Os Pontos Fracos do Gestor

INTRODUÇÃO:

O SER HUMANO, seja qual for sua posição ou profissão, não é uma máquina primorosa. SER humano é SER um SER imperfeito por natureza. A PERFEIÇÃO é mera ilusão, pois cada um de nós é único, formado por uma mistura de erros e acertos acumulados ao longo da vida. Porém, para muitos, ser perfeccionista é uma qualidade apreciada. Mas, se não tivermos a capacidade de domar esta “qualidade” ela poderá sair de controle e se converter num transtorno. E o perfeccionista corre um grande risco de se FRUSTRAR. Ele não vai chegar à sua presunção de PERFEIÇÃO, pois, ele é fruto de vivências únicas que moldaram de forma diversificada suas reações diante de acontecimentos e situações (Lembra? – mistura de erros e acertos).

O GESTOR E A PERFEIÇÃO:

No AMBIENTE CORPORATIVO, onde existe pressão por resultados, há uma parcela de profissionais em busca da PERFEIÇÃO e SUCESSO por uma questão de sobrevivência, ou de ascensão profissional, ou, em muitos casos, por MOTIVAÇÃO e satisfação pessoal. Todavia, a busca desenfreada pela PERFEIÇÃO e pelo SUCESSO pode criar COMPORTAMENTOS não muito apreciados e fora do padrão. Este desequilíbrio, aliado às características da personalidade, muitas vezes produz no GESTOR alguns aspectos negativos (PONTOS FRACOS) que prejudicam a PERFORMANCE. E, por tabela, prejudica o comportamento e o resultado de seus subordinados ao exigir deles um desempenho impecável (que o próprio GESTOR não possui!).

O GESTOR E O MATERIAL HUMANO:

O profissional que ocupa um cargo de GESTÃO depende de um recurso excepcional: o MATERIAL HUMANO. A partir da ideia que a PERFEIÇÃO é ilusória, a alternativa mais inteligente é administrar e aperfeiçoar este recurso para torná-lo mais pleno, atuante, completo e não um componente produtivo e PERFEITO (pronto e acabado).

A princípio este processo deve se instaurar no próprio GESTOR. Para ele também é importante se transformar, se aprimorar e evoluir para ser um profissional melhor. Assim, ele será referência e SÍMBOLO para a EQUIPE.

OS PONTOS FRACOS:

Contudo, o GESTOR não é PERFEITO e carrega PONTOS FRACOS que são parte da sua personalidade. Algumas destas características são capazes de transformar o cotidiano do ambiente de trabalho, no qual passamos grande parte do nosso dia, num campo de concentração. Esquecer a busca da PERFEIÇÃO mais que PERFEITA, uma boa dose de autocrítica e humildade, podem fazer uma enorme diferença minimizando PONTOS FRACOS e estabelecendo uma relação construtiva com os subalternos.

O GESTOR CENTRALIZADOR

O GESTOR e seus subordinados precisam COMPARTILHAR informações e processos num só programa para um conjunto de operações.

Cabe a ele conduzir o material humano para alcançar objetivos, aproveitando a diversidade de ideias, o conhecimento disponível na EQUIPE e avaliar o seu desempenho.

Para fazer este processo ser mais ágil e bem sucedido, é importante DELEGAR funções e tarefas. A CENTRALIZAÇÃO deve existir sim, mas, de modo racional claro e com método. Assim, será possível aproveitar talentos existentes, atribuir competências, treinar e ampliar progressivamente o espaço dos subordinados. Um dos grandes problemas existentes nas organizações é o GESTOR com perfil CENTRALIZADOR. Normalmente esta característica permite que identificar posturas tais como:

1 – Ele se coloca no centro de toda e qualquer decisão, das mais simples às mais complexas. Nada acontece sem o seu aval.

2 – Limita a iniciativa, o aprendizado e o crescimento dos funcionários.

3 – Ele se irrita com facilidade.

4 – Desestabiliza o ambiente e demonstra a falta de confiança nos subordinados.

5 – Atrasa o andamento das tarefas que acabam por se tornarem muito dependentes de sua presença para serem concluídas.

6 – Ao atrasar as tarefas, inevitavelmente,coloca a culpa nos funcionários.

O GESTOR VAIDOSO

Muitas vezes a VAIDADE começa a ser uma característica prejudicial quando um profissional não está estruturado para assumir um papel de maior relevância na empresa.

Ele incorpora a euforia do cargo ou dos resultados obtidos. Deixando de lado a HABILIDADE TÉCNICA e focando somente a personalidade, muito provavelmente este profissional deve carregar alguns problemas de AUTOESTIMA que o fizeram proceder assim. O GESTOR vaidoso normalmente:

1 – Procura chamar a atenção sobre si constantemente e é arrogante.

2 – Não têm humildade e menospreza os demais (tira o valor da inteligência coletiva da empresa).

3 – Nunca está errado.

4 – É uma pessoa insuportável e de difícil convivência.

5 – Luta para que seus defeitos se tornem invisíveis a todos que convivem com ele.

6 – Em muitos casos, ele mesmo acaba se destruindo.

7 – Frases: “Ah! Se não fosse eu, não sei o que seria desta empresa” ou ”… esta empresa não é nada sem mim”.

O GESTOR HESITANTE

Uma decisão tem de ser tomada com base em informações seguras (obtidas com o grupo de trabalho, banco de dados, fornecedores, clientes etc.).

E há a pressão dentro de um espaço de tempo correto para que ela surta o efeito esperado.

