Gestão de Mudanças 2 – Resistências

Gestão de Mudanças 2 – Resistências nos níveis da Hierarquia

INTRODUÇÃO:

A ADMINISTRAÇÃO é uma área da ciência muito interessante. Ela apresenta diversos caminhos na solução de problemas, em qualquer tipo de organização, sem “Verdades” absolutamente “Verdadeiras”. Mas, as soluções vêm pelo uso de ferramentas diversificadas e adaptáveis. Elas são úteis para os GESTORES juntamente com o planejamento, organização, direção e controle das TAREFAS e ATIVIDADES.

Estas ideias parecem simples e até poéticas. Mas, na prática, estas ATIVIDADES têm por finalidade alcançar objetivos e resultados (lucros e sustentabilidade) utilizando o mínimo de recursos e um componente altamente complexo: PESSOAS

E, por outro lado, ADMINISTRAR não é função estática. Todas as empresas precisam MUDAR, continuamente, por influências do MACROAMBIENTE e pela necessidade de ajustes internos. Elas são indispensáveis na busca de novas formas de trabalho. É um ato de crescimento.

Por uma questão de COMPETITIVIDADE, as MUDANÇAS não são um problema e sim um processo natural de EVOLUÇÃO. Por esta razão, nos últimos anos, vários autores voltaram suas atenções para a GESTÃO DE MUDANÇAS, tema que vem crescendo em função dos seus riscos inerentes, oportunidades e implicações. E as grandes implicações da GESTÃO DE MUDANÇAS não estão voltadas somente para novos processos, procedimentos, tarefas, produtos/serviços, tecnologia etc. Talvez, a maior implicação esteja na RESISTÊNCIA das PESSOAS (de qualquer nível) em relação às MUDANÇAS.

AS RESISTÊNCIAS NOS NÍVEIS DA HIERARQUIA  

Nível Tático – Gerência.

O pequeno núcleo de profissionais que formam a DIRETORIA/ALTA GERÊNCIA tem abrangência até determinados níveis nos quais interferem diretamente: CULTURA ORGANIZACIONAL, ESTRATÉGIA CORPORATIVA e TOMADA DE DECISÕES sobre assuntos que são compatíveis com sua hierarquia.

Os EXECUTIVOS de alto nível enxergam falhas e problemas de maneira geral. Porém, da sua posição dificilmente fazem qualquer tipo de intervenção direta em pontos pertinentes ao NÍVEL TÁTICO (Gerencial) e muito menos em pontos pertinentes ao NÍVEL OPERACIONAL (Supervisão e Colaboradores).

A partir do momento em que a DIREÇÃO da empresa acredita na necessidade da GESTÃO DE MUDANÇAS, apoiando e se tornando o PROPONENTE, os GESTORES das áreas funcionais serão acionados, em geral, de três formas diferentes para a execução do processo:

1 – DIRETORIA/ALTA GERÊNCIA entrega um projeto de GESTÃO DE MUDANÇAS pronto (ou pelo menos em suas linhas gerais).

2 – DIRETORIA/ALTA GERÊNCIA solicita um projeto de GESTÃO DE MUDANÇAS para uma empresa especializada no assunto, a ser colocado em prática em conjunto com os GESTORES de cada área.

3 – DIRETORIA/ALTA GERÊNCIA encarregam cada um dos GESTORES para planejar, organizar, dirigir, controlar e executar as MUDANÇAS em seus departamentos.

Mas, seja qual for a opção escolhida, o resultado terá consequências para toda a empresa.

As reações do NÍVEL TÁTICO: dependendo da sua personalidade cada GESTOR tem percepções distintas sobre a amplitude das mudanças. As reações são as mais variadas e podem apresentar graus diferentes de RESISTÊNCIA:

A – GESTORES APOIADORES – recebem o processo de forma favorável e dão apoio às MUDANÇAS.

Sua CULTURA é aberta para o NOVO. O seu otimismo se justifica pela oportunidade de aprendizado de novos métodos, modificações, correção de falhas, eliminação de modelos obsoletos de trabalho etc. Também se trata de uma grande chance de obter mais poder, ganho político, espaço, visibilidade, prestígio e exercer o talento que muitas vezes ficou escondido. Eles assumem um papel de LÍDER e apresentam nível de RESISTÊNCIA quase nulo.

