INTRODUÇÃO:
O mundo dos negócios vem passando por várias mudanças. Os recentes avanços tecnológicos alteraram as formas habituais do nosso modo de vida e deram início a um tempo que os estudiosos denominaram como a INTERNET DAS COISAS (IoT – Internet of things). Consequentemente, surgiram alternativas para a atuação das empresas, dentro de um novo contexto, onde as oportunidades se transformam e impuseram a necessidade de maior interação com os diferentes públicos (cada vez mais conectados, seletivos e com acesso a uma quantidade enorme de INFORMAÇÕES).
Quando o primeiro caso de COVID 19 foi confirmado no Brasil, em fevereiro de 2020, a PANDEMIA do NOVO CORONAVÍRUS acelerou o uso da tecnologia e impôs novas formas de trabalho e de relacionamento em função da QUARENTENA e do DISTANCIAMENTO SOCIAL.
Esta nova situação acelerou as tendências e mudanças que já estavam em andamento na ADMINISTRAÇÃO. Por exemplo, a FLEXIBILIZAÇÃO DAS RELAÇÕES DE TRABALHO, o COWORKING (criado nos EUA em 2005, utilizando ambientes destinados ao trabalho autônomo de diversas áreas), o NETWORKING e o HOME WORK através de processos de INOVAÇÃO DISRUPTIVA (ou DISRUPTURA TECNOLÓGICA) onde uma inovação transforma um mercado ou um setor existente através da simplificação do trabalho e redução de custos.
Apesar das inúmeras possibilidades do uso das ferramentas virtuais à disposição, as organizações, os EMPREENDEDORES e as START UP’S continuaram tendo a necessidade de refinar seus RELACIONAMENTOS para gerar valor. Este trabalho, junto aos STAKEHOLDERS (e todos os outros públicos), continua sendo necessário e sistemático devido a importância do seu engajamento.
O trabalho de ANÁLISE e CLASSIFICAÇÃO dos STAKEHOLDERS – PI’S, de fato, é uma tarefa exaustiva, principalmente, se a empresa estiver realizando esta análise pela primeira vez. Mas, a partir do momento que em isto se torna um hábito, o nível de dificuldade tende a diminuir. A ANÁLISE e CLASSIFICAÇÃO se constituem num processo disciplinado e metódico envolvendo a coleta, registro e análise de informações a respeito dos interesses, objetivos e preferências das PI’S. O segredo está em refletir sobre o que cada um dos STAKEHOLDERS tem a ganhar ou a perder.
A preocupação agora será voltada para a criação de determinadas estratégias para executar o gerenciamento dos STAKEHOLDERS – PI’S. Definir uma abordagem mais viável para obter apoio e minimizar os impactos negativos (ameaças) será de grande importância. Um método útil também é visualizar as oportunidades pelo mapeamento do trabalho (dependendo do caso, transformar informações em TABELAS e MATRIZES para melhor visualização e percepção de relacionamentos).
CUIDADO: não é fácil agradar a todos os STAKEHOLDERS.
MATRIZ DE PODER X INTERESSE
Ou Matriz de PODER X INFLUÊNCIA é a ferramenta que mapeia a relação entre PODER e INTERESSE. Para criar uma análise sistematizada não há um método padronizado e vai depender dos critérios dos Gestores envolvidos.
Recomenda-se a princípio a criação de uma TABELA contendo as PI’S com os nomes na primeira coluna, as influências positivas e negativas na segunda e na terceira coluna. Na quarta e quinta colunas colocar a pontuação (de 1 a 10) dada pelos Gestores para PODER e INFLUÊNCIA de cada PI. Na sexta coluna indicar o tratamento a ser dado. Quanto o maior ou menor grau de PODER versus INFLUÊNCIA (PONTOS DE CONTATO) maior ou menor atenção e intervenções dos Gestores.
Na sexta coluna há quatro alternativas de PROVIDÊNCIAS para os Gestores:
● 1 – Manter Satisfeito: informações constantes com o acompanhamento das expectativas com contatos frequentes e transparência.
● 2 – Gerenciar com Atenção: consultas frequentes e informações constantes.
● 3 – Monitorar: acompanhar a distância.
● 4 – Manter Informado: ter contato frequente com informações constantes e troca de diversas ideias.
Os GESTORES também poderão utilizar os mesmos dados obtidos na TABELA, em forma de ferramenta gráfica de PODER X INTERESSE: cada pontuação dada ao GRAU DE PODER no eixo vertical e o GRAU DE INTERESSE no eixo horizontal.
Na construção da MATRIZ pode-se usar a forma com dois eixos X e Y colocando-se os mesmos dados de PODER X INTERESSE da tabela e cruzar com os itens das PROVIDÊNCIAS.
Com base na Tabela, no Gráfico e na Matriz os Gestores terão em mãos um modelo mais coerente para avaliar as PI’S. Com a Matriz pode se observar os 4 quadrantes entendendo quais os reais cuidados e PROVIDÊNCIAS para cada um:
1 – Baixo Poder x Baixo Interesse: este grupo tem baixa relevância e não necessita de muita atenção. É preciso apenas MONITORAR.
2 – Alto Poder x Alto Interesse: este grupo é considerado o mais crítico e necessita ser acompanhado de perto com informações imediatas e precisas e gerenciado com ATENÇÃO.
3 – Baixo Poder x Alto Interesse: este grupo tem alto nível de interesse, porém não tem Poder e não necessita de tanta atenção. Devem ser mantidos INFORMADOS.
4 – Alto Poder x Baixo Interesse: estes STAKEHOLDERS merecem muita atenção. Apesar de não terem muito interesse na empresa ou em seus projetos eles possuem alto nível de Poder. É preciso mantê-los SATISFEITOS.
DO CENTRO PARA A BORDA
É um exemplo de classificação, no qual os STAKEHOLDERS são colocados por ordem de IMPORTÂNCIA DECRESCENTE, do CENTRO para a BORDA do diagrama. A classificação segue a pontuação e os critérios estabelecidos pelas análises dos GESTORES.
STAKEHOLDERS – GRID ou TABELA Uma das providências em relação ao estudo e gerenciamento dos STAKEHOLDERS – PI’S, é o registro das análises e da classificação das informações levantadas por data de emissão (incluindo o monitoramento para avaliar a situação). Há várias formas de relatórios, CHECK LIST ou tabelas. O que realmente importa é o cuidado com o material e a sua constante avaliação para evitar uma tomada de decisão errada.
Cuidado: ao atualizar cada GRID não descarte as anteriores para poder avaliar a evolução do processo desde o início.
Sugestão de Leitura
HANASHIRO DARCY MITIKO MORI; TEIXEIRA, MARIA LUISA MENDES; ZACCARELLI, LAURA MENEGON. Administração de STAKEHOLDERS: Uma Questão Ética ou Estratégica. Editora Saraiva. Edição 2ª. São Paulo, 2007.