1 – Trabalho Híbrido – BLENDED Working

INTRODUÇÃO:

Atualmente, muitas organizações estão procurando unir a forma tradicional do trabalho presencial com as alternativas do TRABALHO REMOTO. Os especialistas em ADMINISTRAÇÃO denominaram esta junção como BLENDED WORKING (ou EQUIPE HÍBRIDA, TRABALHO HÍBRIDO ou TRABALHO COMBINADO). Em um futuro próximo ele se tornará algo muito comum para o MUNDO DO TRABALHO.

Isto significa que o trabalho será executado dividindo uma parte presencial, na empresa (FACE TO FACE WORKING) e parte à distância em modalidades como HOME OFFICE, COWORKING,CONFERENCE CALL, VIDEOCONFERÊNCIA, SQUAD OFFICE, ANYWHERE OFFICE, OFFICELESS, FLEXPLACE, COMPRESSED WORK etc.

O TRABALHO REMOTO, que até por volta de 2014 era visto com certas reservas e apenas uma ideia a ser eventualmente avaliada, foi crescendo em função de suas vantagens e ação transformadora. Com a PANDEMIA do COVID 19 e o ISOLAMENTO SOCIAL, os resultados das modalidades à distância foram muito positivos para a maioria das empresas e para a maioria dos trabalhadores.

CRIANDO A EQUIPE HÍBRIDA

Como em qualquer processo de mudança, a criação de uma equipe no modelo BLENDED WORKING vai exigir, a princípio, uma análise detalhada sobre as reais necessidades da empresa e os prováveis impactos:

1 – Tarefas e Cargos: planejar e estabelecer quais atividades e posições que têm viabilidade para serem executadas à distância ou com obrigatoriedade da presença física. 

2 – Componentes: quais profissionais que vão compor a EQUIPE HÍBRIDA selecionando os que estarão FULL TIME à distância, FULL TIME em presença física e os que poderão equilibrar o comparecimento ao escritório de acordo com uma escala planejada.

3 – Requisitos: determinar quais competências técnicas, formação, competências, comportamentais, perfil, nível de criatividade, capacidade de COMUNICAÇÃO (FEEDBACKS sem ruídos) e engajamento necessários para os integrantes da EQUIPE HÍBRIDA.

É fundamental que os escolhidos tenham alinhamento com os objetivos da empresa e o mesmo modo de pensar. O cuidado é para que não ocorram conflitos, atrasos nas entregas das tarefas, desarmonia e desequilíbrio no CLIMA LABORAL (mesmo que parte do trabalho seja no modo remoto).

É preciso um processo de recrutamento e seleção no mercado de trabalho?

4 – Capacitação: tanto no trabalho presencial e, em especial nas atividades do modelo REMOTO, é preciso escolher colaboradores bem organizados e independentes, hábeis para solucionar questões do dia a dia e com conhecimento atualizado das atividades digitais, softwares e tecnologias.

A GESTÃO HÍBRIDA

Na opinião de diversos especialistas, mesmo com o fortalecimento do TRABALHO REMOTO, considerado como o caminho sem volta, ele não será unanimidade. As modalidades à distância vão conviver com o modelo HÍBRIDO, no qual as empresas vão poder conciliar dias e horários apropriados para ter profissionais em FACE TO FACE WORKING no escritório, especialmente quando a PANDEMIA do COVID 19 mostrar sinais visíveis de recuo.

A GESTÃO HÍBRIDA deve equilibrar o período de tempo em que um colaborador deverá atuar no HOME OFFICE de acordo com as atividades e posição. A GESTÃO HÍBRIDA também deve considerar que o HOME OFFICE também tem algumas desvantagens:

● Dependendo das condições o ambiente da casa poderá dispersa a atenção. E muitas vezes, o trabalho em um ambiente doméstico pode ser tão TÓXICO e ESTRESSANTE quanto o trabalho presencial.

● Há uma forte propensão para a perda do vínculo com o clima presente no MUNDO CORPORATIVO, com a MISSÃO/VISÃO/VALORES e com a compreensão da CULTURA ORGANIZACIONAL.

● A falta de convivência com as pessoas poderá causar a perda do ESPÍRITO DE EQUIPE.

● A ZONA DE CONFORTO é um perigo constante.

● O sedentarismo aumenta a tendência para problemas físicos.

● Em muitos casos, os colaboradores não conseguem se desligar e trabalham muito além do tempo necessário.

● Boa parte das empresas também considera a necessidade do trabalho no modelo HÍBRIDO para ocupar as suas instalações. Não faz sentido colocar todos no à distância e desperdiçar imóveis de escritórios (próprios ou alugados) sem uso e completamente ociosos.

Porém, há afirmações que entendem que o colaborador em HOME OFFICE tem maior capacidade de organização e produtividade.

GERENCIANDO A EQUIPE HÍBRIDA

Não há uma regra única para efetivar o modelo HÍBRIDO em uma empresa.  Mas, sem dúvida, ele é favorável para obter maior eficácia. No TRABALHO COMBINADO o GESTOR e sua EQUIPE precisam colaborar para garantir o engajamento e que as tarefas e metas sejam entregues no prezo, dentro de um planejamento conhecido por todos os componentes.

O trabalho em EQUIPE HÍBRIDA é flexível e pode ser implementado de diversas formas, mas, é importante avaliar as necessidades, o conforto e os recursos disponíveis. No trabalho HÍBRIDO a tecnologia harmoniza a tradicional presença física com o trabalho online e os funcionários têm meios de controlar o tempo e o ritmo. Segundo os especialistas, há muitas maneiras de colocar em prática o modelo HÍBRIDO. As 3 maneiras mais comuns são: ROTAÇÃO DE ESTAÇÃO, ROTAÇÃO DE GRUPO INTEIRO e ESCRITÓRIOS INVERTIDOS.

