Logística – Atividades Secundárias

INTRODUÇÃO:

Mesmo que parte dos estudiosos da LOGÍSTICA considere as ATIVIDADES PRIMÁRIAS e ATIVIDADES SECUNDÁRIAS com o mesmo grau de importância, a maioria entende de outra forma: as ATIVIDADES PRIMÁRIAS são trabalhos que formam um ciclo crítico entendido como a chave das funções da LOGÍSTICA. As ATIVIDADES SECUNDÁRIAS (de APOIO) dão suporte ao sistema logístico garantindo que o desenvolvimento das ATIVIDADES PRIMÁRIAS cheguem a um nível de serviço com a eficiência desejada.

Discussões à parte, há a necessidade premente de se estabelecer um equilíbrio entre custos logísticos e a qualidade dos serviços prestados aos clientes. E este nível de qualidade só será alcançado quando as ATIVIDADES PRIMÁRIAS atuam recebendo o devido suporte de outras atividades que também possuem o seu grau de importância.

ATIVIDADES SECUNDÁRIAS (OU ATIVIDADES DE APOIO)

1 – ARMAZENAGEM

Numa visão da Administração moderna, a ARMAZENAGEM  é considerada essencial por solicitar maior racionalidade no trabalho de manutenção dos itens em estoque. Tudo o que está dentro de um armazém significa recursos financeiros (capital) e, se esta ATIVIDADE SECUNDÁRIA  não for realizada de maneira certa, ela se tornará uma grande fonte de prejuízos.

E quando se fala em prejuízos, eles vão além da área financeira. Eles podem estar nos atrasos na produção, no atraso das entregas, no transporte mal executado, na perda de rendimento, despesas desnecessárias e, principalmente, num serviço mal prestado ao cliente. E, muitas vezes,  a raiz destes prejuízos pode estar no baixo nível do gerenciamento da ARMAZENAGEM.

A ARMAZENAGEM de produtos acabados, insumos, matérias primas, materiais de consumo e mercadorias é tarefa importante, desde o recebimento até a expedição, e tem influência no desempenho de uma empresa.

Em função das características dos produtos e mercadorias, a ARMAZENAGEM se adapta e administra o espaço disponível para guardar o estoque. Primordialmente, esta atividade requisita um PLANEJAMENTO bem elaborado sobre as condições necessárias: LAY OUT do espaço físico, arranjos, localização, manutenção predial (elétrica e civil), segurança patrimonial, vias de acesso, comunicações, recursos humanos, sistemas de informações e condições ambientais.

Ao se considerar o lado operacional da  ARMAZENAGEM, é preciso  examinar a execução de todos os processos de estocagem, manuseio, movimentação e o resultado obtido no atendimento aos pedidos. Considerando o ponto de vista estratégico, o armazém se torna a ligação mais rápida no atendimento aos clientes. Portanto, a partir da ideia da importância de que os produtos estejam disponíveis ao menor tempo possível, deslocar estoques para próximo dos clientes é uma  alternativa interessante no planejamento logístico.

2 – MANUSEIO DE MATERIAIS

É a tarefa de movimentação interna dos itens desde o seu recebimento, acomodação, guarda no local de estocagem até a linha de produção ou expedição. O trabalho é complexo: estuda formas de recebimento, a movimentação e o fluxo interno. O trabalho pode ser feito manualmente ou com equipamentos apropriados.

O MANUSEIO DE MATERIAIS tem formas para tornar a atividade mais racional, segura e efetiva:

● Os materiais devem ser armazenados de acordo com o seu consumo.

● A distância entre os estoques de produtos e as áreas de separação, processamento ou expedição devem ser curtas.   

● Através de sistemas informatizados, os fluxos internos devem estabelecer os melhores percursos dentro do armazém.

● O MANUSEIO DE MATERIAIS deve dar atenção às intruções contidas nas embalagens em relação às medidas de segurança, periculosidade e formas de manuseio e empilhamento.

UNITIZAR mercadorias em PALLETS para o transporte de quantidades maiores.

3 – EMBALAGEM

É um recipiente ou envoltura que guarda um produto temporariamente. Sua utilização agrupa unidades de um produto, protege de forma a não causar avarias e perdas, facilita estocagem, manuseio e armazenamento e pode ser  reutilizada ou reciclada.

Para a LOGÍSTICA a embalagem traz informações importantes em relação aos cuidados no manuseio, transporte, peso, posição, periculosidade e empilhamento. Existem outros cuidados a serem observados: espaço ocupado, CUBAGEM e ergonomia. Em LOGÍSTICA o conceito de embalagem não segue os mesmos princípios de Vendas e Marketing.

4 – SUPRIMENTOS

Sua atuação é ampla com o foco na aquisição INSUMOS, MATÉRIAS-PRIMAS e bens e serviços para a empresa poder operar. A LOGÍSTICA DE SUPRIMENTOS é um gerenciamento e planejamento de itens que serão precisos, durante todo o processo, até o cliente final. Ao ser bemadministrada ela coordena a aquisição de itens de acordo com as necessidades da empresa.