A HESITAÇÃO mostra fraqueza, tira a credibilidade diante dos subordinados, desperdiça tempo e pode deixar escapar grandes oportunidades. Além do mais, pode demonstrar certo descontrole com a falta de rumo ou com as constantes mudanças de posição. Se a indecisão tomar conta pode ser bem pior do que não tomar nenhuma decisão. O GESTOR HESITANTE normalmente:

1 – Começa tudo e não conclui nada.

2 – Faz a equipe perder o rumo.

3 – Não tem uma linha definida de trabalho.

4 – É contraditório.

5 – Afirma categoricamente que tem este perfil em função do seu dinamismo.

O GESTOR COM SURDEZ CORPORATIVA

Ninguém consegue reunir num único SER HUMANO todas as competências e conhecimentos (Lembra? – imperfeito por natureza). Se não temos o controle de todo conhecimento em nossas mãos, SABER ouvir torna-se uma qualidade que pode ajudar muito na realização de um objetivo comum.

Esta é uma qualidade que muitos GESTORES não possuem ou a abandonaram, principalmente, em função da ascensão profissional. Ou ele não tem segurança do que está fazendo ou se considera o dono da verdade. O GESTOR com SURDEZ CORPORATIVA:

1 – Perdeu a humildade e não muda seu ponto de vista por nada. 

2 – Não ouve, não interpreta e não assimila ideias. 

3 – Odeia ouvir opiniões das demais pessoas.

4 – Tem um EGO gigantesco.

O GESTOR AGRESSIVO

Este, talvez, seja o PONTO FRACO mais nocivo para um GESTOR. A rispidez, hostilidade e grosseria não contribuem para o ambiente da empresa e nem para seu desenvolvimento.

Há muito tempo a habilidade de se relacionar e o ambiente de confiança substituíram o modelo COMANDO RÍGIDO e CONTROLE inflexível.

O regime de terror não melhora resultados. Ao contrário, só faz baixar a qualidade, gera clima contraproducente e não garante a lealdade dos subordinados. O GESTOR AGRESSIVO:

1 – É temido, mas na realidade não é respeitado. 

2 – A estupidez é sua arma para mostrar poder ou escudo para esconder fraquezas.

3 – Critica e admoesta os subordinados publicamente e de forma desrespeitosa.

4 – Manda, mas não comanda e não possui capacidade de liderança.

5 – Confunde as posturas: ser agressivo em relação às suas posições, opiniões e ideias é muito diferente da vulgaridade, do deboche e da falta de respeito. E além do mais, não trata igualmente a todos do seu GRUPO.

6 – Não é um formador de mão de obra e os erros são sempre dos funcionários.

7 – Avalia o que está certo e não quem está certo.

O senso comum confunde o GESTOR AGRESSIVO com o GESTOR DISCIPLINADOR. O conceito é bem diferente. A DISCIPLINA não pressupõe o uso da rispidez e sim apenas respeitar e seguir o que foi estabelecido.

O GESTOR COM MEDO DE CONFLITOS

O conflito e divergência existem. A partir do momento em que temos a noção clara de que cada profissional é diferente do outro e que nenhum deles é PERFEITO. Portanto, o conflito é parte integrante do dia-a-dia. Ainda mais se tivermos a consciência de que o GESTOR é o responsável direto por decisões, erros e acertos. Em lugar de temer os conflitos, temos que ter a certeza de que através deles haverá uma oportunidade ímpar de aprender, ouvir muito, tentar, acertar, errar, corrigir etc.

Conflitos entre funcionários e departamentos no âmbito interno são comuns. Conflitos com clientes e fornecedores no âmbito externo deveriam ser evitados, mas, existem. Estes fatos, ao invés de serem visto como fardos poderão ser encarados como uma possibilidade de encontrar soluções criativas, inovadoras e funcionarem como aprendizado.

Entretanto, é algo terrível para muitos GESTORES lidar com estas situações e controlar distúrbios. No lugar de encontrar uma saída mais inteligente, preferem assumir uma postura pacificadora que vai empurrando os problemas para o futuro, aumentando sua complexidade, além de desgastem o ambiente de trabalho. O GESTOR com medo de conflitos:

1 – Tem timidez diante dos problemas.

2 – Não tem criatividade e empurra o problema.

3 – Tem uma postura pacificadora e paternalista que não resolve nada.

4 – Não observa o conflito como sendo um aprendizado e um crescimento.

5 – Pelo medo, toma uma atitude drástica e repentina que proporciona a pior solução possível.

6 – Ele se acomoda e não procura a relação CAUSA-EFEITO para resolver em definitivo qualquer tipo de desavença.

GESTOR QUE NÃO É UM SER SOCIÁVEL

Uma das características mais valorizadas pelas empresas atualizadas nos seus processos de seleção de GESTORES é a capacidade de o candidato trabalhar em grupo e construir uma EQUIPE.

Ser um bom GESTOR requer ser um profissional sociável e aberto para ter diálogo com os subordinados, superiores e agentes externos ao ambiente da empresa.  O GESTOR que não é um SER SOCIÁVEL se torna impróprio para a empresa e normalmente:

1 – Fica entrincheirado dentro de sua sala e faz da secretária um filtro ou um cão de guarda feroz.

2 – Tem timidez diante de pessoas.

3 – É lacônico e não fala olhando diretamente nos olhos.

4 – Na maioria das vezes é o dono da verdade.

5 – Usa a arrogância como uma forma de se proteger das pessoas

É PREOCUPANTE: Pesquisas recentes apontam que, nos processos seletivos para os cargos de GESTÃO, muitas empresas só privilegiam as habilidades técnicas dos candidatos. Quanto ao comportamento e aspectos atitudinais, a questão é relegada a um segundo plano. Disto resulta outro problema intrincado: desvios de caráter e de conduta e atitudes impróprias são os responsáveis por 90% das demissões de profissionais que atuam em cargos de comando.

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