2 – Teoria Estruturalista

INTRODUÇÃO:

A TEORIA ESTRUTURALISTA tomou por base a ideia de um arranjo das partes, que constituem a empresa ou qualquer forma de organização, cujo funcionamento é determinado e previsto. Fez uso das contribuições das ideias clássicas e humanísticas criadas por outras teorias anteriores. A visão estruturalista analisou, extensivamente, todos os fatores que faziam parte do todo da organização e, principalmente, teve o reconhecimento da integração e interdependência desses fatores, sua influência sobre outros e a existência de um ambiente onde eles estão.

O mundo do pós-guerra passou por uma grande mudança. A sociedade passou a ser altamente especializada e interdependente, as organizações passaram a ter um caráter permeável em todos os aspectos envolvendo a participação de numerosas pessoas. Cada organização, restrita por seus recursos limitados, eram incapazes de tirar proveitos de todas as oportunidades. Então, durante os anos 50, o problema dos estudiosos foi determinar a melhor forma de atribuir recursos e chegar a eficiência quando a organização aplicasse seus recursos em uma determinada alternativa que a conduzisse ao melhor resultado.

Os ESTRUTURALISTAS tiveram a preocupação de inter-relacionar as organizações com o AMBIENTE EXTERNO, a sociedade maior ou a SOCIEDADE DE ORGANIZAÇÕES, caracterizada pela correlação entre as organizações.

Esta teoria iniciou os estudos sobre os ambientes considerando que uma organização é um SISTEMA ABERTO e em interação ininterrupta com o AMBIENTE EXTERNO.

Até a primeira metade do Século XX, as teorias tinham por base os estudos ligados ao AMBIENTE INTERNO – os princípios de um SISTEMA FECHADO e com uma visão incompleta dos elementos que compunham uma organização.  

As teorias precedentes eram de forma introspectiva e considerando somente as ocorrências do AMBIENTE INTERNO. A partir desta época, a preocupação excede o enfoque INTRAORGANIZACIONAL, abandonando uma visão restrita e deram lugar a uma análise mais ampla, de caráter ITERORGANIZACIONAL ao considerar uma organização e suas relações com outras organizações.

REVISANDO AS TEORIAS PRECEDENTES

A origem partiu de uma avaliação crítica sobre em relação às teorias anteriormente desenvolvidas. Os estudiosos revisaram conceitos da ESCOLA CLÁSSICA, TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS e TEORIA DA BUROCRACIA analisando as organizações e sua complexidade com a ABORDAGEM MÚLTIPLA DAS ORGANIZAÇÕES. Os autores estruturalistasanalisaram a:

A – ESCOLA CLÁSSICA com a ORGANIZAÇÃO FORMAL: padrão de organização determinado pela divisão do trabalho e controles etc.

B – TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS com a ORGANIZAÇÃO INFORMAL: a empresa como uma unidade social, grande e complexa onde ocorrem as interações entre grupos sociais compartilhando alguns dos objetivos da organização (como a viabilidade econômica da organização), mas que pode divergir com outros (como a maneira de distribuir lucros).

C – TEORIA DA BUROCRACIA é o modelo racional de organização e modelo natural de organização – ORGANIZAÇÃO FORMAL e ORGANIZAÇÃO INFORMAL. Segue NORMAS e REGULAMENTOS padrões estabelecidos antecipadamente por escrito que definem previamente como a organização irá funcionar. As NORMAS e REGULAMENTOS são caracterizadas por RACIONALIDADE e COERÊNCIA objetivando a PREVISIBILIDADE. A principal função é a perfeição de toda organização para que ela seja lucrativa e perene.   

Comparando TEORIA COMPORTAMENTAL e a TEORIA ESTRUTURALISTA: a TEORIA COMPORTAMENTAL enfatizou as PESSOAS e o AMBIENTE, focou sobre o HOMEM ADMINISTRATIVO, tomou por base no comportamento individual e a MOTIVAÇÃO humana. O GESTOR tendo que conhecer as NECESSIDADES para melhor entender o COMPORTAMENTO humano. A TEORIA ESTRUTURALISTA deu ênfase às PESSOAS e ao AMBIENTE, teve foco sobre o HOMEM ORGANIZACIONAL e a visão da ORGANIZAÇÃO em todos os seus aspectos.

