INTRODUÇÃO:
Na literatura sobre o EMPREENDEDORISMO não há uma definição concreta do termo EMPREENDEDOR. Os estudiosos tendem a perceber e definir o assunto de acordo com as bases de suas próprias disciplinas. A despeito destas diferentes opiniões, no momento nota-se um crescente número pessoas que procuram se transformar em EMPREENDEDORES. Porém, o que se verifica é que muitos estão despreparados para enfrentar uma realidade diferente, fora do comum e muito desafiadora. E, infelizmente, boa parte acaba ficando pelo caminho.
A solução apontada por vários especialistas aponta para a criação de programas especiais para o EMPREENDEDOR. A ideia é desenvolver organismos de apoio empresarial, na área técnica e financeira, com a tutoria de profissionais experientes em negócios. Os programas contam com INCUBADORAS, Cultura MAKER, CO WORKING etc. e núcleos de formação empreendedora nas escolas e instituições de ensino superior.
O alcance e o estudo do EMPREENDEDORISMO deveriam levar em conta não apenas aptidões, características e competência inerentes aos EMPREENDEDORES.
Persiste um lado bem interessante, que aborda os motivos pelos quais os EMPREENDEDORES, que chegaram ao sucesso inicial, abandonam o fator que foi a essência que o tornou diferente dos demais: o ESPÍRITO DE EMPREENDEDOR, uma força que conduz o indivíduo para a transformação usando sua capacidade criativa.
Possivelmente, a perda do ESPÍRITO EMPREENDEDOR revele as causas da mortandade precoce ou o fim do ciclo de vida de inúmeros negócios. Por tabela, esta perda vai eliminando o uso de diversas experiências valiosas, da intuição, do conhecimento e do desejo a reverter ou modificar situações para repensar como reestruturar valores, objetivos ou ações diferentes.
OS BEM SUCEDIDOS:
Contudo, é preciso analisar casos de EMPREENDEDORES que alcançam o sucesso por própria iniciativa, criatividade, coragem, ousadia, agilidade, inovação e flexibilidade. Assim, temos mais uma questão relevante: estes BEM SUCEDIDOS precisam aprender a sobreviver, ou seja, ter continuidade. Ao verificarmos só a parcela dos BEM SUCEDIDOS surgem duas alternativas:
1 – A primeira: o BEM SUCEDIDO que se não se acomoda com o sucesso e que permanece num contínuo processo de INOVAÇÃO, evoluindo, OBSERVANDO, sem medo de procurar novas OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO e num estado permanente de mudança. Portanto, não está na ZONA DE CONFORTO, não deixa de empreender e, principalmente, tem disposição para ampliar conhecimentos. Este pode ser considerado como um EMPREENDEDOR verdadeiro, que manteve seu ESPÍRITO EMPREENDEDOR.
2 – A segunda: o BEM SUCEDIDO que se acomoda no sucesso mantendo seu projeto (o NEGÓCIO) da mesma forma como começou. Com este perfil ele perde suas características iniciais, com base numa falsa segurança, ou em um sucesso aparente. E perde o ímpeto inovador, não sabe administrar o tempo, não se renova, deixa de ser ousado e corajoso. Portanto, está repousando numa ZONA DE CONFORTO e não pode ser considerado um EMPREENDEDOR verdadeiro. E não raro, tem vida relativamente curta e acaba ficando pelo caminho.
“O que é perigoso é não evoluir”. JEFFREY PRESTON JORGENSEN
Para deixar o assunto ainda mais aberto às desavenças, outros ingredientes poderão ser acrescentados: o BEM SUCEDIDO acomodado justifica sua posição culpando o Governo, a instabilidade da economia, os juros praticados pelo sistema bancário, a qualidade da mão de obra, etc. Mas, na verdade faltou…
… ESPÍRITO EMPREENDEDOR.
… CULTURA EMPREENDEDORA.
… Eficiência na Administração do seu negócio.
… Saber diferenciar AUTO EMPREGO do EMPREENDEDORISMO.
O ESPÍRITO EMPREENDEDOR:
Antes de se tornar EMPREENDEDOR, o indivíduo deve fazer algumas ponderações importantes. Qualquer realização em mente deve partir da vontade e da atitude de colocar em prática a realização de um SONHO e o desejo de ser INDEPENDENTE. O objetivo é produzir um ideal. Isto é muito interessante, mas, não é o bastante. É preciso ter um espírito diferenciado, acima da média.
O CONCEITO:
O ESPÍRITO EMPREENDEDOR pode ser definido como a capacidade de um empresário criar um negócio, capaz de encontrar soluções para os problemas do seu público alvo, quebrar PARADIGMAS e inovar. É dar ao consumidor aquilo de que ele precisa, ou seja, OBSERVAR e enxergar nas necessidades e desejos das pessoas (ou das empresas) as novas OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO para concretizar o empreendimento.
