INTRODUÇÃO:
A moderna CONTABILIDADE não é mais restrita apenas ao controle e estudo de fenômenos ocorridos no PATRIMÔNIO, obrigações fiscais e legais e números provando se a empresa é lucrativa (ou não). O trabalho da CONTABILIDADE, através de sistemas de informação evoluiu para a coleta, mensuração e formação de bancos de dados.
Assim, atingiu um patamar diferenciado que a tornou mais próxima da GESTÃO e se transformou em mais uma ferramenta de suporte por disponibilizar a informação contábil para a GESTÃO.
Sua atividade, mais ampla, foi além do registro, classificação, demonstração, análise, interpretação e apuração dos resultados das operações. A CONTABILIDADE passou a trazer subsídios valiosos na condução de assuntos relacionados à administração: informações que…
…exercem influência no planejamento estratégico.
…exercem influência no desenvolvimento financeiro, nos aspectos econômicos, societários, sociais, fiscais etc.
…são relevantes para a continuidade e para a VANTAGEM COMPETITIVA da empresa.
…são relevantes para os interessados na situação da ENTIDADE.
Atualmente, boa parte dos estudiosos afirma que, um dos objetivos mais importantes da CONTABILIDADE, é comunicar e prestar informações às pessoas interessadas, denominadas USUÁRIOS DA CONTABILIDADE (ou USUÁRIOS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL).
Eles estão presentes no AMBIENTE INTERNO e no AMBIENTE EXTERNO, avaliam a performance da ENTIDADE em suas atividades econômicas e a situação patrimonial em um dado períodoassegurando as melhores TOMADAS DE DECISÕES.
Cada um dos USUÁRIOS DA CONTABILIDADE tem objetivos e interesses distintos e específicos. Portanto, as informações contábeis devem ser fidedignas para uma análise adequada sobre todas as MUTAÇÕES NO PATRIMÔNIO, situação patrimonial e financeira.
OS USUÁRIOS DA CONTABILIDADE
Segundo MARION (2009, p. 28) “todas as movimentações possíveis de mensuração monetária são registradas pela contabilidade, que, em seguida, resume os dados registrados em forma de relatórios e os entrega aos interessados em conhecer a situação da empresa”.
Normalmente, os estudiosos sobre o tema costumam separar os USUÁRIOS em dois grupos: USUÁRIOS – AMBIENTE INTERNO e USUÁRIOS – AMBIENTE EXTERNO.
1 – USUÁRIOS – AMBIENTE INTERNO
Este conjunto de usuários está agregado aos objetivos e atividades da ENTIDADE. Eles têm forte influência sobre os planos de investimentos, preço de produtos/serviços, GESTÃO do material humano, compras, logística e demais tarefas pertinentes à eficiência dos processos gerenciais e decisões de caráter administrativo.
1.1 – Auditores Internos: muitas ORGANIZAÇÕES consideram estes profissionais como os primeiros a avaliarem os resultados apresentados pela CONTABILIDADE.
O seu objetivo é uma verificação detalhada a respeito da veracidade ou imprecisões que mostrem indicações de desvios de recursos, práticas fora da ÉTICA e informações duvidosas. O passo seguinte é apresentar o trabalho para os Empresários/Sócios. Os Auditores também atuam junto aos GESTORES de outras áreas da empresa com números absolutamente confiáveis para o processo de TOMADA DE DECISÕES.
1.2 – Empresários/Sócios: são os proprietários do PATRIMÔNIO e ocupam posições no topo da pirâmide hierárquica em cargos de DIRETORIA. Os interesses são relativos ao capital investido, lucros (o retorno sobre o investimento), o real desempenho da empresa e as perspectivas como referência no desenvolvimento do PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO. As INFORMAÇÕES fornecidas pela CONTABILIDADE vão servir para questionamentos e cobranças de resultados dos administradores.
1.3 – Alta Gerência: também ocupam posições no topo hierarquia e, em geral, são acionados para demandar correções de desvios, falhas e ineficiências dos GESTORES de cada área funcional da ENTIDADE.
