A ECONOMIA CRIATIVA

INTRODUÇÃO:

ECONOMIA CRIATIVA é um novo setor do mercado e ainda não existe um conceito definitivo e único. Segundo as previsões, ela será uma forte TENDÊNCIA para os próximos anos e tem sido um grande atrativo para quem deseja atuar no EMPREENDEDORISMO. Mas, já há algumas ideias formadas sobre o assunto. ECONOMIA CRIATIVA é…

…a soma da Economia tradicional(entendida como a ciência que estuda produção, distribuição e consumo de produtos/serviços) com a Economia que faz uso da  CRIATIVIDADE capaz de desenvolver algo novo ou transformar algo já existente.

…o conjunto de negócios gerador de valor econômico formado a partir de três matérias-primas: o CAPITAL INTELECTUAL, o CAPITAL CULTURAL e a CRIATIVIDADE natural. Nos últimos anos, a indústria denominada criativa,  tem impulsionado a geração de renda, a criação de novos empregos e a exportação.

…a modalidade da economia capaz de transformar a CRIATIVIDADE em um ativo econômico e recurso para o desenvolvimento de negócios inovadores e perenes.

…uma forma de criar produtos/serviços, com valor simbólico, podendo servir como como estratégia e ferramenta de desenvolvimento econômico e social.

…a atividade que usa a CRIATIVIDADE como base para criação e precificação de produtos/serviços na geração de emprego, renda e lucro. Tem sido um fator para impulsionar o EMPREENDEDORISMO,

… a denominação utilizada para modelos de negócios e produtos/serviços com base na CRIATIVIDADE e inovação (individual ou coletiva) ou capital intelectual. Tem sido nos últimos anos um dos setores do mundo econômico que está apresentando um rápido crescimento.  

A ORIGEM DA ECONOMIA CRIATIVA

Durante a década de 1990 a noção de INDÚSTRIAS CRIATIVAS existia e já se considerava a importância e o potencial econômico das atividades culturais. Mas, não foi estabelecido um conceito correto.

A EVOLUÇÃO DA ECONOMIA CRIATIVA

Com o tempo, a ECONOMIA CRIATIVA foi ganhando valor. Mesmo que ela não solicite dos participantes uma formação sofisticada na gestão de negócios, o seu volume  de atividade se tornou respeitável.  

A INDÚSTRIA CRIATIVA (ou SETOR CRIATIVO) vem movimentando a economia ao envolver diversas fases, desde a criação, produção, processos de distribuição de bens/serviços pela utilização de capacidade criativa, aspectos culturais e capital intelectual. Porém, muitas opiniões consideram que o ganho de maior importância está relacionado à promoção do DESENVOLVIMENTO HUMANO e a promoção da DIVERSIDADE CULTURAL.

As novas tecnologias e a grande disponibilidade de INFORMAÇÕES trouxeram oportunidades inéditas. Estes dois fatores foram um grande incentivo para as inovações e propostas fora do tradicional. Para o EMPREENDEDORISMO, elas se tornaram a via para criar alternativas diferentes, com ideias e modelos inovadores em várias áreas.

A ECONOMIA CRIATIVA E O EMPREENDEDORISMO

1 – Quando se aborda a ECONOMIA CRIATIVA junto ao EMPREENDEDORISMO, muitos acreditam que o assunto se refere somente às STARTUPS da área da TIC – Tecnologia da Informação e Comunicação.

2 – Mas a abrangência é muito mais ampla: artesanato, decoração de festas, moda, artes, arquitetura, design de interiores, design gráfico, digitalização, gastronomia, eventos, cinema, audiovisual, literatura e artes cênicas.

3 – De acordo com analistas, provavelmente foram áreas que atraíram muitos EMPREENDEDORES pois são atividades muito prazerosas. E elas têm muito espaço para o exercício da criatividade e da imaginação sem restrições (muito diferente do AMBIENTE LABORAL em um EMPREGO FORMAL).

4 – A TRANSFORMAÇÃO DO EMPREENDEDORISMO

4.1 – Nas últimas décadas do Século XX o EMPREENDEDORISMO foi se ampliando. Mas, foi caracterizado pelo perfil de  EMPREENDEDOR POR NECESSIDADE.

As crises econômicas elevaram os drasticamente os índices de desemprego, eliminaram postos de trabalho e diminuíram a oferta de emprego. E, por uma questão se sobrevivência, muitos indivíduos passaram a se aventurar e criar um negócio próprio.

4.2 – Após o ano 2000, novas oportunidades e a tecnologia começaram a mudar o perfil para os EMPREENDEDORES POR OPORTUNIDADE. Isto comprova que as pessoas se desiludiram com o EMPREGO FORMAL, omercado de trabalho não mostrou uma melhoria significativa e as empresas não foram competentes na RETENÇÃO DE TALENTOS.

4.3 – Alguns fatores também contribuíram para que o EMPREENDEDORISMO se ampliasse. Pessoas criativas, inovadoras e talentosas, que se dedicavam a algum tipo de HOBBY nas horas livres ou após o horário de trabalho, perceberam uma oportunidade para ampliar a renda (artesanato, doces, decoração, costura, vendas por catálogo, música etc.).