Antes de qualquer atitude ou iniciativa, o ESPÍRITO EMPREENDEDOR deve ser um estado mental de inquietude de um indivíduo e não uma fase eventual, de vez em quando. Há algumas características de PERSONALIDADE que são comuns a essas pessoas diferenciadas e que são fundamentais.
CARACTERÍSTICAS DO ESPÍRITO EMPREENDEDOR:
● Visão: o EMPREENDEDOR deve ter um objetivo de negócio definido, conhecer o assunto e ter um plano a ser executado. É necessário ser um excelente OBSERVADOR, e detalhista, com um olhar mais amplo para criar DIFERENCIAIS.
● Liderança: talvez essa seja uma das características mais complexas na construção do ESPÍRITO EMPREENDEDOR. Provavelmente, seja o maior obstáculo por que, na maioria dos casos, os EMPREENDEDORES, quando muito, sabem ser um CHEFE e não sabe ser um LÍDER. O EMPREENDEDOR é o grande responsável pela MOTIVAÇÃO de seus subordinados para manter a EQUIPE voltada para objetivos.
Com esse perfil ele ganha a confiança de seus funcionários para alcançar bons resultados, mesmo diante de situações desfavoráveis. É importante que todos tenham o suporte necessário e estejam cientes sobre objetivos e metas.Um LÍDER precisa saber mudar a realidade, ter reciprocidade, diálogo (saber ouvir e ter humildade para aprender). Outros fatores muitas vezes colocam tudo a perder: a falta de uma relação de confiança mútua, excesso de CENTRALIZAÇÃO e a incapacidade de DELEGAR responsabilidades.
● Aprendizado: o conhecimento atualmente está em constante evolução e num ritmo muito rápido. Para ter COMPETÊNCIA o EMPREENDEDOR deve estar voltado e aberto para inovações tecnológicas e novas alternativas viáveis no seu ramo de atividade. A atualização é questão básica para a sobrevivência e o crescimento da empresa.
● Decisão e atitude: uma das grandes armas para o EMPREENDEDOR é o uso de DADOS e INFORMAÇÕES corretas, com permanente vigilância quanto às possíveis ameaças externas e internas. É a forma de criar bases para a TOMADA DE DECISÃO com a maior margem de segurança possível. Outro componente do ESPÍRITO EMPREENDEDOR está ligado à DISCIPLINA e ATITUDES. O espírito de um bom EMPREENDEDOR também é composto pela DETERMINAÇÃO que caracteriza o hábito de terminar o que começou.
Cuidado: Se for dar andamento e não terminar um projeto ou uma ideia, então é melhor nem começar. Infelizmente, a experiência me mostrou um grande número de EMPREENDEDORES cheios de INICIATIVA, mas, sem muita ACABATIVA.
● Pensamento positivo: o OTIMISMO, AUTO ESTIMA e AUTO CONFIANÇA são partes que compõem o ESPÍRITO EMPREENDEDOR. É crer no que está sendo proposto como objetivo. O ambiente empresarial é repleto de riscos, incertezas, oscilações e alternativas nem sempre favoráveis. Elas fazem parte dos negócios. É preciso ter confiança, muita coragem e perseverança.
● Criatividade: o ESPÍRITO EMPREENDEDOR pressupõe que o indivíduo seja, acima de tudo, CRIATIVO e INOVADOR,características marcantes e mais presentes nos verdadeiros EMPREENDEDORES. Há autores, com outras visões sobre o tema, que agregam mais algumas características sobre o ESPÍRITO EMPREENDEDOR:
Todas as características do ESPÍRITO EMPREENDEDOR não são uma herança genética. Elas podem ser desenvolvidas com estímulos ou treinamentos específicos. Mas, também há uma forte ligação com as condições positivas (ou negativas) do MEIO FAMILIAR e do AMBIENTE SOCIAL.
Sugestão de Leitura
CHIAVENATO, IDALBERTO. EMPREENDEDORISMO – dando asas ao Espírito Empreendedor. Editora Saraiva, São Paulo, 2004.
GERBER, MICHAEL E. Empreender fazendo a diferença. Editora Fundamento Educacional, São Paulo, 2004.
DORNELAS, JOSE CARLOS ASSIS. Empreendedorismo na prática – mitos e verdades do Empreendedor de sucesso. Editora LTC. Edição 3ª. São Paulo, 2015.
GERBER, MICHAEL E. O mito do empreendedor: como fazer de seu empreendimento um negócio bem sucedido. Editora Saraiva. São Paulo, 1996.