INTRODUÇÃO:
Muito do que pode ser encontrado na literatura sobre EMPREEDEDORISMO diz respeito a um perfil ousado, que aprecia tudo que está ligado aos DESAFIOS e aos RISCOS envolvidos para criar uma STARTUP. Os textos e os vídeos na Internet exaltam a vontade e a coragem necessárias ao EMPREENDEDOR diante dos desafios e, que quanto maior forem os obstáculos a enfrentar, maior a MOTIVAÇÃO para vencer. Esta situação é que vai desenvolver a força interior contra os medos na condução dos negócios.
Mas, na realidade, as coisas não se processam exatamente desta maneira. Na verdade, o gosto pelos DESAFIOS pode ser considerado apenas um dos componentes para um provável caminho para o sucesso.
Mas, o candidato ao EMPREENDEDORISMO não pode ser confundido com um indivíduo TEMERÁRIO, de conduta imprudente, ansioso para conquistar LIBERDADE e INDEPENDÊNCIA e que não avalia corretamente as possibilidades e os RISCOS. É preciso, a princípio analisar e identificar a melhor opção de oportunidade de negócio e saber ADMINISTRAR de maneira EFICAZ.
OS DESAFIOS
O EMPREENDEDORISMO por si só envolve a noção de ser uma atividade difícil, desgastante e essencialmente ligada ao RISCO. A carga de trabalho excede em muito os limites da força e da saúde.
Mas, há outros DESAFIOS além dos exigidos pela atividade ligada ao EMPREENDIMENTO. Dependendo da personalidade e da formação do EMPREENDEDOR, há outros problemas a serem resolvidos:
Riscos e Obstáculos: nenhum negócio ou atividade tem 100% de segurança. De fato, é essencial não temer os RISCOS, aceitar desafios e vencer diversos obstáculos. Desta forma, é preciso antes de tudo, fazer uma avaliação minuciosa e muito bem planejada a respeito da IDEIA DE NEGÓCIO em mente.
Disciplina: trabalhar por conta própria exige uma disciplina maior e rigorosa, pois a cada pequena tarefa se constrói o todo. Não há mais a figura do chefe e a responsabilidade é toda do EMPREENDEDOR. A falta de horários, normas e procedimentos podem levam a uma acomodação natural (PERIGO!) e ser fatal para o desempenho. Por outro lado, estes fatores também podem escravizar o EMPREENDEDOR.
Mudanças: muitos definem um EMPREENDEDOR como sendo uma pessoa capaz de empreender mudanças. Contudo, o DESAFIO é iniciar as mudanças nos seus próprios HÁBITOS. A maneira de pensar e aceitar as novas situações talvez seja um dos maiores dilemas para um EMPREENDEDOR:
A – Se o EMPREENDEDOR foi empregado por muitos anos, acostumado a receber ordens e orientações, a nova realidade vai exigir um padrão de atitudes bem mais ágil.
B – Se o EMPREENDEDOR for um indivíduo que nunca trabalhou, sempre foi livre, autônomo ou informal ele deverá rever seus conceitos, COMPORTAMENTOS, mudar a forma de encarar a vida e sair da ZONA DE CONFORTO.
C – No mundo da STARTUP não existe mais o salário no dia certo, não há os benefícios que a empresa oferecia e também não há mais tantas outras coisas…
De agora em diante o cenário será bem diferente. Muitas vezes o EMPREENDEDOR vai ter que carregar o piano sozinho.
Liberdade e Independência: sem dúvida, em muitos casos a MOTIVAÇÃO mais comum que impulsiona as pessoas rumo ao EMPREENDEDORISMO é a sensação de LIBERDADE e de INDEPENDÊNCIA.
Ser o próprio patrão é uma sensação indescritível. O prazer que um indivíduo sente em não ter mais que suportar a submissão a um GESTOR grosseiro que nunca lhe deu o devido valor. A marca da LIBERDADE tão sonhada é fazer o próprio salário, se livrar daquela burocracia interminável e não ter ninguém para dizer o que deve ser feito.
A Liberdade SEDUZ: esta é outra ideia fantasiosa, muito comum, associada ao EMPREENDEDORISMO. É a possibilidade de usar a CRIATIVIDADE para algo proveitoso para si mesmo. É a possibilidade de direcionar a capacidade e o conhecimento em benefício próprio.
Muitas pessoas conhecem vários nomes que alcançaram um sucesso notável no EMPREENDEDORISMO – o que chega a provocar um desejo de se arriscar. Mas, no calor do entusiasmo, poucos atentam para um dado impressionante: perto de 90% das empresas desaparecem antes dos cinco primeiros anos de existência.
E o que causa espanto é que, na maioria dos casos, o fracasso deixou um rastro de perdas e problemas para os que tiveram a OUSADIA de se iniciar em um negócio próprio (utilizaram a maior parte de seus recursos ou então se endividaram além de suas possibilidades).
Senso comum: boa parte das pessoas enxerga o EMPREENDEDORISMO de uma forma bem longe da realidade. É a imagem errada que apresenta um indivíduo livre e independente, que tem gosto por DASAFIOS e prazer em assumir RISCOS com a possibilidade de fazer fortuna em pouco tempo.
