Gestão 4.0

INTRODUÇÃO:

Por uma questão de COMPETIVIDADE as empresas estão se adequando com muita rapidez a uma realidade que os estudiosos denominaram como GESTÃO 4.0. É inegável como a evolução da tecnologia vem exercendo uma enorme influência sobre a atuação dos GESTORES. No presente, as análises sobre DADOS e INFORMAÇÕES se tornaram muito mais acuradas e ágeis para dar segurança às TOMADAS DE DECISÃO. A automação, as inúmeras soluções e a IA ( INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL) estão transformando o nível de desenvolvimento profissional, competências e exigências dentro de um processo contínuo de aprendizado e adaptação.

A CONCEITUAÇÃO DA GESTÃO  4.0

É uma fase de desenvolvimento da GESTÃO em que estão surgindo competências diferentes e mais evoluídas, conceitos, processos e modelos de trabalho. Os profissionais que estão em cargos de gerência (ou mesmo em posições subalternas) estão evoluindo para absorver práticas e métodos utilizados e práticas criados pelos recentes avanços da tecnologia. 

A denominação GESTÃO  4.0 foi criada comparando a evolução histórica do processo de industrialização. A análise tomou por base as transformações ocorridas, avanços tecnológicos e inovações científicas causadas pelas  REVOLUÇÕES INDUSTRIAIS. Elas causaram a quebra das formas tradicionais e apresentaram um cenário  diferente em outra realidade:

Primeira Revolução Industrial (1780 – 1860) – máquinas a vapor, fim do trabalho artesanal e alta produtividade etc.

Segunda Revolução Industrial (1860  – 1914) – motor a explosão, eletricidade, siderurgia, produção em massa e aproveitamento do petróleo etc.

Terceira Revolução Industrial (1950  – 2010) –  informática, grandes avanços no conhecimento científico, globalização etc.

Quarta Revolução Industrial (2010 –) BIG DATA, soluções de inteligência,  internet, transformações digitais etc. Em especial para a ADMINISTRAÇÃO, a maneira de trabalho da GESTÃO 4.0 se caracteriza pela INTEGRAÇÃO ENTRE OS SETORES, VIRTUALIZAÇÃO DE PROCESSOS E ATIVIDADES e AUTOMATIZAÇÃO DE TAREFAS.

CARACTERIZANDO A GESTÃO  4.0

A – Integração entre Setores: aqui é possível distinguir situações diferentes. Há empresas que cresceram e suas estruturas foram ganhando cada vez mais em complexidade. À medida que o volume de negócios foi se ampliando, houve a necessidade de um afetivo  alinhamento de áreas e de pessoas.

Desta maneira, para que os resultados sejam favoráveis o modelo de trabalho, os profissionais, as tarefas e os processos deverão estar na mesma sintonia (integrados). Para tanto, envolve a precisão na  tecnologia da COMUNICAÇÃO para que o fluxo de informações seja perfeito. Há vários SOFTWARES de gestão que permitem que as áreas internas e os departamentos tenham rapidez no compartilhamento (inclusive nos relacionamentos construídos com o AMBIENTE EXTERNO).

Há empresas que enxugaram suas estruturas para ter maior agilidade nos seus negócios por meio de terceirizações ou eliminação de atividades desnecessárias ao CORE BUSINESS. Mesmo assim, em situações em que os organogramas apresentem a tendência cada vez maior para a HORIZONTALIZAÇÃO, a busca pelas melhores formas de integração continua sendo fundamental.

B – Virtualização dos processos: o trabalho em meio digital é uma das melhores alternativas para minimizar a BUROCRACIA – é a aplicação de SOFTWARESem rede para agilizar e padronizar atividades e na formação de um valioso banco de dados ou indicadores para o processo decisório.

C – Automatização de atividades: mesmo que esta característica 4.0 seja alvo de diversas críticas por eliminar postos de trabalho, ela tem sido extremamente útil para a coleta, análise e interpretação de dados. Também facilita diversas rotinas, a emissão de diversos relatórios, documentos formatados, faz a conciliação de informações etc.