Em muitos casos, o HOBBY se tornou mais interessante e vantajoso que o EMPREGO FORMAL.

4.4 – Por volta de 2010 o EMPREENDEDORISMO POR OPORTUNIDADE criou outra vertente com o EMPREENDEDORISMO CRIATIVO. Apesar que o EMPREENDEDORISMO POR NECESSIDADE não tenha sido totalmente extinto, as pessoas foram se reinventando nas formas de criar negócios e se tornaram mais ousadas em um cenário favorável à criatividade. As novas ideias procuraram DIFERENCIAIS, transformaram relacionamentos e pensaram sobre ENTREGA DE VALOR e não apenas em produtos/serviços. Os EMPREENDEDORES com ocupações criativas vêm crescendo no Brasil e no mundo.

A ONU E AS INDÚSTRIAS CRIATIVAS

Segundo a ONU, dentre as atividades, estão as indústrias criativas com os produtos de audiovisual, design, novas mídias, artes visuais e o setor altamente transformador da economia mundial em termos de geração de renda, criação de empregos e exportação de rendimentos. Atualmente, cultura e criatividade representam 6,2% dos empregos no mundo e 3,1% do Produto Interno Bruto, PIB, global. Cultura e criatividade têm ainda um valor não-monetário significativo que contribui para o desenvolvimento, o diálogo e entendimento entre os povos.  As indústrias criativas estão entre as áreas mais dinâmicas na economia mundial levando novas oportunidades para os países em desenvolvimento para que eles possam passar a áreas emergentes e de crescimento da economia global. Em 2019, foram arrecadados US$ 389,1 bilhões em todo o mundo nessa indústria. A criatividade lidera ideias e emoções além da habilidade de conectar com as pessoas.

Fonte – ONU NEWS: https://news.un.org/pt/story/2023/04/1813137

A UNCTAD (UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELOPMENT) considera todos os empregos e ocupações que se relacionam a esses setores como ocupações criativas e classifica as INDÚSTRIAS CRIATIVAS em:

A – Eixo do Patrimônio: inclui expressões culturais tradicionais e sítios culturais.

B – Eixo das  Artes: engloba artes visuais e artes dramáticas.

C – Eixo da Mídia: audiovisual, publicidade e mídia impressa.

D – Eixo da  Criações Funcionais: abrange design, novas mídias e serviços criativos.

Fonte – UNCTAD – UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELOPMENT, CREATIVE ECONOMY REPORT 2010. Creative economy: a feasible development option. U.N., 2010.

Cuidado: o entusiasmo pode colocar tudo a perder. A liberdade tem muita importância e a CRIATIVIDADE é maior quando as pessoas se  sentem felizes e livres. Mas, não é porque a  ECONOMIA CRIATIVA é fascinante, atraente e prazerosa que os EMPREENDEDORES não necessitam fazer pesquisas de mercado, analisar com muito critério a viabilidade da ideia, os riscos envolvidos e o capital necessário.

JOHN HOWKINS 

É autor, pesquisador, palestrante e consultor britânico, formado em Relações Internacionais. em Planejamento Urbano  e destacado especialista em ECONOMIA CRIATIVA.

Segundo o seu ponto de vista, é a maneira de transformar a CRIATIVIDADE em resultado. E JOHN ANTHONY HOWKINS vai além ao afirmar que a ECONOMIA CRIATIVA é capaz de pensar as relações em comunidade. É uma nova visão sobre o EMPREENDEDORISMO. Mas, esta visão requer multidisciplinaridade por parte do EMPREENDEDOR e tem base na ECONOMIA COLABORATIVA. Em 2001 publicou, com muito sucesso, o livro THE CREATIVE ECONOMY mostrando como combinar  CRIATIVIDADE e EMPREENDEDORISMO.

Ainda segundo o autor, a ECONOMIA CRIATIVA é muito ligada a novas necessidades, pois, os desejos pessoais estão se transformando assim como o sentimento de realização, de colaboração e a forma como os relacionamos estão se estabelecendo.

Como resultado, essa transformação também está atingindo a ECONOMIA tradicional. O foco passou de produtos para serviços, de commodities para experiências e de preços fixos para descontos (e  até para o gratuito).

Sugestão de Leitura

HOWKINS, JOHN ANTHONY. ECONOMIA CRIATIVA. Como ganhar dinheiro com Ideias Criativas. Editora ‏ M. Books. Edição 1ª. Rio de Janeiro 2012.

ALBUQUERQUE, ROBERTO CAVALCATI DE; VELLOSO, JOÃO PAULO DOS REIS. O Brasil  e a Economia Criativa. Um Novo Mundo nos Trópicos. Editora ‏ José Olympio. Edição 1ª. Rio de Janeiro, 2008.

GUILLERMO, ALVARO. Economia criativa na prática: Design & consumo colaborativo. Editora Demais.  São Paulo. 2021.

GUITTON, PEDRO. Economia Criativa. 40 Ferramentas Consagradas para Analisar e Projetar Cenários. Editora Rio Books. Edição 2ª. Rio de Janeiro, 2019.

Deixe um comentário