Senso comum: boa parte das pessoas enxerga o EMPREENDEDORISMO de uma forma bem longe da realidade. É a imagem errada que apresenta um indivíduo livre e independente, que tem gosto por DASAFIOS e prazer em assumir RISCOS com a possibilidade de fazer fortuna em pouco tempo.
A Centralização no EMPREENDEDORISMO: e agora que todas as situações passaram para o seu comando eles têm que saber fazer o uso da VISÃO, ter força e perseverança para “TOCAR O NEGÓCIO”.
Por uma questão de insegurança, a primeira tendência natural nestas situações, e que acontece com muitos dos novos EMPREENDEDORES, é CENTRALIZAR atividades.
E isto acontece por falta de coragem, medo ou mesmo por indisciplina. E muitas vezes a CENTRALIZAÇÃO pode impedir o crescimento ou até mesmo prejudicar o “NEGÓCIO”.
Os sintomas da CENTRALIZAÇÃO: os primeiros sinais que um novo EMPREENDEDOR (ou até mesmos os mais experientes) apresenta caracterizam-se por:
● Exercer o poder absoluto e se posicionar como o centro de toda e qualquer decisão (das mais simples às mais complexas).
● Começar tudo e não concluir nada, querer resolver tudo e não resolver nada. Portanto, atrasa o andamento das ideias. Todos os envolvidos (a EQUIPE EMPREENDEDORA ou os funcionários) se tornam dependentes: nada pode ter solução sem a presença do EMPREENDEDOR (que, pelo volume e pela pressão das decisões a serem tomadas, acaba se irritando e desestabilizando o ambiente).
● Nunca estar errado e ter sempre razão. É o dono da verdade em qualquer circunstância.
● Demonstrar a falta de confiança nos subordinados, não ceder espaço para a opinião dos colaboradores, tirar a iniciativa, limitar o aprendizado e o crescimento profissional.
● Jamais admitir a culpa pelo fracasso do EMPREENDIMENTO.
As consequências da CENTRALIZAÇÃO: para novos EMPREENDEDORES não existe mais ninguém para lhes dar ordens, pois, não há mais a figura do chefe para dizer o que tem de ser feito. E se inicia um processo para fazer tudo de uma vez com desperdício de tempo com coisas normalmente irrelevantes – geralmente o foco não está direcionado para as práticas que poderão agregar valor ao negócio:
- Perde tempo com tarefas que poderiam ser feitas por outras pessoas ou via Internet.
- Perde tempo com assuntos pessoais ou familiares que não vão ajudar em nada para o crescimento do negócio.
É importante que o EMPREENDEDOR saiba DELEGAR funções e tarefas de modo claro para aproveitar todo o talento e o potencial da EQUIPE EMPREENDEDORA. O DESAFIO é saber usar uma CENTRALIZAÇÃO racional e equilibrada e atribuir as ações às pessoas certas.
Os Três FATORES: há outro DESAFIO no caminho do EMPREENDEDOR. Além da CENTRALIZAÇÃO, sem perceber ele se perde, age e se comporta com as mesmas características que ele abominava nos seus antigos superiores hierárquicos.
CHRIS ARGYRIS (1916-2013), um pensador respeitado em HARVARD por seus estudos a respeito de MOTIVAÇÃO, afirmou que a maior fonte de bloqueios e desmotivação para o colaborador é a própria empresa (o que leva muitos a sonhar com o EMPREENDEDORISMO).
Ou seja, é a maneira como as empresas colocam restrições e bloqueios que impedem o uso do talento e do potencial. A pesquisa de ARGYRIS identificou três fatores que levam a organização a frustrar os empregados e a dificultar o aproveitamento de suas potencialidades:
A – Estrutura Formal.
B – Liderança Imposta.
C – Controles Administrativos
As ORGANIZAÇÕES criam bloqueios como instrumentos que asseguram a ordem e a eficiência. A tarefa de qualquer ORGANIZAÇÃO deveria ser voltada para assegurar que a MOTIVAÇÃO e o POTENCIAL das PESSOAS fossem corretamente direcionados para o total aproveitamento. Cabe ao EMPREENDEDOR o DESAFIO de não reproduzir experiências passadas e conduzir PESSOAS para os OBJETIVOS: ao compartilhar informações e aproveitar a diversidade de ideias e de conhecimentos existentes em sua EQUIPE.
Sugestão de Leitura
BASTOS, MARIA FLÁVIA; SOUZA NETO, BEZAMAT. Não manual de empreendedorismo: ferramentas práticas para quem quer transformar experiências. Editora Artigo A. Edição 1ª. Rio de Janeiro ,2018.
GLITZ, EDUARDO; MAISONNAVE, MARCELO; ENGLERT, PEDRO. Empreendedores. Agilidade, resultados, cultura de dono e um negócio capaz de revolucionar o Mercado. Editora Gente. Edição 1ª. São Paulo, 2009.
PAULO, VILHENA. Os 12 Desafios do Empreendedor: Um Mini-MBA para o séc.XXI. eBook Kindle.