AS PROPOSTAS DA GESTÃO  4.0

1 – O perfil da ORGANIZAÇÃO 4.0: mudar a CULTURA ORGANIZACIONAL não é questão de modismo. Por uma questão de COMPETIVIDADE e de sobrevivência no mercado,as empresas estão se adaptando rapidamente a uma nova realidade. É uma grande transformação que, em muitos casos, enfrenta fortes resistências desde a DIRETORIA até nos níveis inferiores da hierarquia. Mas, é um processo inevitável.  

2 – O perfil do GESTOR  4.0: as exigências para os ocupantes do cargo também têm sofrido mudanças frente ao contexto. Em organizações mais atualizadas, um GESTOR deverá estar constantemente adquirindo novos conceitos, habilidades e competências visando seu aprimoramento pessoal e crescimento como profissional. Os modelos de gestão centralizados, que foram bem-sucedidos durante o Século XX, ficaram ultrapassados. 

Um GESTOR moderno (entendido como sendo um  4.0) tem atenções voltadas para as pessoas, possui  INTELIGÊNCIA INTERPESSOAL bem construída, excelente capacidade de COMUNICAÇÃO e sabe criar um AMBIENTE LABORAL saudável e desafiador (diferentes dos antigos ambientes hostis). Além de tudo, deverá saber analisar MÉTRICAS para tomar decisões rápidas e racionais, ter habilidade para lidar com pressões e saber olhar acima do caos.  

Estar Bem-informado é parte integrante do SER HUMANO 4.0. O GESTOR deverá estar sempre aprimorando o seu conhecimento geral e pesquisar maiores informações a respeito dastendências  do mercado de sua empresa, concorrentes, fornecedores e inovações.  O aprendizado não pode parar. Sair da ZONA DE CONFORTO  e ter o hábito de estudar e se informar através de uma rotina que dedique uma parte do tempo aos estudos permitirá um desenvolvimento profissional constante: palestras, cursos, pesquisas, eventos, leitura de  temas relevantes para poder evoluir (também será muito interessante motivar os participantes da equipe a criarem este hábito).

3 – A formação de EQUIPES: mesmo no padrão conceituado como atual e rotulado de 4.0, existem questões que ainda perduram no mundo corporativo e que não dependem de avanços tecnológicos. Um dos quesitos que os especialistas chamam a atenção é que a TECNOLOGIA não será útil se o GESTOR não souber administrar o material humano (podemos entender como o exercício efetivo da LIDERANÇA). As organizações têm criado grandes expectativas sobre GESTOR 4.0 quanto às suas habilidades como LÍDER e no uso de SOFT SKILLS

Para a formação de uma EQUIPE qualificada, cabe ao GESTOR 4.0 a seleção de seus subordinados para ter maior produtividade e chegar aos melhores resultados.

O material humano deverá ser composto por indivíduos de perfil variado com talentos, habilidades, competências e capacidade de aprendizado e adaptação às constantes mudanças. O exercício da LIDERANÇA também vai requerer do GESTOR mais alguns requisitos:

– Saber MOTIVAR para obter o melhor das pessoas por meio de competências comportamentais.

– Capacidade de ensinar e disseminar INFORMAÇÕES.

– Privilegiar o aprendizado contínuo e promover o crescimento do TIME.

– Incentivar a inovação e a criatividade.

– Ser o exemplo e a referência.

4 – Desenvolvendo a EQUIPE: da mesma maneira que um GESTOR 4.0 deverá estar evoluindo e se aprimorando no seu conhecimento, é preciso motivar os participantes do time, tirar as pessoas da ZONA DE CONFORTO e criar o saudável hábito do estudo e da busca de informações. As ações poderão prever aprendizados mais efetivos abrangendo tarefas, fluxos burocráticos, documentação, análises detendências, idiomas, análise das ações da concorrência, novos fornecedores etc.

