CGA – Comitê de Gestão Ambiental

INTRODUÇÃO:

COMITÊ é uma palavra que tem origem no francês “COMITÉ’.   Design um grupo de indivíduos, escolhidos de um grupo maior, a que foi concedido o poder de decidir em nome dos demais para examinar e avaliar determinados assuntos ou questões de interesse comum.  No caso do SGA, por ser um assunto muito específico, é comum que as indústrias formem um COMITÊ especialmente designado para questões ambientais.

COMITÊ DE GESTÃO AMBIENTAL (CGA):

É uma condição contida na norma ISO 14001.  Os seus trabalhos geram sinergia, dão suporte à direção da empresa na formulação de políticas de gestão ambiental, incentivam e promovem ações na empresa (e na comunidade), relacionadas à conservação do meio ambiente. Simultaneamente, atua em pesquisas e extensão, em procedimentos administrativos e atividades de ensino.

A criação do COMITÊ é justificada em função do acompanhamento do SGA por profissionais especialmente indicados.

O CGA reavalia o processo produtivo, o uso correto de tecnologias limpas e reaproveitamento dos resíduos. Estas atitudes vêm propiciando, além de custos menores, maior lucratividade, melhoria da imagem institucional e mudança de mentalidade.

A FORMAÇÃO

O grupo pode ser criado de acordo com a necessidade e o interesse da empresa e, normalmente, sua formação conta com um representante de cada área. Este aspecto é importante: a sua composição vai ter perfil heterogêneo e multidisciplinar que valoriza o trabalho em EQUIPE e que impede visões únicas. Por meio deste trabalho integrado é possível a troca de informações, opiniões diferentes abrindo espaço para um número maior de ideias. O diálogo e o bom relacionamento do CGA com a direção da empresa elavam a eficiência de todo este trabalho.

A COMPOSIÇÃO

Não há quantidade de membros convencionada para a composição do grupo. Mas, é fundamental que haja um número suficiente para a troca de ideias, dados e informações completas sobre o andamento do SGA por toda a empresa. É desejável que os membros, independentemente de seu grau de instrução ou posição na hierarquia, sejam dinâmicos, com boa capacidade de interação, de comunicação e flexíveis. A diversidade do COMITÊ é importante. É preciso contar com GESTORES e funcionários da área industrial, da CIPA, medicina laboral, segurança e saúde do trabalho, Administração, RH etc.

TREINAMENTO:

O RH será o responsável pela constante atualização dos participantes.

O bom andamento do SGA prevê a realização de palestras, WORKSHOPS e programas de treinamento motivacional planejado para:

• A QUESTÃO AMBIENTAL da empresa.

• A responsabilidade ambiental da empresa e a sociedade.

• Desenvolvimento de LIDERANÇAS voltadas à gestão ambiental.

• A noção do meio ambiente na cultura e na ética da empresa. 

• Metas para resultados ambientais.

• Fazer a integração do SGA com demais sistemas da empresa.

• As relações do SGA com acidentes, QVT e CQT.

• Aspectos de caráter específico: cuidados, prevenção e técnicas.

ALCANCE E AVALIAÇÃO

Tendo consciência de que, a maioria dos processos ou produtos da empresa apresenta potencial para afetar o ambiente, a extensão do trabalho do CGA deve ter abordagem planejada, coordenada e organizada.

Uma das responsabilidades do COMITÊ é discutir, avaliar os efeitos e os RESULTADOS obtidos pelo SGA em alguns pontos:

1 – Custos:

● Nível de redução do consumo de água e energia.

● Redução de multas por poluição ambiental.

● Aproveitamento do volume de reciclados na produção, vendas e leilões de rejeitos.

● Diminuição do volume de efluentes.

2 – Aumento de Vendas:

● Atuação em novos mercados.

● Lançamento ou reformulação de linhas de produtos

● Inovação com produtos diferenciados (verdes).

3 – Vantagem Estratégica:

● Resultados em participação no mercado.

● Melhoria da IMAGEM INSTITUCIONAL.

● Aumento ou queda de produtividade.

● Nível de engajamento dos funcionários.  

● Percepção de melhora das relações de trabalho.

● Adequação com a LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

● Melhoria das relações com os ÓRGÃOS GOVERNAMENTAIS.

● Melhoria nas relações com AMBIENTALISTAS.

4 – Ações Corretivas:

● Verifica se a empresa está seguindo o programa de gestão ambiental.

● Antecipa medidas preventivas, exerce vigilância sobre aspectos indesejáveis de acordo com quatro etapas:

A – Monitoramento e Medição: o trabalho do COMITÊ executa e prevê o monitoramento e o controle verificando problemas e as possíveis correções.

B – Não-conformidade: são os problemas que demonstram discordância em comparação com padrões estabelecidos pelos aspectos previstos na legislação. O COMITÊ discute e desenvolve ações preventivas para eliminar e evitar a reincidência.

C – Registros: criação de registros das reuniões e atividades do COMITÊ com clareza, dados e informações atualizadas, treinamentos e decisões. A área da TIC pode apoiar com softwares adequados.

D – Auditoria: verifica o cumprimento efetivo de todas as decisões, deliberações e compromissos assumidos pelo SGA.

5 – Análise Crítica

Após a Auditoria são identificadas as possíveis alterações na Política Ambiental, nos seus objetivos e metas. do COMITÊ também avalia as dificuldades quanto à MUDANÇA ORGANIZACIONAL, formas de GESTÃO e o processo de MELHORIA CONTÍNUA.

Sugestão de leitura:

PAIS, THIAGO VITAL. Da Gestão Ambiental a desconstrução do sistema. Editora Drago. Edição 1ª. Rio de Janeiro, 2019.

FOGLIATTI, MARIA CRISTINA, CAMPOS, VÂNIA BARCELLOS GOUVÊA. Sistema de Gestão Ambiental Para Empresas. Editora Interciência. Edição 2ª. Rio de Janeiro, 2011.

JABBOUR, CHARBEL JOSÉ CHIAPPETTA; JABBOUR, ANA BEATRIZ LOPES DE SOUSA. Gestão Ambiental nas Organizações. Editora Atlas. Edição 1ª. São Paulo, 2013.

REZENDE, JÚLIO. Sustentabilidade e Gestão Ambiental. Editora Epifania. São Paulo, 2015.

“Ao contrário do que muitos imaginam o SGA não é exclusividade da área industrial. As empresas do varejo também podem, em menor escala, ter preocupações ambientais em relação aos rejeitos e materiais decorrentes de suas atividades”. 

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