INTRODUÇÃO:
O processo em que o HOMEM deixou de ser NÔMADE (coletor e caçador), lentamente solicitou novas formas de organização social. Ao se tornar SEDENTÁRIO, houve o desenvolvimento de uma nova organização econômica que rompeu antigos padrões para estruturar as atividades: a DIVISÃO DE TAREFAS, a agricultura, a domesticação de animais, a produção de artefatos, armas e ferramentas e o direito de propriedade e o uso do solo.
O HOMEM PRIMITIVO deixou nas paredes e no teto dos seus abrigos rochosos ou nas cavernas diversas representações em ARTE RUPESTRE (ou REGISTRO RUPESTRE como boa parte dos modernos estudiosos vem utilizando) com símbolos e cenas do seu cotidiano (caça rituais, crenças etc.).
São desenhos rudimentares mostrando formas de contagem e controle de seus BENS (pessoas, objetos, animais, plantas e demais itens de posse do seu agrupamento).
Portanto, é correto afirmar que a CONTABILIDADE (e até mesmo a própria ADMINISTRAÇÃO) é uma ciência tão antiga quanto a própria existência do ser humano. Surgiu da necessidade de CONTROLE e interpretação de todos os fatos ocorridos em relação à posse dos seus materiais disponíveis (a GESTÃO do seu PATRIMÔNIO).
A EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA CONTÁBIL
De acordo com a visão de cada estudioso, a HISTÓRIA DA CONTABILIDADE pode ser analisada e estudada de diversas maneiras. Contudo, a visão do professor FEDERIGO MELIS é a mais conhecida divide-se em quatro períodos distintos:
1 – ANTIGUIDADE É o primeiro período, também é conhecido como Contabilidade Empírica, abrangendo a ANTIGUIDADE desde 4.000 a.C. até o Século XIII (1202).
Compreende desde a pré-história, onde já havia a preocupação voltada para o PATRIMÔNIO representado por ferramentas, rebanhos ou outros itens (instrumentos de caça e pesca) e as primeiras civilizações:
SUMÉRIOS e ACÁDIOS na MESOPOTÂMIA, o ANTIGO EGITO, o período GRECO–ROMANO, a ALTA IDADE MÉDIA (do Século V ao Século X) e parte da BAIXA IDADE MÉDIA até o início Século XIII, quando o LEONARDO FIBONACI criou o LIBER ABACI (o LIVRO DO ÁBACO).
2 – IDADE MÉDIA
Este período se inicia em 1202 (no Século XIII) e vai até 1494, no final do Século XV. É a SISTEMATIZAÇÃO DA CONTABILIDADE acompanhando parte da BAIXA IDADE MÉDIA (do Século XI ao Século XV) e parte da RENASCENÇA (entre a metade do Século XV e durante o Século XVI – um período caracterizado por de mudanças sociais, políticas e econômicas do final da IDADE MÉDIA e as transformações com a valorização da racionalidade, mudanças na cultura, na política, e na religião e os seus desdobramentos na arte, filosofia e ciência.
Em 1494 a obra do Frei LUCA PACIOLI (TRATACTUS DE COMPUTIS ET SCRIPTURIS – CONTABILIDADE POR PARTIDAS DOBRADAS) desenvolveu a teoria contábil do débito e do crédito (os números positivos e negativos) que conferiu a importância da CONTABILIDADE dentro do conhecimento humano.
3 – IDADE MODERNA
Também é conhecida por Literatura da Contabilidade e compreende de 1494 até 1840. Este período da HISTÓRIA presenciou as GRANDES NAVEGAÇÕES, MERCANTILISMO, CAPITALISMO, a INDEPENDÊNCIA DOS EUA, REVOLUÇÃO FRANCESA e a REVOLUÇÃO INDUSTRIAL.
Em 1840, com o trabalho de autoria do italiano FRANCESCO VILLA (LA CONTABILITÀ APPLICATTA ALLE AMMINISTRAZIONI PRIVATE E PUBBLICHE), a CONTABILIDADE passa a ser um instrumento de informação gerencial e perde a forma de um simples trabalho com o objetivo de captar e lançar valores. A sua obra teve grande destaque e foi reconhecida e premiada pelo governo austríaco (em 1840 a LOMBARDIA, uma região do norte da Itália onde VILLA havia nascido ainda pertencia ao Império Austríaco).
4 – CONTABILIDADE CONTEMPORÂNEA OU CIENTÍFICA
Compreende de 1840 até o presente. Foi um período marcado por grandes mudanças com a GUERRA CIVIL AMERICANA, o avanço tecnológico do fim do Século XIX, o crescimento econômico causado pelas novas formas de produção do começo do Século XX, a urbanização, as duas guerras mundiais, as CRISES DO PETRÓLEO e a REVOLUÇÃO TECNOLÓGICA do final do Século XX e início do Século XXI.
Sugestão de Leitura
MARTINS, WILSON THOMÉ SARDINHA; SILVA , ANTÔNIO CARLOS RIBEIRO DA. História do Pensamento Contábil. Editora Juruá. Edição 1ª. Curitiba, 2006.
SCHMIDT; PAULO. História da Contabilidade. Foco na Evolução das Escolas do Pensamento Contábil. Editora Atlas. Edição 1ª. São Paulo, 2008.
RIBEIRO, OSNI MOURA. Contabilidade comercial. Editora Saraiva UNI. Edição 19ª. São Paulo, 2017.
HOOG, WILSON ALBERTO ZAPPA. Contabilidade de Custos – Manual de Fundamentações Teóricas e Práticas. Editora Juruá. Curitiba, 2019.