Rotação da Estação: o líder faz a divisão dos membros da EQUIPE em grupos de trabalho menores. Cada grupo colabora em uma ÚNICA TAREFA e se alterna para completar cada parte dela de acordo com o tempo estabelecido.

Rotação de grupo inteiro: a Rotação de todo o grupo é semelhante à Rotação da Estação. Permite que os líderes da EQUIPE passem de uma tarefa para outra sem que os funcionários formem pequenos grupos. Essa abordagem é apropriada para empresas sem recursos ou com equipes de tamanho reduzido facilitando a execução de vários trabalhos simultâneos e o recurso das reuniões presenciais.

Escritórios invertidos: esta modalidade é o que realmente pode ser denominada como trabalho HÍBRIDO. O ESCRITÓRIO INVERTIDO é voltado para o uso de trabalho online e presencial.  Os GESTORES atuam com a equipe por e-mails e outras formas possíveis de contato digital. Os componentes da EQUIPE HÍBRIDA se envolvem realizando tarefas pelo software, com instruções definidas, seguindo um plano de trabalho. Posteriormente, discutem os resultados por meio de reuniões presenciais de acordo com um cronograma.

Apesar das graves preocupações, a crise da COVID-19 pode significar que a mudança para formas combinadas de trabalho é irreversível. O papel do GESTOR na implementação e transição para o modelo HÍBRIDO requer o redesenho de alguns métodos de trabalho, mesmo sendo muito similares aos modelos à distância. Para adequação da empresa, dentro deste novo cenário, para o gerenciamento efetivo há algumas ações indicadas para criar uma EQUIPE HÍBRIDA com produtividade:

1 – Definir com CLAREZA os horários de trabalho (para começar e terminar), os horários dos contatos à distância e a escala estipulada para o FACE TO FACE WORKING no escritório da empresa. 

2 – É preciso que todos os integrantes tenham a compreensão exata como eles serão intercalados no trabalho. Principalmente, o que se espera deles (as expectativas da empresa em um ambiente de trabalho HÍBRIDO) e quais as tarefas e os projetos em que estão alocados evitando conflitos e desgastes desnecessários. 

3 – A COMUNICAÇÃO é vital na gestão de equipes, mesmo que seja com mais frequência do que de costume, em um ambiente presencial ou em TRABALHO REMOTO. Ela também é uma das chaves do sucesso no modo HÍBRIDO, importante para perguntas e dúvidas para que os membros tenham maior proximidade (dentro dos limites) com FACETIME, GOOGLE HANGOUTS etc.

Para o GESTOR, a COMUNICAÇÃO também tempor finalidade a verificação diária (diferente da CENTRALIZAÇÃO e vigilância) para evitar a perda de informações e manter os profissionais atualizados, tanto da equipe remota quanto da equipe presencial.

4 – Um dos maiores problemas do TRABALHO REMOTO, apontado por diversos especialistas, é a falta do contato pessoal. É fundamental ter um tempo para contatos pessoais entre os membros da equipe. O papel do GESTOR é importante para que a EQUIPE também tenha a oportunidade de manter atividades e conversas informais. É útil para criar um ambiente colaborativo e mais relaxado com almoços e encontros (um presencial e outro virtual).

Por vezes a falta do contato pessoal também pode ser um ponto desmotivador. Em muitos casos, faz com que algum dos integrantes se sinta desprestigiado e apresente queda de produtividade. Na verificação diária o GESTOR também pode observar se alguns dos participantes estão cumprindo os prazos, se a COMUNICAÇÃO é a ideal, se o nível de interesse pelo trabalho é satisfatório ou qualquer outro aspecto prejudicial. Uma das alternativas poderá ser a ampliação da parcela de tempo no FACE TO FACE WORKING.

5 – O papel do GESTOR é flexível, porém, dentro de uma estrutura com disciplina. Suas ações devem ser focadas na produtividade, eficiência, resultados, gestão do tempo que priorize normas definidas, estabilidade e amplo tempo de trabalho colaborativo.

6 – Outra medida que os GESTORES poderão estabelecer são os programas de treinamento, WORKSHOPS (presencial ou virtual), PODCASTS no celular e WEBINARS (seminários online em vídeo, gravado ou ao vivo) com temas relacionados ao trabalho ou com vários assuntos.

7 – Para a empresa é muito interessante verificar a legislação trabalhista pertinente às modalidades à distância e HÍBRIDA para que não haja problemas futuros.

Sugestão de Leitura

PACHECO, ANTÔNIO VILAÇA; MOREIRA FERNANDO. Teletrabalho: princípios e ferramentas práticas do Trabalho Remoto. Editora Self. Edição 7ª.  Formato eBook – 2020.

MELO, LUIZ FERNANDO DE. A REGULAMENTAÇÃO DO TELETRABALHO (HOME OFFICE) NO BRASIL, PÓS REFORMA TRABALHISTA. Formato eBook – 2019.

FERNANDES, CARLOS HENRIQUE RIBEIRO. O Teletrabalho no Brasil e seus desafios: O trabalho remoto no Brasil, os aspectos institucionais, a gestão, a cultura, as rotinas especiais e as interações com a CLT. Edição 1ª.  Formato eBook – 2019.

MELO, LUIZ FERNANDO DE. Teletrabalho em tempos de Corona vírus.  Formato eBook – 2020.

Deixe um comentário