Estuda a disponibilidade de materiais para planejar a compra, analisa estoques disponíveis, seleciona fontes de fornecimento, elabora pré-pedidos, negocia condições de pagamento e condições contratuais (cronograma de entregas, qualidade, frequências, locais de entrega etc.), processa e controla requisições, trabalha o relacionamento entre diferentes setores e controla recebimentos. Há dúvidas quanto aos conceitos de SUPRIMENTOS, MATÉRIA-PRIMA e INSUMOS.

INSUMO (INPUTS): é o elemento ou conjunto de elementos necessários que entram diretamente na produção de bens ou serviços. É o tipo de material, maquinário ou equipamento utilizado como suporte ao produto final (OUTPUTS). É cada um dos componentes usados na produção como elementos essenciais na fabricação do produto ou na prestação de serviços.

MATÉRIA PRIMA: é o material mais importante ou o material básico, natural ou transformado, usado no processo de fabricação dos produtos que as empresas comercializam. Entretanto, para que esta transformação ocorra, serão necessários diversos INSUMOS: MATÉRIA-PRIMA, máquinas, equipamentos, mão de obra, horas de trabalho,  energia, capital etc.

Cuidado: a MATÉRIA PRIMA é considerada um INSUMO. Porém um INSUMO é muito mais do que MATÉRIA PRIMA. Os INSUMOS podem ser entendidos de duas formas diferentes: como MATÉRIA PRIMA e como FATOR DE PRODUÇÃO.

LOGÍSTICA DE SUPRIMENTOS, de acordo com RONALD H. BALLOU é a atividade que aborda fluxos de MATÉRIA-PRIMA e de produtos para uma empresa satisfazer suas necessidades de materiais nas suas operações.

5 – PLANEJAMENTO

Trabalho feito de forma racional sobre todas as ATIVIDADES prevendo ações, definido caminhos e prevendo prováveis situações para que a empresa chegue ao seu objetivo. Por meio do PLANEJAMENTO o GESTOR da LOGÍSTICA   antecipada suas decisões tendo o conhecimento prévio do que precisa ser feito (por experiência ou análises prévias).

Este trabalho também contempla alternativas baseadas em várias informações e simulações de acontecimentos futuros.

O GESTOR deve sempre rever e reavaliar o PLANEJAMENTO controlando e corrigindo desvios. Desta maneira, prepara respostas contra eventuais adversidades na prevenção contra fatores que podem causar impactos negativos ou para aproveitar eventuais oportunidades de mercado.

6 – SISTEMA DE INFORMAÇÃO  

A tecnologia proporcionou o desenvolvimento de diversas ferramentas de apoio na prática, execução e controle. Há muitas alternativas de softwares para o gerenciamento, emissão de relatórios, controle e avaliação das atividades logísticas.

A rapidez na troca  e na transferência de INFORMAÇÕES com todos os envolvidos é de enorme importância: dados sobre clientes, dados sobre a posição dos pedidos, níveis de estoque, ações dos concorrentes, volumes de vendas, armazenagem, custos de cada atividade etc. 

É a melhor maneira para reduzir incertezas e minimizar a ocorrência de erros.  Uma base de DADOS e INFORMAÇÕES integradas e corretas são ferramentas essenciais para o GESTOR.

É  imprescindível que a INFORMAÇÃO esteja disponível e consistente para a tomada de decisão e para dar respostas rápidas  às necessidades dos clientes. Por meio de um SISTEMA DE INFORMAÇÃO efetivo os GESTORES podem decidir quando e o que armazenar e movimentar, verificar a disponibilidade de estoques transmitir pedidos rapidamente e acompanhar o andamento, acompanhar embarques, planejar com base em DADOS e INFORMAÇÕES, comunicar alterações, comunicar as especificações de produto, acompanhar devoluções.

Sugestão de Leitura

FLEURY, PAULO FERNANDO. Logística Empresarial: A Perspectiva Brasileira. Editora Atlas. Edição 1ª. São Paulo, 2000.

COSTA, MARCELA AVELINA BATAGHIN. Estoque, Distribuição e Logística Reversa. Editora Viena.  Edição 1ª.  Santa Cruz do Rio Pardo, 2017.

PAOLESCHI, BRUNO. Estoques e Armazenagem. Editora Érica. Edição 1ª. São Paulo, 2013.

DIAS, MARCO AURÉLIO. Introdução à Logística – Fundamentos, Práticas e Integração. Editora Atlas. Edição 1ª. São Paulo, 2016.

AYRES, ANTÔNIO DE PÁDUA SALMERON; SUCUPIRA, CÉSAR; ACCIOLY, FELIPE. Gestão de Estoques. Editora FGV. Edição 1ª. Rio de Janeiro, 2008.

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