A SOCIEDADE DE ORGANIZAÇÕES

Pela visão dos ESTRUTURALISTAS, a sociedade moderna e industrializada é uma SOCIEDADE DE ORGANIZAÇÕES e o ser humano é dependente delas para nascer, viver e morrer e se constituem em uma forma dominante de instituição.  As ORGANIZAÇÕES participam de todos os aspectos da vida moderna, envolvem a atenção, tempo e energia de numerosas pessoas, não são iguais e solicitam características definidas da personalidade dos seus participantes. Essas características possibilitam a participação do ser humano em várias ORGANIZAÇÕES ao mesmo tempo, nas quais os papeis desempenhados variam, podendo até chegar à inversão.

Mas, cada ORGANIZAÇÃO tem um papel diferente.  O ESTRUTURALISMO ampliou o estudo das interações entre os grupos sociais (da TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS) para o estudo das interações entre as ORGANIZAÇÕES. Da mesma forma como os grupos sociais, elas também interagem entre si. 

As ORGANIZAÇÕES FORMAIS são burocratizadas e, portanto, os estudiosos tomaram por base a TEORIA DA BUROCRACIA.

Cada ORGANIZAÇÃO tem um objetivo, e para que ele seja alcançado com maior eficiência, é preciso existir uma relação estável entre as pessoas. Estas relações sociais estáveis são criadas intencionalmente para atingir determinado fim.  A sociedade moderna, ao contrário das sociedades anteriores, atribui um alto valor moral ao racionalismo, à eficiência e à competência das ORGANIZAÇÕES. A moderna civilização é dependente. em grande parte, das ORGANIZAÇÕES como as formas mais racionais e eficientes que se conhecem de agrupamento social.

AS QUATRO ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DAS ORGANIZAÇÕES

De acordo com o sociólogo norte americano AMITAI ETIZIONI (1929 – ), durante o processo de evolução da civilização humana as organizações passaram por quatro etapas de desenvolvimento:

1. Etapa da NATUREZA:  foi a etapa inicial, na qual os fatores naturais, ou seja, os elementos da natureza, constituíam a única base de subsistência para a espécie humana. O capital e o trabalho não tinham relevância neste período histórico.

2. Etapa da TRABALHO:  os elementos disponíveis na NATUREZA passaram a ser transformados pelo trabalho e desencadeando um grande processo de desenvolvimento.

Rapidamente, o trabalho obtém o interesse e a primazia entre os elementos que contribuíram para a evolução humana e passou a condicionar as formas de organização social.

3. Etapa da CAPITAL: neta fase o CAPITAL prevaleceu sobre a NATUREZA e o TRABALHO esse tornou o fator básico da sociedade.

4. Etapa da ORGANIZAÇÃO: a natureza, o trabalho e o capital se submeteram à organização que, ainda que de uma forma incipiente, já existia desde início da evolução humana (mas, da mesma maneira, que o capital existia antes da fase capitalista – considerando que ele se tornou presente a partir do momento que surgiram os instrumentos e ferramentas de trabalho.  O predomínio da organização apresentou um caráter independente em relação à natureza, trabalho e capital, utilizando-se deles para realização de seus objetivos.

Sugestão de Leitura

MOTTA, FERNANDO. Teoria Geral da Administração. Editora‎ Cengage Learning. Edição 3ª, São Paulo, 2007.

REIS, ADEMIR FERREIRA; PEREIRA, ANA MARIA. Gestão empresarial: De Taylor aos nossos dias. Editora‎ Cengage Learning. Edição 1ª. São Paulo, 1997.

MUNIZ, ADIR JAIME DE OLIVEIRA; FARIA, HERMÍNIO AUGUSTO. Teoria Geral da Administração. Noções Básicas. Editora Atlas. Edição 5ª. São Paulo, 2007.

CHIAVENATO IDALBERTO. Introdução a Teoria Geral da Administração. Editora Campus. Edição 7ª. São Paulo, 2004.

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