Contabilidade – 2 – História e Evolução

INTRODUÇÃO:

Os trabalhos e as pesquisa mais atuais da ARQUEOLOGIA têm revelado vários fragmentos rudimentares na pré-história que atestam o uso de sistemas contábeis por volta de 5.000 a.C. Para os arqueólogos, este período constata as primeiras provas da existência de contas e que homem já efetuava o INVENTÁRO dos seus pertences em uma forma primitiva de CONTABILIDADE (a CONTABILIDADE EMPÍRICA): cerâmicas, cestos, ferramentas, armas, instrumentos diversos, escravos e o rebanho.

Ao mesmo tempo, é possível afirmar que a CONTABILIDADE, a LINGUAGEM ESCRITA (para simbolizar os itens) e a MATEMÁTICA foram criadas pelas civilizações antigas diante da necessidade da manutenção de registros no efetivo controle dos bens, direitos e obrigações.  

A CONTABILIDADE foi se desenvolvendo ao longo de milhares de anos com objetivo foi efetuar o CONTROLE de todas as alterações na criação e no uso das riquezas de diversos povos. 

O trabalho da contagem e as formas mais eficientes de processar os registros utilizaram seixos, gravações em troncos de árvores, pinturas nas paredes de cavernas e nas rochas segundo a classificação de sua natureza (tipos de bens).

Posteriormente, foram utilizadas as tábuas de argila, papiros e pergaminhos até a invenção da imprensa (1430, no século XV) por JOHANNES GUTENBERG

A ANTIGUIDADE

EGITO: os EGÍPCIOS aproveitaram o papiro para criar a documentação necessária por volta de 6.000 a. C.

As gravuras foram substituídas por documentos contendo registros sobre bens móveis e imóveis, comércio, contagem de animais e escravos em uma forma primitiva de controles administrativos e financeiros.

MESOPOTÂMIA: na cidade de UR foram encontradas importantes documentos em escrita cuneiforme dos povos da MESOPOTÂMIA (SUMÉRIOS e ACÁDIOS) com as contas referentes à mão-de-obra e materiais (cerca de 5.000 anos antes de Cristo). Todos os registros eram feitos em peças de argila (as tábuas de URUK) combinando o figurativo com o numérico com a gravação da cabeça do animal e um número correspondente às cabeças existentes. 

Por volta de 3.000 a.C. os SUMÉRIOS estabeleceram rotas comerciais para negociar com os povos do vale do Indo.

FENÍCIA: este povo ANTIGUIDADE (4.000 a 64 a.C.) ocupava o litoral que atualmente corresponde o norte de ISRAEL, LÍBANO e SÍRIA em uma da região com portos naturais, terreno acidentado, desfavorável para a agricultura pela pouca fertilidade e com o subsolo pobre em recursos naturais.

Estavam organizados em CIDADES-ESTADO (independentes entre si: SIDON, ARVADE, SAREPTA, UGARIT, TIROBIBLOS e BAALBEK) que com frequência entravam em disputas e podiam exercer o domínio umas sobre as outras. Contudo, também estabeleciam formas de colaboração e alianças.

Em função do solo, os FENÍCIOS a princípio tinham suas atividades voltadas para a pesca. Mas, entre 4.000 e 3.000 a.C. a cidade de BIBLOS estabeleceu contatos comerciais com os EGÍPCIOS.

A partir de 1.200 a.C. os FENÍCIOS desenvolveram uma grande habilidade para navegar pelo MAR MEDITERRÂNEO e se dedicaram ao comércio de produtos apreciados por diferentes povos: azeite, garrafas, cerâmicas, cedro, unguentos, vinhos, púrpura, estanho, pratos e tigelas de ouro, prata, bronze, ferro, linho, lãs finas, perfumes, armas, especiarias valiosas do Extremo Oriente, marfim, etc.

Os FENÍCIOS mantinham um controle rigoroso sobre os registros de suas transações comerciais. Para alcançar uma maior exatidão e confiabilidade eles criaram uma nova forma de escrita, mais simples, em relação ao modelo EGÍPCIO de 24 sinais.

Os escribas fenícios substituíram o complexo sistema de hieróglifos, por volta de 1.700 a.C. e escolheram um determinado símbolo para cada som do seu idioma. Assim, formaram o alfabeto que seria a base de todos os alfabetos em uso no Ocidente.

ISRAEL: o povo de Israel era formado por 12 tribos, os descendentes dos 12 filhos de Jacó. Os LEVITAS, descendentes de Levi, o terceiro filho de Jacó, foram escolhidos por Deus para cuidar do templo e guiar o povo na adoração.