B – GESTORES INDIFERENTES – têm alta segurança e convicção de que as MUDANÇAS não afetarão em nada sua posição, prestígio, poder ou espaço na estrutura.

As MUDANÇAS não terão implicações profundas e nem representarão uma ameaça grave ao seu cargo. Em geral são proativos, estão sempre atentos, o seu departamento mostra resultados positivos e um bom desempenho. Apresentam um nível muito baixo de RESISTÊNCIA.

C – GESTORES DÓCEIS – seguem tudo de maneira exata e precisa conforme a orientação recebida dos superiores hierárquicos. São abertos às MUDANÇAS e têm alto grau de obediência. Têm pavor de serem ousados.

Como GESTOR, seu perfil traz características bem triviais, sem criatividade e sem nada especial. Não se importam com o poder, ganhos políticos, espaço, visibilidade ou prestígio. Também não assumem o papel de LÍDER e o nível de RESISTÊNCIA é zero.

D – GESTORES REBELDES – GESTORES que recebem o processo de MUDANÇAS com muito desconforto. Entendem como sendo uma ameaça e em geral apresentam um alto grau de RESISTÊNCIA.

Sua CULTURA, avessa à MUDANÇA, se justifica por prováveis modificações a serem introduzidas na estrutura de poder que ele construiu e no espaço já conquistado. Para eles tudo o que é novo é sinônimo de AMEAÇA e, portanto, quanto maior a AMEAÇA maior a RESISTÊNCIA. Em muitas oportunidades até atuam para minimizar os resultados esperados. Esta reação também pode estar relacionada com a ZONA DE CONFORTO, comodismo, apatia, desmotivação e com o temor pela perda de influência e prestígio. Em geral, estes GESTORES tem a preocupação imediata quanto às perdas e dificilmente conseguem ter uma visão otimista, mais à frente, em relação aos prováveis ganhos.

E – GESTORES DEFENSIVOS – recebem o processo de MUDANÇAS em posição rigorosamente defensiva e demonstram um estado de alta ansiedade e irritação. São orgulhosos, rígidos, não abrem mão de absolutamente nada e não cedem um milímetro.

São donos da verdade e da perfeição mais que perfeita. O nível de RESISTÊNCIA é total e eles são uma dor de cabeça para a DIRETORIA/ALTA GERÊNCIA.

F – GESTORES DISSIMULADOS – têm baixo grau de RESISTÊNCIA, recebem o processo de forma favorável. Na teoria JURAM que abraçam as MUDANÇAS de forma positiva.

F – GESTORES DISSIMULADOS – têm baixo grau de RESISTÊNCIA, recebem o processo de forma favorável. Na teoria JURAM que abraçam as MUDANÇAS de forma positiva.

Mas, na prática… fazem algumas pequenas alterações e uma maquiagem lutando por manter as coisas da mesma maneira de sempre.

OS GRANDES MEDOS

Qualquer que seja as REAÇÕES e o nível de RESISTÊNCIA dos GESTORES de qualquer área funcional, um processo de MUDANÇA por mais simples que possa parecer causa certo grau de insegurança. A MUDANÇA quase sempre tem uma aparência de ameaça pelo desenrolar de possíveis situações futuras. E nenhum GESTOR está totalmente seguro em relação aos impactos e implicações e nem consegue avaliar os riscos com exatidão. O processo de MUDANÇAS

…tem grande probabilidade de provar que o GESTOR é supérfluo, que seu departamento é desnecessário ou que as tarefas podem ser terceirizadas. 

…tem grande probabilidade de fazer o seu departamento perder a importância em comparação com outros.

…faz o GESTOR começar a perceber que não conseguirá assumir um novo papel a ele designado.

…faz o GESTOR começar a perceber que não tem capacidade para adquirir novas competências ou apresentar novos padrões de comportamento exigidos.

…altera e ameaça as posições de poder, espaço conquistado, prestígio, reputação ou influência.

…cria ou acentua ainda mais as rivalidades entre os GESTORES das diversas áreas funcionais.

…diminuirá sua importância em comparação com outros GESTORES.

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