1.4 – Gestores – Finanças: com base nas informações da CONTABILIDADE efetuam várias análises relacionas à posição financeira (recursos e valores disponíveis nas contas caixa/bancos), direitos a receber, obrigações assumidas, custos, despesas etc. Avaliam lucros, o desempenho econômico obtido (resultado positivo ou negativo) e as possibilidades de geração de recursos.
1.5 – Gestores – demais áreas da empresa: avaliam a relação entre os resultados obtidos e as prováveis influências no planejamento a nível tático e operacional. Assim, será possível verificar a situação real através domapeamento e uso dos resultados como orientação em decisões futuras e estudos especiais.
1.6 – Funcionários: a situação da empresa influencia na manutenção do emprego, sua fonte de geração de renda etc. Este grupo procura avaliar a capacidade da empresa para verificar haverá meios para o pagamento de salários. Mas, nem sempre este tipo de informação chega até o nível operacional.
2 – USUÁRIOS – AMBIENTE EXTERNO
Este conjunto de usuários também possuem interesses nas demonstrações contábeis. Contudo, não fazem parte da ENTIDADE.
2.1 – Órgãos Governamentais: independentemente da legislação em uso em cada país, o governo usa os resultados da CONTABILIDADE entre várias fontes avaliando a situação das empresas. O objetivo é a criação de políticas fiscais, regulamentações sobre as atividades e fiscalizar a apuração dos impostos de modo eficiente.
No caso brasileiro, há autoridades de proteção à concorrência. Por exemplo, o CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) analisa os resultados das empresas procurando evidências de supressão da concorrência.
É o abuso do poder econômico, fixação de preços, formação de cartéis e outras artimanhas para prejudicar ou eliminar concorrentes.
O Brasil também tem agências governamentais regulando setores específicos. Por meio da análise da CONTABILIDADE as empresas são fiscalizadas para seguir regulamentos em operações seguras: CVM – Comissão de Valores Mobiliários, BACEN – Banco Central, SUSEP – Superintendência de Seguros Privados, ANS – Agência Nacional de Saúde, ANATEL – Agência Nacional de Telecomunicações etc.
2.2 – Autoridades tributárias: analisam a CONTABILIDADE da empresa fiscalizando e avaliando os cálculos no recolhimento de tributos empossíveis fraudes e sonegação de impostos.
2.3 – Auditores externos: fazem a análise das demonstrações e atestam (ou não) a sua veracidade. O seu parecer é apresentado para autoridades, bancos e investidores e poderão assegurar a saúde financeira da ENTIDADE.
2.4 – Economistas: utilizam as informações que possam orientar a política da nação para o desenvolvimento de setores de atividade ou fontes de financiamento de atividades.
2.5 – Bancos comerciais: concedem créditos (empréstimos) e realizam operações financeiras. Mas, têm precauções em relação aos valores que emprestam para o capital necessário às atividades da empresa. Com base na análise da CONTABILIDADE, os analisam os riscos, a reciprocidade, a capacidade de saldar os empréstimos e estipulam o limite e taxa de juros. Pela análise das demonstrações aprovam ou não a concessão de empréstimos.
2.6 – Bancos de Investimentos: fornecem alternativas de investimento a longo prazo possibilitando que as empresas possam investir para o seu crescimento e desenvolvimento. Contudo, avaliam os resultados da CONTABILIDADE analisando perspectivas de crescimento e o potencial de lucro.
2.7 – Fornecedores: avaliam se o cliente será capaz de honrar suas obrigações comerciais na aquisição de bens/serviços dentro do prazo de vencimento.
2.8 – Investidores Externos: são usuários que aplicam dinheiro na empresa e têm interesse sobre as informações contábeis a fim de analisar o retorno, os lucros e a rentabilidade.
Assim, poderão decidir quando comprar, manter ou vender suas ações. Necessitam demonstrações contábeis para avaliar se o investimento realizado é compensador ou não.
2.9 – Clientes: avaliam a capacidade das operações da empresa para manter fornecimento dos produtos necessários para as suas atividades.
2.10 – Sindicatos: utilizam as informações para determinar a produtividade do setor, fator preponderante para reajuste de salários.
Sugestão de Leitura
MARION, JOSÉ CARLOS. Contabilidade Básica. Editora Atlas. Edição 10ª. São Paulo, 2009.