INTRODUÇÃO:
A intensidade do nível de concorrência fez com que as empresas adotassem novos conceitos e técnicas para elevar a sua EFETIVIDADE e a QUALIDADE do que elas se propõem a fazer. No âmbito dos negócios, podemos considerar a busca da QUALIDADE como sendo um trabalho baseado em processos direcionados para a MELHORIA CONTÍNUA de produtos/serviços. Por sua vez, geralmente, esta busca enfrenta resistências por conta da necessidade de mudanças na CULTURA e na mentalidade organizacionais.
A prática destas mudanças exige o conhecimento e a aplicação correta de FERRAMENTAS preciosas que estão disponíveis para os GESTORES. Este é o caminho para que eles encontrem falhas e trabalhem para o desenvolvimento de soluções factíveis para os problemas.
Mas, a obtenção da QUALIDADE implica para a empresa a implantação de uma série de atividades complexas. E, para que elas tenham resultados positivos para a satisfação das necessidades dos clientes, é preciso que todos os esforços sejam coordenados de acordo com um (*) PROCESSO, isto é, um conjunto de meios para se chegar a uma finalidade.
E as empresas tiveram que se remodelar para manter ou elevar sua COMPETITIVIDADE.
Elas se tornaram suas estruturas bem mais enxutas, reduziram custos, criaram arranjos organizacionais de maior flexibilidade, mudaram os relacionamentos com fornecedores, agilizaram fluxos da LOGÍSTICA e, na área de MARKETING, se preocuparam com a pesquisa, desenvolvimento e lançamento de produtos.
As mudanças deixaram de ser eventuais e se tornaram uma prática contínua, permanente. Então, diante das novas condições, a procura por novas filosofias e métodos de trabalho consistentes foi priorizada, em um grande número de empresas, com a GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL (GQT) sistematizando processos e atividades.
A VISÃO DO “SABER PROFUNDO”
Em ADMINISTRAÇÃO, a GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL se transformou em uma filosofia de trabalho que procura formas para empresa passar por uma integração e evolução em busca de novas oportunidades de NEGÓCIOS.
A GQT atua com o ininterrupto desenvolvimento, sem práticas isoladas, mas, com o TODO da empresa integrado e voltado para a INOVAÇÃO. Mesmo que de forma gradativa, o objetivo é inovar, criar novos produtos/serviços compatíveis com as necessidades do mercado, ter flexibilidade, gerar valor para atrair, manter e fidelizar clientes (o foco é o cliente e o PROCESSO está submetido à melhoria permanente).
A GQT também age de maneira que esta evolução integrada se torne um meio de permanente melhoria que transforma a empresa em uma organização de aprendizagem constante (de acordo com PETER SENGE – 1991).
“As organizações que aprendem são aquelas nas quais as pessoas aprimoram continuamente suas capacidades para criar o futuro que realmente gostariam de ver surgir” PETER SENGE.
Segundo o estatístico, professor universitário e autor norte americano WILLIAM EDWARDS DEMING (1900 —1993) é preciso desenvolver a VISÃO DO SABER PROFUNDO em um sistema composto por quatro pilares:
● A visão geral do que é um sistema (a empresa é um conjunto de processos que tem por objetivo cumprirem a sua função).
● Elementos de psicologia (qualquer organização é constituída por PESSOAS com sentimentos e ambições. Se não houver entendimento sobre o que motiva cada um, individualmente, dificilmente poderemos juntar os esforços individuais para atingir o propósito da empresa).
● Elementos da teoria do conhecimento: não é possível fazermos nossas atividades de maneira melhor se não há o APRENDIZADO de alguma coisa nova sobre o que está sendo feito. Construir o CONHECIMENTO é de fundamental importância para aumentar o desempenho da organização.
● Elementos da teoria da variabilidade (há variações em todos os processos e resultados de uma empresa).
PDCA OU PDSA?
As duas METODOLOGIAS têm o intuito de buscar a MELHORIA CONTÍNUA dos PROCESSOS. Contudo, há divergências quanto ao entendimento e o significado destas duas FERRAMENTAS. Existem ligações e diferenciações entre elas quanto à forma e conteúdo, o que vem causado discussões e dúvidas em relação aos que afirmam que elas são a mesma coisa.
O PDCA surgiu nos anos 20 criado por WALTER SHEWART para o controle de PROCESSOS para a solução de problemas. Foi difundido por WILLIAM DEMING para auxiliar a recuperação da indústria japonesa no pós-guerra e se espalhou para outros países no início da década de 1950 (o PDCA ficou conhecido desde então como o CICLO DEMING e utilizado no planejamento e GESTÃO).
