INTRODUÇÃO:
Atualmente, todos os participantes de algum ramo de atividade estão diante de uma série de interesses e impactos de diferentes grupos e pessoas. Em especial, as grandes corporações têm voltado suas atenções não só para os seus proprietários e acionistas. Outros grupos também são considerados: colaboradores, clientes ou os grupos entendidos como de interesse público (organizações ambientais, organizações não governamentais, parceiros, imprensa, comunidades etc.).
A lista é variada em função da situação de cada organização e, deste modo, todos os negócios operam dentro de um sistema de desejos e influências muito complexo. A GESTÃO deve analisar e avaliar essas forças para equilibrá-las aos objetivos da empresa. Os indivíduos ou grupos (STAKEHOLDERS ou PARTES INTERESSADAS OU INTERVENIENTES – PI’S) dependem da organização para atingir seus objetivos e, por sua vez, a empresa também depende deles para atingir seus objetivos.
CUIDADO: entender a influência dos STAKEHOLDERS sobre os negócios requer um estudo cuidadoso. Por mais que pareça repetitivo, é preciso sempre salientar que eles são fundamentais na GESTÃO E ANÁLISE DE PROJETOS e no PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO.
A partir do momento que uma empresa ou START UP tiver EMPATIA e considerar o ponto de vista dos STAKEHOLDERS (como eles “ENXERGAM” a empresa), ela poderá contar com uma importante ferramenta de GESTÃO e se beneficiar dos relacionamentos. Assim, será possível detectar antecipadamente sinais dos conflitos que poderão surgir e criar soluções para problemas futuros.
O resultado obtido vai exigir muita atenção diante das diversas variáveis e das questões que vão influenciar os processos da empresa. As várias formas de interação com os STAKEHOLDERS devem ser entendidas como uma grande oportunidade para que as empresas também desenvolvam sua INTELIGÊNCIA COMPETITIVA.
QUESTÕES
O GERENCIAMENTO DE STAKEHOLDERS envolve três questões importantes. A IDENTIFICAÇÃO das pessoas ou grupos que deverão impactar a empresa e os seus negócios, as formas de comunicação e RELACIONAMENTO com as pessoas ou grupos e como trabalhar para o seu ENGAJAMENTO (interagir para torná-las mais próximas e envolvidas).
O ENGAJAMENTO
Gerenciar o ENGAJAMENTO é uma parte que deve ser prevista em planos estratégicos. É básico para que a empresa responda aos seus públicos e às suas necessidades e expectativas em constante mutação. Para os GESTORES e estudiosos do GERENCIAMENTO DE STAKEHOLDERS, o ENGAJAMENTO tem gerado muita contestação.
Nos últimos anos, a INTERNET DAS COISAS fez com que as pessoas ou grupos ampliassem, cada vez mais, o acesso à INFORMAÇÃO pelas redes sociais e possibilitou uma maior proximidade com as empresas. O processo foi acelerado pela PANDEMIA do COVID-19, ISOLAMENTO SOCIAL, HOME OFFICE e todas as novas situações decorrentes.
Sem nenhuma dúvida, o NOVO NORMAL abriu oportunidades de INOVAÇÃO para as organizações. Logo, foi preciso repensar e criar uma forma de GESTÃO mais atuante, com capacidade de respostas rápidas e voltadas para a INTERAÇÃO com os diversos públicos.
Diante do cenário atual, as empresas precisaram reforçar RELACIONAMENTOS para a CRIAÇÃO DE VALOR, em um trabalho incessante de ENGAJAMENTO que concede destaque ao seu CONCEITO CORPORATIVO.
Mas, a polêmica em torno do assunto se refere a algumas condições: para quais STAKEHOLDERS a empresa deseja ou precisa ser aberta e qual a definição clara dos limites até onde esta abertura deve ser estabelecida. Ou seja, dependendo do STAKEHOLDER e mediante os riscos envolvidos, até que ponto a empresa deve assentir no ENGAJAMENTO?
Cada STAKEHOLDER tem um propósito próprio e um objetivo diferente do outro em relação à empresa. Cabe aos GESTORES criar ESTRATÉGIAS com uma COMUNICAÇÃO mais adequada. Esta fase também permite uma análise mais apurada fazendo com que…
…os erros de percepção sobre os STAKEHOLDERS sejam corrigidos.
…o planejamento e estratégia adotada sejam alterados.
…ocorra o compartilhamento de conhecimentos e inovações.
…haja o fortalecimento da marca e a CRIAÇÃO DE VALOR.
ALTERNATIVAS PARA O ENGAJAMENTO
Cada STAKEHOLDER pode influenciar a empresa para adotar uma maneira de ENGAJAMENTO (presencial ou virtual) através de encontros, conferências, reuniões, abordagem direta, workshops ou grupos comunitários. Para os especialistas a fórmula mais viável para o ENGAJAMENTO segue duas ideias básicas:
1 – RELACIONAMENTOS: criar um bom RELACIONAMENTO contando com uma COMUNICAÇÃO aberta com cada grupo, em um diálogo estabelecido de forma objetiva, simples e de via de mão dupla. É a melhor forma de gerenciar riscos e agregar valor à organização. Infelizmente, excetuando as grandes empresas, a maioria das organizações não prioriza o ENGAJAMENTO como sendo uma questão importante – principalmente no EMPREENDEDORISMO.
