Logística e a Cadeia de Suprimentos

INTRODUÇÃO:

Com frequência encontramos algumas afirmações que confundem a LOGÍSTICA com a CADEIA DE SUPRIMENTOS (SUPPLY CHAIN), em especial, nas fases em que elas atuam em conjunto na empresa. Os dois conceitos têm muitos pontos comum. 

DIFERENÇAS E CONCEITOS

Com o tempo, os processos da LOGÍSTICA passaram por modificações como quaisquer outros existentes dentro das empresas. Uma boa parte dessas mudanças foi em razão de avanços tecnológicos, da necessidade de adequação às novas características e demandas do mercado.

1 – CS – Cadeia de SUPRIMENTOS: também é conhecida como SC – SUPPLY CHAIN. É o CAMINHO que um produto percorre, como se fosse uma CADEIA, desde o fornecedor da matéria prima, armazenagem da matéria prima, fabricação, armazenagem de produtos semi acabados, armazenagem de produtos acabados, Canais de Distribuição (distribuidores e revendedores) até chegar ao cliente final.

Há várias definições sobre CADEIA DE SUPRIMENTOS

● – Processos a partir de matérias-primas iniciais até a finalização do produto acordado.

● – Ações dentro e fora de uma organização, em uma CADEIA, produzindo produtos e prestando serviços aos clientes.

● – Rede de instituições através da qual o material passa (caminha). Essas instituições podem incluir transportadores, fornecedores, centros de distribuição, fábricas, varejistas e clientes.   

Considera todas as parceiras na CADEIA: organizações e os parceiros como fornecedores, transportadoras, empresas terceirizadas, prestadores de serviços e prestadores de sistemas de informação.

2 – LOGÍSTICA INTEGRADA: a partir do final dos anos 70, a LOGÍSTICA começou a ser entendida como um SISTEMA INTEGRADO de materiais e organizações, ideia que evoluiu na década seguinte.

Este período, marcado pela forte recessão causada pelo II CHOQUE DO PETRÓLEO, ocasionou o rápido aumento dos custos reais da distribuição e exigiu um planejamento maior, redução de estoques, novas formas de trabalho, o uso de tecnologia de informação e uma distribuição profissionalizada. 

O conceito e a necessidade da integração entre os componentes da CADEIA foram aperfeiçoados e, na década de 90, o funcionamento deste SISTEMA necessitou de uma forma mais rigorosa de GESTÃO – o SUPPLY CHAIN MANAGEMENT (SCM).

Outras opiniões sobre a LOGÍSTICA INTEGRADA afirmam que ela é a integração funcional das diversas áreas da CADEIA atendendo demandas de materiais e produtos com ações no ambiente externo da empresa. Faz a ligação das funções logísticas desde o fornecedor de matéria-prima até o consumidor final.

3 – SCM – SUPPLY CHAIN MANAGEMENT (Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos): foi formada a partir dos conceitos da LOGÍSTICA e da LOGÍSTICA INTEGRADA, crescendo com a complexidade do relacionamento entre os vários agentes que compõem a CADEIA.

De acordo com o CSCMP (Council of Supply Chain Management Professional – Conselho de Profissionais da Gestão da Cadeia de Suprimentos) a Gestão da Cadeia de Suprimentos é definida como o planejamento e a GESTÃO de todas as atividades associadas à LOGÍSTICA  interna e externa, bem como a coordenação e colaboração entre todos os parceiros da CADEIA, sejam eles fornecedores, prestadores de serviço ou consumidores.

De acordo com diversos especialistas, a SCM é o gerenciamento de uma rede interligada de negócios envolvidos na provisão final de pacotes de produtos e serviços requeridos por clientes finais.

O conceito atual da SCM interliga fornecedores e clientes finais, sendo vital a integração interna e externa de atividades, com planejamento e gestão de fluxos físicos e fluxo de informações.

Para empresas de diferentes setores, a SCM promoveu aumento na produtividade, ganhos de tempona identificação de entraves e focos de atrasos, apesar de que o nível de trabalho pode variar de acordo com a realidade de cada empresa. Mas, o resultado, custos menores, redução de estoques, aquisições (compras) mais favoráveis, transportes bem planejados e redução de desperdícios. 

Portanto, a SCM tem por objetivo criar e administrar os métodos e as operações de compras, armazenagem, controle da produção, vendas, distribuição e, dependendo da filosofia de trabalho da empresa, até a pesquisa dos fornecedores dos fornecedores e a satisfação do cliente final.

Os procedimentos devem ser vistos como um sistema e o desempenho de cada integrante da CS (fornecedores, fábricas, armazéns, clientes, etc.) tem influência no resultado e no desempenho do processo.

4 – LOGÍSTICA: trabalha para que os caminhos da CADEIA sejam percorridos de maneira mais rápida e com menor custo. Ela representa uma integração interna de atividades com a CADEIA DE SUPRIMENTOS e representa sua integração externa, que cobre os fluxos de materiais e de informações dos fornecedores e ao cliente final.

Para muitos estudiosos, a SCM surgiu como uma evolução natural da LOGÍSTICA, e acabou se tornando um componente dentro da Cadeia de SUPRIMENTOS. A LOGÍSTICA é a área responsável pelo movimento físico do produto da empresa até o cliente, informações, transporte, armazenagem, movimentação de material e estoques.

O foco é voltado para os prazos de entrega fazendo com que as operações sejam ligadas e dependentes gerenciando os produtos até chegar ao mercado. Hoje, a LOGÍSTICA é uma ferramenta que usa a Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) para que a empresa GERENCIE e faça funcionar a sua CADEIA da maneira mais ágil possível para ter melhor padrão de competitividade.

A CADEIA DE SUPRIMENTOS é fundamental para a melhoria dos resultados do negócio. O trabalho da LOGÍSTICA tem início na administração de materiais, matérias primas e insumos com o uso intensivo de tecnologia para a automatização do processo. A LOGÍSTICA atua:

● No controle dos materiais necessários para a produção, verificando se os seus volumes disponíveis são suficientes para as necessidades da empresa.

● No andamento das negociações com fornecedores.

● No controle e verificação da qualidade dos materiais recebidos.

● No controle armazenamento correto dos materiais recebidos: espaços disponíveis para garantir a proteção, evitar perdas, maior durabilidade e o mínimo de prejuízos. Inclui o acompanhamento dos prazos de validade etc.

● No transporte dos materiais do estoque/armazém para a produção.

● Na Distribuição Física.

Controlar toda esta movimentação nas operações da empresa deve ser conduzida de uma forma organizada e sistêmica para aumentar a eficácia e a eficiência.

Não é uma tarefa fácil. Com o crescimento do mercado, os GESTORES necessitaram tomar decisões mais rápidas e ter agilidade diante dos inúmeros imprevistos da atividade.

Sugestão de Leitura

SANTOS, GERALDO PINTO ALMIR GANIER; ELIA, BRUNO DE SOUZA; MAGALHÃES, EDUARDO; PINTO, GERALDO. Gestão da cadeia de suprimentos. Editora FGV. Edição 2º. Rio de Janeiro, 2019.

TAYLOR, D.A. Logística na cadeia de suprimentos: uma perspectiva gerencial.  Pearson Addison-Wesley. São Paulo, 2006.

CHRISTOPHER, M. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégias para redução de custos e melhoria dos serviços. Pioneira Thomson Learning. São Paulo, 2002.

CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gerenciamento da cadeia de suprimentos. Prentice Hall. São Paulo, 2003.

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