O PDSA foi também foi criado por DEMING no final dos anos 80 e início dos anos 90 com a introdução do APRENDIZADO para a melhoria de um produto/serviço ou processo. DEMING entendeu a necessidade da troca da letra C (CHECK – CHECAR/VERIFICAR) pela letra S (STUDY – ESTUDAR), pois, a utilização do PDCA solicitou o APRENDIZADO com a utilização de tudo que havia sido planejado e implementado nas etapas anteriores.
Portanto, STUDY – ESTUDAR traz uma ação muito mais ampla do que simplesmente VERIFICAR. Na opinião de muitos especialistas, o PDSA é um complemento, uma simples atualização do PDCA e a forma de produzir novos conhecimentos e o aprendizado de maneira efetiva dentro das empresas.
O PDSA também é traduzido e conhecido como ORCA (Organizar, Realizar, Clarificar e Atuar) ou PFEA (Planejar, Fazer, Estudar e Atuar) e são métodos aplicados para o controle eficaz e confiável das atividades de uma empresa. Eles permitem melhorias, possibilitam a padronização das informações relacionadas ao CONTROLE DE QUALIDADE e a menor probabilidade de erros e estruturam o processo de aprendizado em todos os níveis. As etapas do PDSA:
1. Planejar (PLAN): observa e determina a mudança a ser testada ou implementada. Desta forma, defino os objetivos, questiona, faz predições e verifica os dados e informações necessárias (O que? Por quê? Quem? Onde? e Quando?).
2. Executar (DO): realizar o teste ou a mudança.
3. Estudar (STUDY): coletar todos os DADOS e INFORMAÇÕES antes, durante e depois dos testes (ou implementação) para as devidas comparações, análises das consequências, resumo e observação cuidadosa para construir APRENDIZADO e CONHECIMENTO.
4. Agir (ACT): efetuar as correções necessárias e planejar o próximo ciclo de mudança.
OUTRAS METODOLOGIAS
A – IDOV
Identificar – IDENTIFY: começa com o desenvolvimento formalizado de um projeto com o objetivo de atender às especificações do cliente.
Desenvolver – DESIGN: todas as especificações do cliente são transformadas em requisitos e alternativas funcionais com um processo de redução na relação de soluções possíveis para filtrar as alternativas mais viáveis.
Otimizar – OPTIMIZE: se faz necessário o uso de um método adequado para a coleta de DADOS e uma boa análise estatística.
Validar – VALIDATE: esta fase vai validar todos os DADOS obtidos.
B – DCCDI
Definir – DEFINE: estabelece os objetivos e as reais necessidades dos clientes.
Cliente – CUSTOMER: esta fase encerra todas as análises feitas para atender o cliente.
Conceito – CONCEPT: as ideias de conceito são estudadas e é feito o desenvolvimento e revisão de todas as alternativas escolhidas.
DESIGN: é feito para atender as especificações de projeto
Implementação – IMPLEMENTATION: nesta fase a implementação está completa e a comercialização do produto ou serviço já pode ser efetuada.
C – DMEDI
Definir – DEFINE: estabelece os objetivos e as reais necessidades dos clientes.
Medidas – MEASURE: esta etapa efetua as medições de todos os parâmetros relacionados ao projeto.
Explorar – EXPLORE: produz um projeto viável para um novo processo.
Desenvolvimento – DEVELOP: apresenta o projeto ideal de acordo com todos os requisitos definidos pelo cliente.
Implementação – IMPLEMENT: o produto começa a ser produzido em larga escala.
A metodologia DMEDI tem abordagem criativa voltada para o desenvolvimento de novos processos, produtos e serviços com benefícios que sejam competitivos.
Cuidado: não importa qual ferramenta o GESTOR escolher. O que realmente vai ter importância é a sua efetiva aplicação para a solução de problemas e a busca pela QUALIDADE.
(*) PROCESSO: a palavra tem origem no Latim “PROCESSOS” (substantivo) e no verbo “PROCEDĔRE” e no francês antigo como “PROCES”. Significa PRO (para frente) e CEDER (caminhar, ir ou marchar).
Sem um processo não será possível haver um produto/serviço e não poderá haver um produto/serviço se não existir um PROCESSO.
Um PROCESSO é uma sequência de tarefas inter-relacionadas que, seguindo uma lógica, direcionam várias atividades que, quando executadas produzem os resultados esperados. Qualquer empresa pode ser entendida como um conjunto de PROCESSOS executados.
Sugestão de Leitura
DEMING, W. EDWARDS. Qualidade: A revolução da Administração. Editora Marques Saraiva. Edição 1ª. Rio de Janeiro, 1990.
SENGE, PETER M.A Quinta Disciplina. Arte e Prática da Organização que Aprende. Editora Best Seller. Edição 29ª. São Paulo, 2013.
TERRA, JOSÉ CLAÚDIO C. Gestão do Conhecimento; o grande desafio empresarial. Editora Negócio. São Paulo, 2000.