Gestão de ESTOQUES – Conceitos

INTRODUÇÃO:

Diante de um quadro de competição agressiva, as empresas buscam vantagens na luta por maiores parcelas de marcado por meio de várias alternativas para ter a preferência dos clientes, seja com uma linha variada de produtos, na prestação de serviços diferenciados ou na contenção de custo.

A IMPORTÂNCIA DOS ESTOQUES:

Na indústria e no comércio, a partir dos anos 80, a LOGÍSTICA INTEGRADA e a CADEIA DE SUPRIMENTOS ampliaram gradativamente seu significado.

São duas áreas da empresa envolvidas na ESTRATÉGIA e na diversidade de operações da administração (buscando o menor custo e com o maior lucro): a compra, a movimentação e a armazenagem de matérias primas, produtos semiacabados, produtos acabados, materiais, peças, componentes e acessórios.

O processo inclui a organização e a disponibilidade em SISTEMAS de todas as informações pertinentes envolvendo o controle, contabilização e avaliação. A atividade é finalizada na precisão do atendimento ao cliente e na sua satisfação presente e futura.

Para a Área Contábil-Financeira: ao mesmo tempo, dentro desta condição, a correta GESTÃO DE ESTOQUES se tornou uma das prioridades. A preocupação se justifica, pois, a manutenção de um ESTOQUE apresenta desvantagens financeiras por representar uma parcela significativa do ativo, capital imobilizado. Além disso, há outros custos incluídos como obsolescência, perdas e depreciação.

Para CONTABILIDADE e para condição financeira na apuração do lucro líquido do exercício, o ESTOQUE passou a ser considerado como um dos componentes mais importantes dos ativos (representa recursos investidos) e que exige um INVENTÁRIO rigoroso.

Para a Área Comercial/Marketing: há muito tempo que o mercado apresenta um alto grau incertezas. O perfil dos consumidores está cada vez mais indefinido, com altos e baixos e menor fidelidade às marcas. Cada mercado é um caso diferente, com características peculiares. Assim, mesmo tomando por base estudos e estatísticas confiáveis, é muito difícil prever os índices de consumo e ter uma previsão de vendas correta, que acerte 100% no alvo. Além disso, baixa quantidade disponível poderá significar o risco de perder vendas.

Para a Área de Suprimentos (Compras): o alto grau incertezas do mercado também pode criar dificuldades na obtenção de diversos itens (por escassez), flutuações, atrasos nas entregas ocasionando alternações importantes no LEAD TIME de RESSUPRIMENTO.

Para a Logística: controlar a sequência de todos os eventos em uma CADEIA (de SUPRIMENTOS)em operações que têm início na solicitação de compras, recebimento de material, transporte interno, armazenamento, expedição e a distribuição aos clientes, processos reversos e, em algumas empresas, o descarte ambientalmente correto. 

Para a Área de Produção: o alto grau incertezas e as flutuações na demanda também têm seus reflexos no planejamento e controle da produção: disponibilidade de MATÉRIAS PRIMAS (produtos que, pelo processo de industrialização irão compor diretamente o produto final), PRODUTOS INTERMEDIÁRIOS (ou MATERIAIS SECUNDÁRIOS ou MATERIAIS INTERMEDIÁRIOS – não fazem parte do produto final, mas, são consumidos integralmente na produção), MATERIAL DE EMBALAGEM (materiais não retornáveis que agregam valor ao produto), LEAD TIME de RESSUPRIMENTO, materiais, peças, componentes, acessórios, suprimentos, processamento de produtos semiacabados, movimentação, controle de produtos acabados etc. 

OS INTERESSES SOBRE O ESTOQUE

Quando o tema em discussão é referente ao ESTOQUE, qualquer empresa gostaria de ter uma forma de equilibrar todos os interesses envolvidos. Afinal, o ESTOQUE é um ativo circulante fundamental para poder produzir e vender sem o risco de paralisar as atividades.

Para os especialistas, melhor alternativa está em criar política de estoques adequada para atender aos interesses da empresa e que mantenha os clientes satisfeitos:

ESTRATEGICAMENTE, a empresa desejaria ter estoques menores. Eles são muito interessantes, porém, com o nível mínimo possível e sem a perda da qualidade no atendimento aos clientes e custos mais baixos.

● Por sua vez, os profissionais da área FINANCEIRA solicitam estoques mais baixos minimizando o capital investido. O objetivo é direcionar recursos para melhorar o fluxo de caixa ou investir em atividades que julgam mais interessantes para a empresa. 