2 – PROXIMIDADE: a princípio, procurar uma abordagem com os STAKEHOLDERS internos e expandi-la para o ambiente externo. Mas, é preciso filtrar os grupos e definir limites conforme o nível da relação pretendido ou já estabelecido. É uma PROXIMIDADE baseada em confiança, reciprocidade, sinergia e na reputação de ambas as partes (empresa e STAKEHOLDER).
PRINCIPAIS PARTICIPANTES DO ENGAJAMENTO
1 – COLABORADORES: para muitos, a MOTIVAÇÃO e o COMPROMETIMENTO dos funcionários é o primeiro desafio.
É preciso criar EQUIPES mais motivadas utilizando políticas de identificação com a CULTURA ORGANIZACIONAL, investimentos em DESENVOLVIMENTO PESSOAL, encarreiramento e RETENÇÃO DE TALENTOS. A empresa acredita nos seus colaboradores e, por sua vez, os colaboradores acreditam na empresa.
2 – CONSUMIDORES: nos anos anteriores ao NOVO NORMAL já havia uma forte tendência de mudança no perfil dos CONSUMIDORES. A partir do uso da INTERNET e do acesso á INFORMAÇÃO eles se tornaram muito mais exigentes, EMPODERADOS, conscientes de suas possibilidades e do seu posicionamento diante das empresas. Bons preços e produtos de qualidade não são mais suficientes para criar um encantamento ou a FIDELIZAÇÃO por uma marca – é preciso muito mais que isso.
Um plano de MARKETING pode criar alternativas muito interessantes para que a escolha dos CONSUMIDORES recaia sobre os produtos da empresa: eles têm desejos e necessidades a serem supridas, querem ser conquistados, ter bom relacionamento, benefícios de programas de fidelidade, espaço para o diálogo, FEEDBACKS, acesso e proximidade com a empresa, mecanismos de atendimento personalizado, notar diferenciais etc.
3 – CLIENTES: na área comercial os CLIENTES de maior importância devem ter uma maior proximidade, com base em duas alternativas de negociação:
NEGOCIAÇÃO DISTRIBUTIVA: conhecida como GANHA X PERDE, onde o processo de vendas será favorável para um lado em relação ao outro. As vantagens serão repartidas entre as partes envolvidas.
NEGOCIAÇÃO INTEGRATIVA: conhecida como GANHA X GANHA, onde o processo de venda é realizado com equilíbrio e com a troca de vantagens e concessões em benefício das partes envolvidas.
As duas alternativas de negociação também poderão ser aplicadas com os principais FORNECEDORES para a manutenção de um vínculo mais forte.
OUTRAS VISÕES SOBRE O ENGAJAMENTO
Os estudos sobre o ENGAJAMENTO DOS STAKEHOLDERS evoluíram e abandonaram a antiga ideia de valorizar somente os acionistas, investidores ou as variações apenas baseadas em relação ao seu grau de importância para as empresas.
1 – INDIVIDUALIZANDO: outras análises têm mostrado abordagens diferentes que entendem o ENGAJAMENTO como um trabalho de maior extensão para os GESTORES. Ao ampliar a percepção detalhada de cada um dos STAKEHOLDERS, individualizando seus atributos e a legitimidade dos seus interesses, as empresas poderão criar estratégias singulares, mais concretas e sem distorções. O desafio é verificar necessidades e demandas, criteriosamente, objetivando prever riscos, antecipar soluções e planejar a manutenção de um RELACIONAMENTO positivo.
A partir do momento em que a empresa verifique o que cada um dos STAKEHOLDERS tem como prioridade, a METODOLOGIA para a construção do ENGAJAMENTO fica a critério dos GESTORES, podendo utilizar:
CONSULTAS e IDENTIFICAÇÃO: o levantamento sobre as questões mais relevantes para a empresa e para os STAKEHOLDERS.
ANÁLISE e MAPEAMENTO: avaliar a real importância para a empresa eo seu potencial para influenciar a estratégia. Se os GESTORES não atuarem corretamente nesta fase, comprovando os interesses e o grau de influência de cada STAKEHOLDER, eles poderão ter sérios problemas.
RELACIONAMENTO: construir a melhor forma de proximidade.
2 – NÍVEL DE CONFIANÇA: outras visões também levam em conta a construção de um alto nível de confiança, ÉTICA e boa reputação pelo compartilhamento das responsabilidades. Portanto, o ENGAJAMENTO é um cenário onde ambas as partes, empresa e STAKEHOLDERS, têm um RELACIONAMENTO harmonioso e são beneficiadas com a NEGOCIAÇÃO DISTRIBUTIVA (GANHA X GANHA).