1 – As origens da GESTÃO AMBIENTAL

INTRODUÇÃO:

A crescente importância da relação entre SOCIEDADE e MEIO AMBIENTE (ou relação HOMEM-NATUREZA) resultou no desenvolvimento no âmbito empresarial da GESTÃO AMBIENTAL. E este desenvolvimento aconteceu, não somente em seu ambiente externo, como também em seu ambiente interno: em muitas empresas, de mentalidade atualizada, a GESTÃO AMBIENTAL é parte integrante da CULTURA ORGANIZACIONAL.

DEFINIÇÃO

A GESTÃO AMBIENTAL é uma forma de administração que enfatiza a SUSTENTABILIDADE. E desta forma, esta modalidade de GESTÃO tem por objetivo o uso de práticas e métodos administrativos que reduzam, ao máximo, o IMPACTO AMBIENTAL das atividades sobre os recursos naturais (renováveis ou não renováveis).

“Gestão ambiental envolve planejamento, organização, e orienta a empresa a alcançar metas (ambientais) especificas, em uma analogia, por exemplo, com o que ocorre com a gestão de qualidade. Um aspecto relevante da gestão ambiental é que sua introdução requer decisões nos níveis mais elevados da administração e, portanto, envia uma clara mensagem à organização de que se trata de um compromisso corporativo. A gestão ambiental pode se tornar também um importante instrumento para as organizações em suas relações com consumidores, o público em geral, companhias de seguro, agências governamentais etc.” (LARS J. NILSSON, 1998, p. 134).

MUDANÇA DE CONCEITO

Principalmente em relação às atividades fabris, desde a REVOLUÇÃO INDUSTRIAL do Século XVIII muito pouco foi feito para amenizar as agressões ao MEIO AMBIENTE. A indústria, por se tratar de uma atividade de transformação, é a maior fonte de impactos e tem uma relação muito forte com a questão ambiental. Nem mesmos os estragos provocados pelas duas guerras mundiais foram suficientes para uma sensibilização mais efetiva.    

Nos anos iniciais da década de 70, estas questões ainda eram vistas como mais uma fonte de custos e eventualmente cumpridas segundo leis nacionais e internacionais. Ou então, era considerado um assunto ligado às ideias de grupos de jovens que seguiam conceitos exóticos e rebeldes como forma de questionar a sociedade.

Houve uma mudança neste conceito. Somente nas últimas três décadas do século XX que as questões ambientais passaram a ser debatidas com profundidade: hoje, os problemas relativos ao MEIO AMBIENTE deixaram de ser uma reação por exigências da lei. Eles ser tornaram parte das ações estratégicas, provocaram transformações na estrutura organizacional, trouxeram benefícios e se tornaram oportunidades para novos negócios.

Então, a GESTÃO AMBIENTAL passou a fazer parte da política da empresa desde os planos de trabalho, execução e dentro de uma visão comprometida com ações direcionadas à preservação.

A GESTÃO AMBIENTAL também possibilitou ganhos de produtividade, evolução técnica com inovações nos processos e a redução de custos com a substituição ou reciclagem de diversos materiais. Ao mesmo tempo, as empresas aprenderam a trabalhar com disposição final correta de rejeitos, obtiveram maior qualidade, segurança no ambiente de trabalho e a redução da poluição.

Desta forma, os problemas ambientais ganharam em importância e envolveram governos, empresas, sociedade civil e o mundo acadêmico (atividades de ensino, pesquisa e extensão para desenvolver a educação ambiental).

A EVOLUÇÃO DA GESTÃO AMBIENTAL

A preocupação com o MEIO AMBIENTE surgiu a partir do final da década de 60, evoluiu e se tornou mais evidente nas décadas de 80 e 90:

– DÉCADA DE 70:

A – PROGRAMA HOMEM E BIOSFERA: em 1970 a UNESCO lançou este programa e organizou uma rede de áreas protegidas (RESERVAS DA BIOSFERA) representando os diferentes ECOSSISTEMAS da Terra. Segundo o programa, os países proponentes se comprometeram e se responsabilizaram em manter e desenvolver as RESERVAS.

B – Ainda no início da década de 1970, os governos dos países desenvolvidos passaram a cobrar das empresas uma relação menos nociva entre suas atividades e o MEIO AMBIENTE

C – GREENPEACE:  é uma organização não governamental fundada em 1971 no Canadá por americanos.

Seus primeiros membros e ativistas  vieram de comunidades QUAKERS e das comunidades HIPPIES  que imigraram para o Canadá por não concordarem com o envolvimento dos EUA na Guerra do Vietnã.

Sua sede atual está em Amsterdã (Holanda), conta com escritórios espalhados em 40 países e reúne cerca de três milhões de colaboradores em todo o mundo que doam quantias mensais. O GREENPEACE faz a sensibilização da opinião pública pela publicidade e demais meios de comunicação. Tem por base a atuação nos seus pilares filosóficos e morais da desobediência civil e ações diretas.

D – Conferência das NAÇÕES UNIDAS sobre o Meio Ambiente: realizada em Estocolmo (1972) e teve uma repercussão maior em decorrência dos crescentes problemas ambientais.

Nos anos seguintes, os estudiosos começaram a relacionar problemas sociais e a pobreza de diversos países com os danos ao MEIO AMBIENTE.

E – Primeira CONFERÊNCIA INTERGOVERNAMENTAL sobre Educação Ambiental: a UNESCO organizou em Tbilisi (1977) uma conferência sobre EDUCAÇÃO AMBIENTAL e elaborou os princípios, as estratégias e as ações orientadoras sobre o tema. 

Sugestão de Leitura

DONAIRE, DENIS; OLIVEIRA, EDENIS CESAR DE. Gestão ambiental na Empresa – Fundamentos e Aplicações. Editora Atlas. Edição 3ª. São Paulo, 2018.

KRIEGER, MARIA DA GRAÇA. Glossário de gestão ambiental. Editora Disal. Edição 1ª. Ribeirão Preto, 2006.

ASSUMPÇÃO, LUIZ FERNANDO JOLY. Sistema de Gestão Ambiental – Manual Prático para Implementação de SGA e Certificação ISO 14.001/2015. Editora Juruá. Edição 5ª. Curitiba, 2018.

JABBOUR, CHARBEL JOSÉ CHIAPPETTA; JABBOUR, ANA BEATRIZ LOPES DE SOUSA. Gestão Ambiental nas Organizações. Editora Atlas. Edição 3ª. São Paulo, 2013.

Academia Pearson/DENISE CURY. Gestão Ambiental. Editora Pearson Universidades. Edição 1ª. São Paulo, 2010.

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