Os Ciclos de Vida no Empreendedorismo

INTRODUÇÃO:

Em toda a literatura sobre o EMPREENDEDORISMO, encontramos um conceito em comum. Ela descreve o EMPREENDEDOR como um indivíduo de grande importância que, por sua capacidade transformadora, consegue impulsionar o desenvolvimento econômico e social. O EMPREENDEDOR perdeu a imagem de aventureiro e passou a ser descrito como elemento de grande poder de mudança ao criar o NOVO, o INÉDITO.

Contudo, apesar desta visão positiva, todo o EMPREENDIMENTO está sujeito a passar por fases durante sua existência. Não difere de qualquer tipo de atividade e tem um CICLO DE VIDA ORGANIZACIONAL como qualquer negócio.

OS CICLOS DE VIDA

Conhecer e analisar a situação e a posição de um EMPREENDIMENTO (micro, pequeno ou médio) nos ciclos faz o EMPREENDEDOR se antecipar identificando desvios, fazendo correções e tomando medidas preventivas. Qualquer atividade, independente do ramo de atividade, apresenta características desiguais em seus estágios de evolução.  

Um diagnóstico do EMPREENDIMENTO pode ser dividido em fases, com o tempo de duração de cada uma delas vinculado a alguns fatores como a ideia inicial na criação do negócio, a personalidade e as características pessoais do EMPREENDEDOR. Há também outras circunstâncias como, por exemplo, a ineficiência na gestão ou a lentidão para a adaptação às mudanças do ambiente de negócios e instabilidades da economia. Algumas pesquisas verificam os CICLOS com abordagens diferentes:

ABORDAGENS

1 – DOIS PERÍODOS: fase de CRESCIMENTO e de DECLÍNIO.

2 – FASES DA VIDA: em outros pontos de vista, a análise é feita pela comparação com as fases da vida do ser humano: INFÂNCIA, ADOLESCÊNCIA, IDADE ADULTA e VELHICE.   

3 – FASES DO NEGÓCIO: o ciclo de vida do EMPREENDIMENTO pode ser estudado por outros modelos mais detalhados:

AS FASES DO NEGÓCIO

IDEIA INICIAL – é a criação do negócio a partir de uma oportunidade de negócio que foi detectada, pesquisada, com a correta definição de objetivos e avaliação dos RISCOS envolvidos.

CRIAÇÃO – abertura do negócio com a START-UP. O nível de qualidade para a implantação e funcionamento do negócio necessita ser o mais perfeito possível.

EVOLUÇÃO – o EMPREENDEDOR trabalha das 7 da manhã até às 23 horas para fazer os resultados aparecerem.

Sem conseguir dar conta do recado, refaz os seus planos, procura contratar os primeiros funcionários para o negócio ir à frente. Neste estágio o EMPREENDIMENTO toma uma forma mais coesa passando a apresentar bons resultados e o EMPREENDEDOR demonstra sua competência no negócio.

MANUTENÇÃO – esta é uma fase onde boa parte dos EMPREENDIMENTOS começa a dar sinais de acomodação:

● Em função dos bons resultados, o sucesso cria uma falsa sensação de segurança, a famosa e perigosa ZONA DE CONFORTO.

● O EMPREENDEDOR perde o ímpeto inicial entrando num estado de indolência que dificulta a criatividade e ações mais fortes no mercado. As atitudes são limitadas, REATIVAS, o que não significa, necessariamente, o início do seu fim. A START-UP pode se transformar num negócio com o perfil de AUTO-EMPREGO.

A MANUTENÇÃO, entretanto, pode se tornar uma fase da avaliação, planejamento e renovação para o EMPREENDEDOR. A oportunidade é excelente para repensar a MISSÃO/VISÃO/VALORES e na adoção de novas atitudes empreendedoras.  É a chance de reestruturar ou buscar mercados, produtos/serviços ou medidas de gestão para maior consistência da empresa.

CRESCIMENTO – para muitos, este também é um período crítico porque a ultrapassagem em cada fase é lenta e, por vezes, dolorosa.  Mas, nesta transição, o espírito criativo e a inovação devem continuar direcionando cada passo do EMPREENDEDOR.

Há um trabalho árduo para superar problemas no ÂMBITO INTERNO, relacionados com a gestão do negócio e o abandono de maus hábitos adquiridos ao longo do tempo. Além do mais, as mudanças no ÂMBITO EXTERNO são rápidas e a concorrência é um perigo latente.

MATURIDADE – neste estágio o EMPREENDIMENTO cresceu, demonstrando bons resultados com fortes sinais de segurança. Se isto não for bem conduzido e administrado, haverá o risco da acomodação criando condições que se tornarão obstáculos ao crescimento.

ESTAGNAÇÃO – sendo EMPREENDEDOR individual, ou contando com colaboradores numa estrutura organizacional, é preciso, sempre, ter capacidade de aprender a enfrentar diferentes problemas. Pelo desgaste das fases de MANUTENÇÃO e CRESCIMENTO, poderão ocorrer:

● O DESÂNIMO gerado pelo desgaste. O EMPREENDEDOR perde o interesse pelo seu negócio e isto pode tomar conta de todos os envolvidos.

● Situações mal resolvidas e abalo nos relacionamentos.

● As situações passam a ser vistas como repetitivas e previsíveis que levam à ZONA DE CONFORTO. Os anos de experiência passam a “JOGAR CONTRA!”.

Cuidado: “Deixa estar para ver como é que fica” não é a melhor escolha em nenhum ramo de atividade, em nenhum tipo de organização e nem em nenhuma ocasião.

FIM – a situação chegou a um ponto em que não há mais o caminho de volta. Agora, é o momento para o EMPREENDEDOR se livrar do “PROBLEMA” e salvar o que for possível. A sua PERSONALIDADE EMPREENDEDORA perdeu o dinamismo e já não tem mais capacidade ou interesse pelo seu sonho. As razões para que ele tenha chegado a este ponto são as mais variadas.

Em primeiro lugar, podemos citar a falta de um perfil de EMPREENDEDOR e a lista pode ser extensa: falta de coragem para fazer correções, sistema organizacional mal planejado, desorganização, falta de liderança, falta de direção, burocracia excessiva, softwares inadequados, arrogância, cegueira, comodismo, falta de adaptação ao mercado, falta de controle etc.

O caminho é pensar em outro projeto ou redigir um CURRÍCULO bem feito e…

Sugestão de Leitura

ADIZES, ICHAK. Os ciclos de vida das organizações: como e por que as empresas crescem e morrem e o que fazer a respeito... Editora Thomson Pioneira. Edição 2ª. São Paulo, 1990.

FRIED, JASON; HANSSON, DAVID HEINEMEIER. Reinvente sua empresa: Mude sua maneira de trabalhar. Editora Sextante. Edição 1ª. Rio de Jnaeiro, 1996.

BYRNE, JOHN. Empreendedores extraordinários. Editora Elsevier. Edição 1ª. Rio de Janeiro, 2012.

RIES, ERIC. O estilo startup. Editora LeYa. Edição 1ª. São Paulo, 2018.

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