Portanto, os subordinados também deverão ser incentivados para que dediquem uma parcela do seu tempo aos estudos ao desenvolvimento profissional em programas de treinamento, palestras, leitura, eventos culturais. Aproveitando esta oportunidade, o GESTOR 4.0 também poderão incentivar os subordinados no desenvolvimento de bons relacionamentos.

5 – As DECISÕES rápidas e racionais: nas antigas formas de GESTÃO, muitas vezes os processos decisórios dos profissionais tiveram como base apenas algumas estatísticas, a intuição, as experiências e o FEELING. Contudo, a margem de erro era perigosa e, em muitos casos, os resultados foram ruins. No presente, a intuição, as experiências e o FEELING continuam válidos nos processos decisórios.

Mas, para os GESTORES  4.0 há uma segurança maior para elaborar soluções que permite minimizar a margem de erro nas decisões utilizando INDICADORES, DADOS e INFORMAÇÕES fornecidos pelos SOFTWARES. Para os executivos é possível efetuar uma série de análises detalhadas e mais corretas por meio de relatórios gerados (desde simples planilhas, estatísticas diversas, Balanços Contábeis, Curva ABC etc.).

Cuidado: muitos se deixam levar pelo encantamento com as possibilidades oferecidas pela tecnologia. Mas, ela é um MEIO de trabalho. Ela não é a FINALIDADE do trabalho. O ser humano ainda é quem toma as decisões.

5 – Construindo RELACIONAMENTOS: muitas opiniões têm evidenciado a importância da formação de um NETWORKING profissional de cunho duradouro e não eventual. O RELACIONAMENTO no AMBIENTE INTERNO, com os ocupantes de cargos mais altos na hierarquia e que também atuam em diversas áreas, visa a troca experiências, a obtenção de novos conhecimentos e informações atualizadas. Contudo, é preciso fazer algumas considerações sobre esta rede de contatos.

– Em geral, a ampliação de uma rede de contatos requer algumas mudanças: hábitos, postura, vocabulário, interesses etc.

A construção de bons RELACIONAMENTOS também não precisa ser, necessariamente, com profissionais de alto escalão. A chave é saber se relacionar bem em todos os níveis e com todas as pessoas. A experiência mostra que bons contatos com colaboradores mais simples poderão ser mais úteis.

– Tenha CUIDADO: a construção de bons RELACIONAMENTOS não deve ser de caráter oportunista, politiqueiro e somente baseado na troca de favores. É preciso ter ÉTICA e não agir com a  intenção de se aproveitar e se dar bem – Cautela: a verdade sempre vai aparecer.

5 – CANAIS de ATENDIMENTO INTEGRADOS: a partir dos anos 2000, o  RELACIONAMENTO entre empresa e público consumidor (no AMBIENTE EXTERNO) evoluiu rapidamente com a tecnologia e permitiu o amplo acesso à informação. Saber utilizar os recursos da tecnologia e entender os desejos e necessidades dos consumidores favorece a construção de uma relação benéfica. O GESTOR 4.0 necessita analisar as questões e as ocorrências nos canais de atendimento integrados. É comum obter várias INFORMAÇÕES interessantes  para os negócios.

Sugestão de Leitura

HELLER, ROBERT. Guia de Gerente Completo. Tudo o que você precisa saber sobre o funcionamento dos negócios e da gerência. Editora Futura. Edição 2ª. Birigui. 2007.

SILVA, ANIELSON BARBOSA DA. Como os Gerentes Aprendem? Editora Saraiva, São Paulo, 2009.

Harvard Business Review. Para Novos Gerentes. Editora: Gmt /Sextante. Rio de Janeiro, 2019.

SOUZA, JOSÉ EUSTÁQUIO DE. O Gerente Comunicador: Guia Prático da Comunicação Gerencial. Editora ABERJ. São Paulo, 2010.

COATES, CHARLES. O  Gerente Total. Ultrapasse Os Limites Do Seu Departamento. Editora Nobel, Rio de Janeiro, 1998.

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