INTRODUÇÃO:
O termo vem do inglês e significa “EMPODERAMENTO”. A palavra, que recentemente se tornou modismo, já está se transformando em clichê nos debates e discussões sobre assuntos relacionados às minorias. Na maioria dos casos, o “EMPODERAMENTO” está sendo tratado como a solução associada à ideia do aumento de força política e ganho de espaço social dos integrantes de grupos discriminados por sua opção sexual, religião, raça etc.
EMPOWERMENT – Ferramenta de GESTÃO DE MUDANÇAS
Em ADMINISTRAÇÃO, EMPOWERMENT significa dar maior participação aos funcionários nas tarefas através da DESCENTRALIZAÇÃO de poderes, numa gestão aberta e democrática. Mas, há visões diferentes sobre o assunto.
EMPOWERMENT – CONCEITUAÇÃO
A execução do EMPOWERMENT é ligada diretamente a uma GESTÃO que segue CULTURA ORGANIZACIONAL e formas de liderança de estilos participativos.
Também na GESTÃO DE MUDANÇAS, o EMPOWERMENT faz com que os quadros gerenciais deleguem PODER para subordinados de diversos níveis. Porém, é preciso fornecer as INFORMAÇÕES necessárias, concedendo liberdade em processos de TOMADA DE DECISÃO.
O resultado é a maior flexibilidade, rapidez e melhoria nas tarefas diminuindo padrões hierárquicos e minimizando a burocracia. As possibilidades de êxito serão maiores em empresas que fazem o correto compartilhamento de INFORMAÇÕES e que tenham uma estrutura que consinta na formação de EQUIPES de mentalidade INTRAEMPREENDEDORA e com autonomia de trabalho.
EMPOWERMENT – DESCENTRALIZAÇÃO
A execução do EMPOWERMENT procura valer-se do total do potencial do CAPITAL HUMANO disponível. A autonomia prevê o compartilhamento das INFORMAÇÕES essenciais sobre o negócio, produtos, serviços, projetos e tarefas. A DESCENTRALIZAÇÃO permite a ativa participação de colaboradores, arcando com responsabilidades de forma COMPARTILHADA e não de forma isolada. Mas, é preciso DESCENTRALIZAR com critério preservando o que tiver caráter confidencial.
O EMPOWERMENT tem apoio e monitoramento dos GESTORES, muito diferente de interferências. O PODER descentralizado pelos níveis de hierarquia dá maior iniciativa, MOTIVAÇÃO, criatividade, autoconfiança, cooperação, envolvimento nas decisões para os colaboradores ou para a EQUIPE de colaboradores.
EMPOWERMENT – RESISTÊNCIAS
Infelizmente, uma parcela considerável de GESTORES vê a DESCENTRALIZAÇÃO como sinal de desprestígio e fraqueza. E, o fato de ter que delegar a tomada de decisão para subalternos, significa perda de controle e a desconfiança da empresa.
Cuidado: Parece um contrassenso: muitos GESTORES se VITIMIZAM reclamando da falta de tempo para o planejamento, tomada de decisão, gerenciamento de pessoas, controle e condução de suas responsabilidades. Este é um assunto que gera muita controvérsia. Sem nenhuma dúvida, o EMPOWERMENT valoriza funcionários e, talvez, seja este o aspecto de maior temor para os GESTORES. O processo se apresenta como uma saída inteligente. É só aproveitar…
Aos poucos esta visão distorcida vem se transformando. Muitas empresas têm se preocupado em preparar a cultura, mentalidade e estrutura para aplicar o EMPOWERMENT de forma correta. A preparação inclui detalhes e treinamentos em um ambiente favorável ao aprendizado dos funcionários para receber as novas responsabilidades de forma equilibrada.
EMPOWERMENT – VANTAGENS
A prática do EMPOWERMENT quebra PARADIGMAS que tornam a empresa lerda pelos velhos maus hábitos da centralização de decisões. Para os trabalhadores de qualquer área, há a sua valorização e ganhos na condução dos processos internos.
Mesmo o trabalho dos GESTORES se torna diferente. Passa a ser aberto sem descuidar de suas responsabilidades e o seu papel continua sendo o de garantidor de que tudo esteja sendo seguido e realizado de modo correto. Porém, a sua conduta diferenciada constrói um ambiente mais engajado e propício aos talentos.
