O processo de Quebra de Paradigmas

INTRODUÇÃO:

Uma empresa é semelhante a um organismo vivo, com seus órgãos executando a contento suas funções. Com o passar do tempo, este organismo sofre alguns males por desgaste ou por falta de cuidados. Então, é preciso fazer uma avaliação de rotina, um CHECK-UP examinando funções e o histórico da sua “SAÚDE”.

Das enfermidades que se manifestam no “ORGANISMO CORPORATIVO” a INÉRCIA causada pela passividade é uma das doenças de maior incidência. Com sintomas quase imperceptíveis, ela se desenvolve em silêncio e fora do radar da maioria dos GESTORES.  

A INÉRCIA, quando associada com outra enfermidade, facilmente transmissível chamada de ZONA DE CONFORTO traz como consequência mais visível a formação de diversos PARADIGMAS.

Mas, muitas vezes falta ao “ORGANISMO CORPORATIVO” a capacidade de reação contra INÉRCIA em função de conservadorismo ou pelo medo do novo. Além disso, ainda  há outros fatores relacionados com a incapacidade de reação que estão ligados à CULTURA ORGANIZACIONAL, MISSÃO/VISÃO/VALORES, custos, coragem de enfrentar mudanças, resistências internas, falta de um efetivo planejamento e visão ESTRATÉGICA.

QUEBRA DE PARADIGMAS – DISCURSO VAZIO

Muito se fala na quebra de PARADIGMAS e até parece elegante fazer este tipo de comentário. Porém, na maioria dos casos, pouco se vê na prática. Fica mais parecida com um discurso vazio, uma retórica sem conclusão.

“PEDRAS” NO CAMINHO

Presa aos antigos padrões de trabalho, uma empresa que parou no tempo não consegue imaginar uma situação de mudança. Não percebe que formas de sucesso do passado não são mais condizentes com o presente e o futuro.

A experiência mostra nítidas limitações de muitos GESTORES na tomada de decisão no tocante às mudanças.

As lições do passado foram bem enraizadas e transmitidas pela VELHA GUARDA aos novos GESTORES como exatidão incontestável.

A palavra MUDANÇA chega a causar mal-estar: significa inovar, sair da rotina, assumir novos desafios, sair da CAIXINHA. E inclui a quebra de PARADIGMAS.

Os DIRIGENTES, EXECUTIVOS, GESTORES e os COLABORADORES com o tempo não lembram mais das razões e do POR QUE acreditam no propósito que estão praticando. E, além disso, eles nem acreditam mais no que estão acreditando (ou nem compensa lembrar).

É preciso um choque (de modernidade) para demonstrar que quebrar ou modificar PARADIGMAS servirá para trocar regras, pressuposições e atitudes ligadas a um único padrão de trabalho estabelecido como VERDADE ABSOLUTA e universal. Outro aspecto a ser considerado, além das formas de trabalho, é o uso correto da INFORMAÇÃO e de tecnologias atualizadas. A evolução tecnológica vai mudando a execução de processos e cria diversas alternativas em qualquer tipo de atividade.

Presumivelmente, a maior “PEDRA” a ser encontrada no caminho do processo de QUEBRA DE PARADIGMAS seja convencer os STAKEHOLDERS mais próximos e a ALTA ADMINISTRAÇÃO sobre a necessidade de fazer a empresa mudar de rumo, ter ESTRATÉGIA assertiva, trocar valores tangíveis e intangíveis etc.

Seja qual for o tipo de mudança em uma área da empresa, ela poderá ter impacto e desdobramentos em outras áreas ou no TODO da empresa.  

“Existem três tipos de empresas. As que fazem as coisas acontecer, as que ficam vendo as coisas acontecer e as que se perguntam: O que aconteceu?” PHILIP KOTLER.

“Tempos loucos requerem ideias loucas”. TOM PETERS

CUIDADO: jamais acredite em altos EXECUTIVOS que dizem que não se mexe em time que está ganhando. Pergunte a ele: Quem te disse que o teu time está ganhando?
O PROCESSO DA QUEBRA DA MESMICE

Os PARADIGMAS existem e precisam ser quebrados. As formas de trabalho não são ETERNAS. A primeira questão é saber quais são e onde eles se ocultam. Neste processo há alguns passos que normalmente são seguidos:

1. Identificação: o trabalho da QUEBRA exige planejamento, definição de metas e coragem ao estabelecer o que é para ser mudado (ou eliminado).

É verificar onde estão os PARADIGMAS, seu nível de extensão e as necessidades que ele eventualmente ainda está suprindo. 

O responsável pelo processo (AGENTE DE MUDANÇA) deverá registrar tudo em detalhes: tarefas, rotinas, ideias costumeiras em uso, pessoas e tecnologias avaliando finalidades, funcionamento e desempenho. Assim será possível diagnosticar problemas que prejudicam a EFICIÊNCIA ORGANIZACIONAL. A análise é detalhada: em muitos casos, grandes problemas também estão encobertos em pequenas estruturas.

2. Análise: é bem possível que os AGENTES DE MUDANÇA encontrem vários aspectos a serem modificados. A análise do material reunido vai apontar e priorizar por onde começar a QUEBRA (CAUSA e CONSEQUENCIA) com novas soluções que contribuam para a QUALIDADE TOTAL.

3. Trabalho em EQUIPE: um PARADIGMA pode possuir aspectos positivos ou negativos, pode ser modificado ou eliminado. Os AGENTES DE MUDANÇA precisam atuar de forma equilibrada e com o mínimo de desgaste possível.

A QUEBRA DA MESMICE é a oportunidade de interação entre profissionais e departamentos, somando as ideias que sejam diferentes das convencionais, troca de conhecimentos e experiências. E não se pode esquecer que novos modelos de trabalho instituídos futuramente também se tornarão PARADIGAMAS.

4. Soluções: a QUEBRA DE PARADIGMAS feita de forma inteligente mostra os padrões a serem modificados no cotidiano, propõe rupturas, desenvolve alternativas de substituição e põe as mudanças em ação. E o monitoramento vai verificar o andamento do projeto.

5. REAÇÕES: o trabalho não se restringe só nas formas de trabalho e na mudança dos hábitos estabelecidos.

Com toda a certeza a QUEBRA vai sofrerá um enfrentamento de colaboradores e da vaidade de grupos de “SENHORES FEUDAIS” que terão interesses feridos pelas mudanças: menor poder e espaço, perda de peso político etc. 

Qualquer organização ou empresa, entendida como um sistema organizacional necessita atingir seus propósitos por meio da sua adaptação às necessidades do ambiente de atuação. É a garantia de sua continuidade. Como efeito desta adaptação constante, a ADMINISTRAÇÃO se depara com cenários, desafios, incertezas e conceitos diferentes. As ênfases mudam, ao logo do tempo, para dar resposta a problemas mais relevantes: produção, estrutura, pessoas, ambiente e tecnologia.

O atraso em responder aos novos desafios é uma clara oportunidade para a formação de PARADIGAMAS que, aos poucos, vão minando a COMPETITIVIDADE no mercado. Eles não se formam num ato contínuo, de imediato. Eles surgem lentamente pela desatenção, negligência, falta de ação, preconceitos ou até por comodismo de todos os participantes da empresa. A melhor forma de combater PARADIGAMAS é estra vigilante e antecipar medidas antes que eles se instalem.

O próximo passo para a empresa continuar a evoluir a partir do trabalho sobre os PARADIGMAS é a GESTÃO DE MUDANÇAS.

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