2 – O Ciclo OODA

INTRODUÇÃO:

No momento, o assunto que mais tem preocupado as organizações de qualquer ramo de negócio tem sido a manutenção da COMPETITIVIDADE. Ela é entendida como a competência na execução de ações para alcançar objetivos organizacionais, superar concorrentes, ter continuidade ao satisfazer necessidades e expectativas do seu público alvo e com crescimento sustentável. A COMPETITIVIDADE está relacionada com qualidade das TOMADAS DE DECISÕES por parte dos seus dirigentes. E o CICLO OODA tem e tornado em uma ferramenta versátil e que pode ser usado em qualquer situação. 

O USO DO CICLO OODA

O CICLO criado pelo coronel JOHN R. BOYD (1927-1997) teve como base a suas experiências em combates aéreos na GUERRA DA CORÉIA. Mesmo tendo sido criado originalmente dentro do âmbito militar, o CICLO OODA pode ser aplicado como um modelo mental para TOMADA DE DECISÕES em situações onde  a RAPIDEZ e a AGILIDADE são indispensáveis.

O CICLO foi moldado e aproveitado como mais uma ferramenta de GESTÃO no meio corporativo nas áreas de MARKETING (uma mudança de comportamento dos seus consumidores), INFORMÁTICA (na segurança cibernética) etc. para elevar a qualidade e a segurança nas DECISÕES e a COMPETITIVIDADE. Desta forma, ele foi se transformando em uma alternativa para situações que solicitem respostas rápidas frente às condições que o mercado apresenta: incertezas, imprevisibilidade, situações confusas ou mesmo um processo evolutivo.

Contudo, é de extrema importância a habilidade na coleta, na qualidade e no fluxo das INFORMAÇÕES, ter FEEDBACKS e avaliar com precisão os passos dos concorrentes (exame minucioso do ambiente externo e o desempenho da empresa). É preciso ter cautela. Os DADOS e as INFORMAÇÕES coletadas precisam ser avaliados e contextualizados para que o processo decisório tenha rapidez e, simultaneamente, forneça a decisão mais acertada.

É inútil para uma organização tenha uma infinidade de INFORMAÇÕES acreditando erroneamente que a quantidade será a garantida da VANTAGEM COMPETITIVA.

A VANTAGEM COMPETITIVA é o resultado de tomar melhores decisões baseadas nas fases de OBSERVAÇÃO e ORIENTAÇÃO para ter condições organizar as INFORMAÇÕES de modo a apresentar uma circunstância real e precisa do ambiente de negócios. As INFORMAÇÕES corretas tornam as decisões bem mais velozes e inteligentes.

O TEMPO

Por sua experiência, JOHN BOYD afirmava que a vantagem no combate aéreo estava em conseguir executar o CICLO em um espaço de tempo mais rápido possível. Quanto mais rápido o piloto fosse para fazer o CICLO, mais ele se tornaria imprevisível para o seu oponente para ANTECIPAR uma reação.

Então, em uma comparação, para o GESTOR deverá desenvolver a capacidade de aplicar o ciclo de forma rápida, automática em um curto espaço de tempo – quase por INTUIÇÃO. Portanto, o segredo do OODA está em minimizar o tempo de reação em condições extremas, de alto risco e torná-lo o mais curto possível.

ESTÍMULO E RESPOSTA

Em uma forma mais simples, o OODA tem somente um ESTÍMULO e uma RESPOSTA. No ambiente corporativo a capacidade de tomar decisões mais rápidas que a concorrência é crucial. Mas, poderá haver conjunturas com mais de um ESTÍMULO ou RESPOSTA e várias alternativas disponíveis como RESPOSTA a um ESTÍMULO. Invariavelmente, há o atraso nas decisões e o êxito do CICLO OODA depende da quantidade de tempo que se leva para dar uma RESPOSTA.

Contudo, há alguns componentes que poderão exercer influência sobre o processo do OODA tais como:

1 – O número de cenários potenciais que a empresa tenciona atuar. 

2 – Não se ater e negligenciar que um acontecimento, em particular, ocorreu e não foram tomadas providências de imediato.

3 – As dificuldades diante do ESTÍMULO recebido que, em geral, poderão estar em constante evolução ou mudança.

4 – O nível de INTUIÇÃO diante ao estímulo recebido.

