Olhar por cima do Caos

INTRODUÇÃO:

CAOS significa desordem, confusão e tudo aquilo que está em desequilíbrio. Segundo a Mitologia grega, CAOS é considerado o deus primordial do universo, de acordo com a narrativa do poeta grego Hesíodo. Inicialmente, Caos seria interpretado como o “vazio” ou o “ar” que preenchia o espaço entre a Terra e o Éter (céu superior). Até os mais renomados estudiosos da Administração têm dificuldade para definir corretamente o que seria um TRABALHO GERENCIAL. Por si só, é uma atividade anormal e sem similaridade com nenhuma outra função profissional. Nem por isso deixamos de encontrar inúmeros textos, artigos e livros sobre o assunto que não esclarecem, com exatidão, as divergências sobre o tema.

O TRABALHO GERENCIAL

Em comparação com outras funções de caráter técnico e administrativo, que em sua maior parte são rotineiras e previsíveis, o TRABALHO GERENCIAL convive com o incerto. São muitas atividades irregulares que refletem o ambiente onde o GESTOR atua.

Na visão tradicional,um GESTOR é entendido como um ser decisório analítico racional, de decisões rigorosamente corretas. Isto não é muito condizente com o que acontece na realidade. O seu dia é repartido. O trabalho que estava planejado se perde em reuniões imprevistas, urgências, chamados, e-mails a serem respondidos com rapidez e tarefas inconstantes.

Na maioria dos casos, o enorme volume de informações que chega à sua mesa é incerto e o tempo é curto para a análise. Portanto, com cada hora tendo apenas 30 minutos, ele toma decisões que nem sempre são as mais claras, racionais e coerentes.

A EMPRESA – UM AMBIENTE POTENCIALMENTE CAÓTICO

Todas as empresas se relacionam com um ambiente e sua continuidade nos negócios se dá em função da condução desse vínculo, cada vez mais instável.

Assim, subitamente situações corriqueiras e simples podem se tornar extremamente complexas e situações complexas repentinamente podem se tornar simples. A existência de transformações inesperadas, incertezas, descontroles, decisões, indecisões, cobrança por resultados, pressões, perda de integração, divergências internas, politicagens e competição são algumas das inúmeras características marcantes no perfil do TRABALHO GERENCIAL.

As empresas são constituídas por um conjunto de frações dependentes entre si. Juntas estas frações compõem um TODO onde cada parte soma alguma coisa e recebe alguma coisa como retorno. Estando num mundo interminável de compromissos, estes atores se relacionam e tentam ordenar seu trabalho nas mais diversas esferas, dentro e fora da organização, onde tudo se processa numa dinâmica feroz. 

No TRABALHO GERENCIAL cada hora parece ter apenas 30 minutos – o tempo é muito curto. O dia de trabalho, é estafante – são 8 horas diárias que pesam como se fossem 16. E as decisões de ontem desencadeiam as reações de hoje que, possivelmente, vão acarretar novas ações amanhã e que poderão não ter nenhuma serventia para o depois de amanhã…

O GESTOR ACIMA DO CAOS  

É muito fácil ter a percepção sobre o que GESTOR enfrenta. Os desafios diversos e a frequência das transformações no mundo corporativo geram, de uma hora para outra, um verdadeiro CAOS. É uma grande desordem e uma enorme confusão fundindo diversos assuntos e elementos.

Para ter êxito nesse mundo disforme, o GESTOR deve aprender a atravessar o pântano e sair do outro lado completamente limpo e ileso. É evidente que não existe a receita pronta para tal proeza. Mas, ele deve ser capaz de se manter racional, regular emoções, não cair em armadilhas emocionais ou perder a estabilidade. Neste emaranhado de situações é preciso se manter, estar comprometido com o que estiver ao seu alcance e, principalmente, manter sua EQUIPE coesa e motivada.

Diante de seus subordinados, é fundamental demonstrar maturidade profissional, conquistada ao enfrentar situações adversas com sabedoria, coerência, tato e disciplina. O GESTOR tem que ser LÍDER, saber trabalhar com RESILIÊNCIA, ser o EDUCADOR atuando com suas HABILIDADES GERENCIAIS e exercendo os seus PAPÉIS. É uma pura questão de sobrevivência. Sendo obrigatoriamente a referência e o guia para os subordinados, o GESTOR deverá saber olhar por cima do CAOS e não fazer parte dele. Ele não pode ser mais um elemento perdido, por pior que a situação se apresente, (Caos: palavra vem idioma grego – KHAOS).

“Os GESTORES precisam desenvolver uma mentalidade diferente, em alerta para os frequentes períodos de instabilidade, para aprender a sobreviver sob a ameaça do CAOS”.

Sugestão de leitura

Para ter êxito nesse mundo disforme, o GESTOR deve aprender a atravessar o pântano e sair do outro lado completamente limpo e ileso. É evidente que não existe a receita pronta para tal proeza. Mas, ele deve ser capaz de se manter racional, regular emoções, não cair em armadilhas emocionais ou perder a estabilidade.

MIGUEL P. E CUNHA; JOSÉ M. FONSECA; FERNANDO GONÇALVES. Empresas, Caos e Complexidade – Gerindo à beira de um ataque de nervos. Editora RH, Lisboa, 2001.

KOTLER PHILIP; CASLIONE JOHN A. Vencer em tempo de caos. Editora ACTUAL. São Paulo, 2009.

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