Quando o templo foi construído em Jerusalém, na época de Salomão, a tribo dos LEVITAS tinham várias funções dedicadas ao serviço no templo como porteiros, guardas, músicos dedicados aos louvores, professores que ensinavam as leis de Deus e Administradores, os responsáveis pela arca da Aliança do Senhor e pela guarda de todos os utensílios do templo.

A Bíblia também relata práticas de contabilidade para controle de propriedade e de bens. Por exemplo:

● Gênesis 41: José do Egito.

● Jó 1.3: E o seu gado era de sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois e quinhentas jumentas; eram também muitíssimos os servos a seu serviço, de maneira que este homem era maior do que todos os do oriente.

ASSÍRIA: foi império da antiguidade que foi sendo formado por volta de 2.500 a.C. no norte do atual IRAQUE, nordeste da SÍRIA, sudeste da TURQUIA e noroeste do IRÃ.

Em sua época, a ASSÍRIA (ou IMPÉRIO ASSÍRIO) desenvolveu importantes realizações tecnológicas, científicas e culturais e, através dos Séculos, suas conquistas formaram um vasto território: desde o CHIPRE, ARMÊNIA, ARZEBAIJÃO, IRÃ, IRAQUE, SÍRIA, LÍBANO, PALESTINA, parte da ARÁBIA, EGITO e a porção oriental da LÍBIA. Foi destruído em 609 a.C. pelos CALDEUS e MEDOS.

Entre 1.920 a.C. até  1.740 a.C. os assírios fundaram colônias na CAPADÓCIA (atual TURQUIA) e desenvolveram uma forte atividade comercial com metais (estanho, chumbo), perfumes e têxteis e compravam ouro, prata e cobre. Este comércio terminou em função das guerras entre reinos daquela região.  

Ao redor de 1 200 a.C. ocorreu uma grande onda migratória de povos de origem indo europeia na GRÉCIA, EGITO e MESOPOTÂMIA, onde no norte desta região, os assírios tiveram que dispersar por uma questão de sobrevivência. A luta pela contra os invasores transformou perfil deste povo em uma nação de guerreiros com um poderoso exército (com cavalaria ágil e carros de combate) que em curto espaço de tempo dominou o ORIENTE MÉDIO.

O vasto império era conduzido por reis, intermediários entre os deuses e o povo, com um poder absoluto e autocrático baseados em uma administração burocrática muito eficiente que dispunha de um sistema de estradas que futuramente seria aproveitado pelos PERSAS.

Para enfraquecer os laços e minimizar o poder dos povos vencidos, os sobreviventes eram escravizados e dispersos pelos assírios em outras regiões do império (a política de extermínio e deportação). Para fomentar a prosperidade econômica havia um sistema de cobrança tributária rigorosa e controlada, acompanhada por um tratamento brutal e cruel para esmagar as frequentes revoltas.

PÉRSIA: a formação da PÉRSIA se deu por volta do ano 2000 a.C., no atual IRÃ, no mesmo período os MEDOS.

A unificação dos dois povos ocorreu em 558 a.C., com CIROo GRANDE, submetendo os MEDOS e iniciando a formação de um vasto império que duraria por cerca de duzentos anos: do MEDITERRÂNEO oriental, parte dos BALCÃS, TURQUIA, LÍDIA, SÍRIA, FENÍCIA, PALESTINA, EGITO, BABILÔNIA até os limites com a ÍNDIA.

Ao contrário dos assírios, os persas apesar da sua rigidez política, eram tolerantes e permitiam que os povos conquistados mantivessem seus costumes, cultura e religião para manter uma paz relativa dentro do império.

DARIO I, que governou de 550 a.C. a 486 a.C., criou 20 Satrapias, (unidades administrativas  ou províncias) dirigidas por um SÁTRAPA (governador ou protetor da província) com a principal função de cobrar e recolher impostos. Também eram os responsáveis pelo recrutamento militar, pelo controle da burocracia local, combatiam revoltas, crises e garantiam a defesa contra perigos externos.

Junto ao SÁTRAPA atuavam dois funcionários, um secretário e um general, que eram ligados ao imperador.  Os SÁTRAPAS eram inspecionados por funcionários chamados de “olhos e ouvidos do rei” que verificavam e mantinham o imperador informado a respeito de tudo que se passava em cada SÁTRAPIA.

DARIO I criou um sistema monetário unificado, codificou leis, fez o ARAMAICO como o idioma oficial, construiu estradas extensas, correios eficientes e fez grandes projetos de construção. O império Persa começou a entrar em processo de decadência com as derrotas sofridas nas Guerras Greco-Pérsicas, de 499 a.C. a 449 a.C. até ser conquistado em 330 a.C. por ALEXANDRE, O GRANDE.    

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