBONE, PEDRO PAULO; BRANDÃO, HUGO PENA; LEITE, JOÃO BATISTA DINIZ ROSA; VILHENA, MARIA DE PAULA. Gestão por competências e gestão do conhecimento. Editora FGV. Edição 3ª. Rio de Janeiro, 2009.

FLEURY, MARIA TEREZA LEME. As pessoas na organização. Editora Gente. Edição 20ª. São Paulo, 2002.

LARA, CONSUELO ROCHA DUTRA DE. A atual gestão do conhecimento: a importância de avaliar e identificar o capital intelectual nas organizações. Editora Nobel. Edição 1ª. São Paulo, 2004.

SANTOS, ANTÔNIO RAIMUNDO DOS. Gestão do conhecimento: uma experiência para o sucesso empresarial. Editora Champagnat. Curitiba, 2001.

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