5 – A necessidade de anuência de outros participantes da organização antes de efetuar a RESPOSTA.

6 – O desgaste emocional dos participantes do ambiente da organização.

7 – O nível de confiança existente entre os membros dentro da EQUIPE para ter confiança nas DECISÕES.

8 – A clareza e a definição dos OBJETIVOS da organização.

9 – A CULTURA ORGANIZACIONAL e a filosofia de trabalho da organização.

AVALIAÇÃO DO CICLO OODA

Como todas as ferramentas disponíveis na GESTÃO, o CICLO OODA não deixou de apresentar vantagens e desvantagens, bem como não ficou isento de receber críticas.

– VANTAGENS

● Permite a TOMADA DE DECISÕES mais rápida e simples.

● Capacita os profissionais para ter uma reação mais rápida.

● Poderá diminuir o atrito e o desgaste entre os envolvidos na TOMADA DE DECISÕES.

● Possibilita condições de trabalho com maior dinamismo, flexibilidade, criatividade e a inovação para favorecer a COMPETITIVIDADE. O CICLO OODA não é somente um processo de decisão. Também é visto como um sistema de aprendizado.

● Eleva a CONSCIÊNCIA SITUACIONAL dos participantes e da organização.

● Traz mais transparência à organização. 

● Prioriza a preparação como o mecanismo para a TOMADA DE DECISÃO mais segura.

– DESVANTAGENS

● Dependendo da CULTURA ORGANIZACIONAL o ciclo poderá ser rejeitado ou ter diversas interpretações. 

● A TOMADA DE DECISÕES precipitada pela rapidez poderá elevar o nível de risco e erro para a organização. Em sequencia, poderá ser mais complexo corrigir a DECISÃO tomada. 

● É preciso muito cuidado com a INTUIÇÃO. Nem sempre ela funciona a contento e pode criar uma sensação de infalibilidade.

● Poderá criar um ciclo de repetições em situações similares, que nem sempre dão um resultado positivo – cada ESTÍMULO que se apresenta nem sempre requer a mesma RESPOSTA.

● Há o risco de competição entre os participantes da EQUIPE.

● É preciso lembrar que os rivais também podem estar utilizando o CICLO OODA.

● O OODA pode ser benéfico para que as organizações reavaliem e refletirem a respeito dos resultados das decisões que foram tomadas. 

CRÍTICAS AO CICLO OODA

Os especialistas em ADMINITRAÇÃO apontam algumas críticas quanto à eficácia do CICLO OODA:

● É pouco flexível, é um processo óbvio, arriscado (como um combate aéreo) e uma perda de tempo. 

● Se o processo do CICLO OODA é instintivo e segue baseado na INTUIÇÃO, então ele não necessita ser explicado detalhadamente – é só ter as INFORMAÇÕES corretas. A finalidade de tomar as DECISÕES em um processo mais rápido do que a concorrência é uma iniciativa explícita – pouco importa a forma ou método de TOMADA DE DECISÃO escolhido.

● O OODA é similar ao CICLO PDCA (PLAN – DO – CHECK – ACT) criado por WILLIAM EDWARDS DEMING. O PDCA um processo para a melhoria contínua e é dividido em quatro partes. O modelo se inicia identificando um problema e reunindo DADOS e INFORMAÇÕES relevantes para a causa do problema. Todas as INFORMAÇÕES servirão no desenvolvimento de uma solução. 

● O OODA é similar a ANÁLISE SWOT, que levanta os pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças para verificar quaisquer fatores internos ou externos que possam afetar a organização. 

● O OODA e sua velocidade trazem o risco de criar uma decisão “superficial” ou a mais conveniente naquele instante. Em muitas oportunidades, será mais sábio tomar uma decisão com mais calma, ponderada, com análise criteriosa das varáveis e das INFORMAÇÕES.

O OODA é viável em situações reais de urgência, em casos muito graves nos quais a rapidez é, de fato,  imprescindível.

Apesar das críticas, não se pode menosprezar o trabalho do coronel  JOHN R. BOYD. Ele foi observador e criativo tendo por base uma situação que envolvia o risco de morte em combate, e que depois, foi aproveitada em outras áreas. Ser observador e criativo, infelizmente, são qualidades que faltam a muitos administradores…

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