A área COMERCIAL pleiteia um estoque maior com variedade e disponibilidade para atender ao mercado de maneira segura.

A área de SUPRIMENTOS prefere uma rotina de COMPRAS mais consistente e constante baseada nas aquisições rotineiras com poucos fornecedores.

● A área de PRODUÇÃO tem a necessidade de trabalhar com uma maior margem de segurança com estoques maiores para evitar problemas no processo produtivo como a necessidade de constantes reprogramações e custos adicionais. 

● Para a área de LOGÍSTICA menores estoques significam uma administração mais simples para suas atividades.

GESTÃO DE ESTOQUES

Para dimensionar o ESTOQUE é preciso definir níveis adequados sem que ocorra a falta ou excesso de materiais e considerar as diversas áreas da empresa (no AMBIENTE INTERNO e no AMBIENTE EXTERNO). A intenção será sempre manter o equilíbrio entre os diversos interesses sobre o ESTOQUE analisando e acompanhando a CURVA ABC, os DADOS e INFORMAÇÕES disponíveis tais como o histórico de vendas, sazonalidade, moda, picos de vendas, concorrentes, fornecedores, tendências e megatendências etc. Esse gerenciamento é denominado GESTÃO DE ESTOQUE, cujo foco é obter o menor custo, maior lucratividade e a satisfação dos clientes.

CUIDADO: um estoque mal gerenciado e desorganizado poderá trazer a falta ou o excesso de produtos e também maiores prejuízos com produtos danificados, extraviados, obsoletos destruídos ou roubados.

O ESTOQUE – DEFINIÇÕES

O assunto é amplo e diversos estudiosos apresentam definições diferentes. O ESTOQUE é um tema relevante, pois é o local que tem movimentação constante. É muito dinâmico e diariamente recebe e movimenta uma grande variedade de itens e tem ligações com todas as outras áreas da empresa.

“… é o conjunto de mercadorias, materiais ou artigos existentes fisicamente no almoxarifado à espera de utilização futura e que permite suprir regularmente os usuários, sem causar interrupções às unidades funcionais da organização”. Fonte: https://www.dicionarioinformal.com.br/estoque/

“… quaisquer quantidades de bens físicos conservados de forma improdutiva por determinado intervalo de tempo, tanto de produtos acabados, como de matérias-primas ou produtos intermediários”. DANIEL AUGUSTO MOREIRA. Introdução a Administração da Produção e Operações. Editora Pioneira. São Paulo, 1996.

“… são acúmulos de matérias-primas, insumos, componentes, produtos em processo e produtos acabados que aparecem em numerosos pontos por todos os canais logísticos e de produção na empresa”. RONALD H. BALLOU. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. Editora Atlas. São Paulo, 2007.

DIFERENÇAS: ARMAZENAGEM e ESTOCAGEM

Armazenagem: é a denominação genérica e ampla que abrange toda e qualquer das atividades do local em que se executa, desde a GUARDA TEMPORÁRIA até a EXPEDIÇÃO dos produtos.

Estocagem: é uma parte da ARMAZENAGEM. É uma das atividades do fluxo de materiais no ARMAZÉM e o ponto destinado à sua LOCALIZAÇÃO ESTÁTICA.

Sugestão de Leitura

CRUZ, JABSON TAMANDARA. Rotinas de estoque e almoxarifado. Editora Senac. Edição 2ª. São Paulo, 2017

MOREIRA, DANIEL AUGUSTO. Introdução a Administração da Produção e Operações. Editora Pioneira. São Paulo, 1998.

BALLOU, RONALD H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Planejamento, Organização e Logística Empresarial. Editora Bookman. Edição 4ª. Porto Alegre, 2001.

GARCIA, EDUARDO SAGGIORO; REIS, LETÍCIA M. T. VALENTE DOS; MACHADO, LEONARDO RODRIGUES. FERREIRA FILHO, V. J. Gestão de estoques: otimizando a logística e a cadeia de suprimentos. Editora E-papers. Edição 1ª. Rio de Janeiro, 2006.

GASNIER, DANIEL G.; BANZATO, EDUARDO; CARILLO, EDSON; MENDES, JERÔNIMO; TOMASELLI, MAURO; MOURA, REINALDO A. Gestão de estoques e suprimentos na cadeia de abastecimento. Editora IMAM. Edição 1ª. São Paulo, 2007.

SILVA, BRÁULIO WILKER. Gestão de Estoques: Planejamento, Execução e Controle. Editora ‏ Bráulio Wilker Silva / BWS Consultoria. João Monlevade, 2019.

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