3 – Teoria Transitiva – Ordway Tead

INTRODUÇÃO:

No início dos anos 20, os conceitos da Administração passaram por mudanças que, de certa maneira, se anteciparam à TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS. Alguns autores deram início a um trabalho, mudando o foco para os aspectos psicológicos e sociais, substituindo a ênfase mecanicista das tarefas do operário (TAYLORISMO), a ênfase sobre a estrutura da organização e a preocupação apenas com a organização formal (FAYOLISMO).

O desenvolvimento da PSICOLOGIA e da SOCIOLOGIA deu novas visões ao estudo da ADMINISTRAÇÃO. Estas ciências consideraram a ORGANIZAÇÃO INFORMAL, as PESSOAS e os seus grupos sociais, dos quais elas faziam parte no local de trabalho.

Os estudos, que posteriormente ficariam conhecidos como TEORIAS TRANSITIVAS não criaram um conjunto sistematizado de conhecimentos. Por isso, muitos especialistas em ADMINISTRAÇÃO não consideram estas ideias como sendo uma TEORIA. Todavia, decerto, foram autores que reformularam ou apresentaram novos conceitos.

ORDWAY TEAD (1891-1973)

Foi um teórico organizacional americano, naturalista, humanista e professor adjunto de RELAÇÕES INDUSTRIAIS na UNIVERSIDADE DE COLUMBIA (1920–1956).

De 1938 a 1953 foi presidente do CONSELHO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR DA CIDADE DE NOVA YORK, primeiro presidente da SAM – SOCIEDADE PARA O AVANÇO DA ADMINISTRAÇÃO (1936–1937) e autor de diversos livros.

A ADMINISTRAÇÃO É UMA ARTE

TEAD se popularizou nos EUA durante a década de 1920 com a ideia de que a ADMINISTRAÇÃO não deveria ter a preocupação e o rigor científico. Ele a colocava como sendo uma das Belas Artes (pintura, escultura, arquitetura, música e poesia) que exige dons especiais e o conhecimento da NATUREZA HUMANA.

A princípio, ele abordou a PSICOLOGIA DO OPERÁRIO, mostrando a relação existente entre as AMBIÇÕES e os TEMORES e sua REALIDADE NO TRABALHO. A seguir, mostrou que a COMPREENSÃO do COMPORTAMENTO ADMINISTRATIVO deve partir do CONHECIMENTO DA NATUREZA HUMANA.

Na opinião de TEAD, o conhecimento acumulado ainda não seria suficiente para dar à ADMINISTRAÇÃO um conceito de uma CIÊNCIA. Porém, demonstra que há um conjunto de atitudes, critérios e métodos que podem ser úteis, senão essenciais, em muitos tipos de organizações e situações. Equilibrar este CONJUNTO exige grande habilidade, discernimento e fortaleza moral: esta é a ARTE DA ADMINISTRAÇÃO.

ADMINISTRAÇÃO – CONJUNTO DE ATIVIDADES

As atividades são feitas por indivíduos EXECUTORES, que numa organização têm a missão de ORDENAR, MOVIMENTAR e FACILITAR esforços associados de um grupo para alcançar OBJETIVOS previamente fixados. É a estreita associação de PESSOAS (subordinantes e subordinadas). Os esforços associados só terão resultados se a organização for bem administrada e nenhuma organização pode deixar de Analisar, Compreender e colocar em Ação as atividades administrativas.

ORDWAY TEAD – O EDUCADOR

De acordo com ORDWAY TEAD, o administrador é um PROFISSIONAL e um EDUCADOR. Seu papel é influenciar PESSOAS, o que exige sua contínua e intensa atividade educativa.

O SUCESSO DA ORGANIZAÇÃO

Depende de que os subordinados (PESSOAS) aceitem os OBJETIVOS a serem alcançados, sendo que, alguns deles têm maior apelo e aceitação em relação a outros. Os OBJETIVOS que uma ORGANIZAÇÃO geralmente quer alcançar são:

● – Objetivos legais estatutários ou regulamentais.

● – Objetivos Funcionais (fornecer produtos ou serviços aos consumidores).

● – Objetivos Técnicos (processos e equipamentos).

● – Lucro.

● – Objetivos Pessoais e Públicos.

FORMULAÇÃO DOS OBJETIVOS DA ORGANIZAÇÃO

Os OBJETIVOS podem ser formulados de três maneiras: com a escolha dos objetivos sendo compartilhada pelo conjunto, que haja o sentimento de liberdade e vontade de colaborar com o melhor esforço criador e que haja LIDERANÇA pessoal estimulante. Como consequência lógica, um resultado total que engrandeça as finalidades da organização.

A LIDERANÇA

Partindo da ideia que ADMINISTRAR é uma ARTE, cada chefe deve ser um LÍDER, com capacidade de influenciar as PESSOAS a ele subordinadas, de acordo com a hierarquia. Uma das grandes preocupações de TEAD foi conceituar a LIDERANÇA, bem como estudar os processos nos quais o LÍDER influencia seus subordinados.

A LIDERANÇA COMO SÍMBOLO DA DEMOCRACIA

O LÍDER é necessariamente um AGENTE MORAL e, principalmente, SÍMBOLO DA DEMOCRACIA dentro da organização:  

● – A ADMINISTRAÇÃO é democrática.  

● – Os objetivos são compartilhados com o grupo de trabalho.

● – Todos devem contribuir para o esforço criador.

● – Todos os esforços são em prol das finalidades da organização.

● – O “material humano” deve ser valorizado.

● – O sucesso da organização depende do grau de aceitação e envolvimento do trabalhador nos objetivos estabelecidos.

● – O ADMINISTRADOR influencia.

Livros:

INSTINCTS IN INDUSTRY, A STUDY OF WORKING-CLASS PSYCHOLOGY. (Instintos na Indústria, um estudo da Psicologia da classe trabalhadora), 1918

 

HUMAN NATURE AND MANAGEMENT: THE APPLICATIONS OF PSYCHOLOGY TO EXECUTIVE LEADERSHIP. (Natureza Humana e Gestão: Aplicação de Psicologia de Liderança Executiva), 1933.

THE ART OF LEADERSHIP (A arte da liderança), 1935.

HENRY CLAYTON METCALF  (1867-1942)

Foi professor americano de CIÊNCIA POLÍTICA e um dos primeiros teóricos da organização. Ficou conhecido por suas publicações sobre administração com ORDWAY TEAD e LYNDALL URWICK.

No livro ADMINISTRAÇÃO DE PESSOAL (1920), TEAD e METCALF explicaram como estabelecer os princípios e as melhores práticas da Administração para promover RELAÇÕES HUMANAS corretas na indústria.

De acordo com os autores, elas eram a garantia da produtividade devido à cooperação humana, ao interesse e ao poder criativo. O livro inclui todos os esforços referentes à gestão de pessoas, emprego, saúde, segurança, treinamento, pesquisa de pessoal, serviços e relações conjuntas.

PERSONNEL ADMINISTRATION: ITS PRINCIPLES AND PRACTICE. (Administração de Pessoal: seus princípios e práticas), 1920. Com HENRY CLAYTON METCALF.

Sugestão de Leitura

TEAD, ORDWAY. A ARTE DA ADMINISTRAÇÃO. –trad.: CELINA R. COLLETT SOLBERG Editora Agir, São Paulo, 1956.

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