EMPOWERMENT – CHAVES
Algumas providências são básicas e possuem grande importância para o sucesso. O compartilhamento das informações precisa ser claro e transparente a todos os envolvidos. É o que permite maior grau de confiança no trabalho. A autonomia deve ser verdadeira e os funcionários devem ter profissionalismo e comprometimento maior na compreensão do seu papel. Assim, há maior desenvolvimento de novas competências técnicas, emocionais e comportamentais.
O EMPOWERMENT poderia ser conceituado como a criação ou o fortalecimento do poder decisório nas mãos das pessoas da organização. Pretende-se com a tecnologia, portanto, conceder às pessoas oportunidades de participar ativamente do processo de tomada de decisão (e, também, decidirem). ARAÚJO (2012, P. 295).
O LADO PERVERSO DO EMPOWERMENT
Mas, existe a visão diferente na outra face da mesma moeda. Alguns especialistas citam o EMPOWERMENT como sendo uma sequencia natural do DOWNSIZING. Não necessariamente. O EMPOWERMENT pode ser feito após a REENGENHARIA que executou diversas transformações na empresa, sem diminuir o número de colaboradores. A REENGENHARIA também pode planejar a DESCENTRALIZAÇÃO do PODER dentro de critérios racionais.
O EMPOWERMENT MAROTO
O LADO PERVERSO do EMPOWERMENT está no após DOWNSIZING. O achatamento da pirâmide hierárquica, que pulverizou alguns cargos gerenciais, trouxe alguns dilemas. Apesar da redução de custos e da estrutura mais enxuta, diversas atribuições, que eram exercidas pelos DISPENSADOS, permaneceram e precisam ter continuidade.
Para resolver o problema nada como um EMPOWERMENT (maroto). O processo feito desta forma é muito comum. Prevê a distribuição das RESPONSABILIDADES e atribuições dos que foram demitidos para colaboradores de níveis inferiores. E não significa que o PODER será descentralizado, que não haverá o tradicional acompanhamento rigoroso e nem maior autonomia!
Neste “DAY AFTER” do DOWNSIZING, que vai procurar juntar os cacos, as novas tarefas serão passadas aos funcionários para serem somadas à sua carga normal de trabalho. Ou seja, além do que já está sendo feito no dia-a-dia.
A ideia é “VENDIDA” de maneira enganosa aos funcionários – UM VERDADEIRO CANTO DA SEREIA. O discurso conclama todos ao ENGAJAMENTO suando a camisa ajudando a empresa a se recuperar junto com a promessa de evolução.
A mensagem mostra aos “SOBREVIVENTES” a grande oportunidade de se tornar um GENERALISTA enfrentando novos desafios profissionais, adquirindo novas capacitações, obtendo novos aprendizados etc.
Mas, um dos maiores problemas é que nestas situações os EMPODERADOS muitas vezes podem se achar no direito de exceder o limite da amplitude de seus cargos. E, em reconhecimento ao esforço, o ajuste salarial será feito num momento oportuno quando a empresa se recuperar da atual situação adversa.
Sugestão de Leitura
SANTOS, EDU. A verdadeira concepção do engajamento e motivação: Como liderar o Empoderamento das pessoas. Editora Literare Books International. Edição 1ª. São Paulo, 2017.
ARAUJO, LUÍS CÉSAR G. Organização, sistemas e métodos e as tecnologias de gestão organizacional. Editora Atlas. São Paulo, 2012.
KEN BLANCHARD. CARLOS, JOHN P.; RANDOLPH, ALAN. As 3 chaves do Empowerment. Editora Record. Rio de Janeiro, 2015.
DEVELIN, NICK. Empowerment – Você Não Pode Dá-lo. As Pessoas Precisam Desejá–lo. Editora IMAM. São Paulo, 1995.
KEN BLANCHARD. CARLOS, JOHN P.; RANDOLPH, ALAN. Empowerment – exige mais que um minuto. Editora Objetiva. Rio de Janeiro, 1996.
TRACY, DIANE L. 10 Passos para o Empowerment. Editora Campus. Rio de Janeiro, 1994.