Logística – Atividades Primárias

INTRODUÇÃO:

Novas necessidades surgiram em razão da forte concorrência e da nova dinâmica  do mercado após a GLOBALIZAÇÃO nos anos 90. Esta nova situação exigiu, principalmente, a racionalização do tempo, maior controle de custos e qualidade na tarefa LOGÍSTICA. Desta maneira, as preocupações ganharam em intensidade na busca de eficiência, na integração interna, no uso de tecnologia da informação e em atividades viáveis para serem terceirizadas.

Não poderia ser diferente. As estratégias de MARKETING adotadas passaram por reformulações, a produção se tornou mais ágil e flexível e a LOGÍSTICA, por sua vez, teve que redefinir seus princípios e prioridades. A competição não deveria mais estar vinculada só na qualidade e nos preços para propiciar vantagens competitivas e continuidade das organizações. Agora há outros componentes: clientes com perfil mais exigente, segmentação de consumidores mais ampla, canais de distribuição variados e a diversidade de produtos com ciclo de vida cada vez menor. 

E sob estas circunstâncias a LOGÍSTICA foi se tornando muito mais abrangente do que nas décadas passadas. Portanto, com o passar dos anos ela foi sendo tratada, classificada e organizada de acordo com outros critérios, ou seja, de forma mais sistemática (como o TODO). A resolução de desafios referentes à armazenagem, transporte, fontes de matérias primas/insumos e distribuição de produtos formaram uma cadeia complexa. E estas transformações solicitaram abordagens diferentes, estudos inovadores e uma literatura cada vez mais extensa.

AS ATIVIDADES DA LOGÍSTICA

Para a criação de mecanismos para entregar produtos no destino final no menor espaço de tempo possível e ao menor custo, uma das primeiras preocupações dos estudiosos foi classificar a LOGÍSTICA de acordo com suas ATIVIDADES.

Esta análise faz a abordagem de trabalhos específicos, em separado, possibilitando o entendimento e a relevância da LOGÍSTICA dentro das funções da empresa.

De acordo com os especialistas, as atividades são divididas em ATIVIDADES PRIMÁRIAS e ATIVIDADES DE APOIO (ou SECUNDÁRIAS). Outros críticos consideram esta divisão irrelevante por entenderem que estas ATIVIDADES possuem o mesmo grau de importância.

As ATIVIDADES PRIMÁRIAS da LOGÍSTICA são vistas como essenciais e básicas e correspondem a maior parcela do custo total dentro da LOGÍSTICA. A integração destas três atividades é crítica para obter um serviço adequado.

1 – TRANSPORTE  

Apesar de muitos empresários entenderem que esta é uma atividade de grande importância, ainda é possível verificar que parte deles, por desconhecimento do assunto, enxergam a LOGÍSTICA e o TRANSPORTE como sendo sinônimos.

O TRANSPORTE é essencial no processo logístico no âmbito interno e externo da empresa. Participa ativamente desde o ponto de origem (aquisição de matérias-primas/insumos) até a entrega de produtos no destino final. A sua eficiência proporciona a satisfação das necessidades dos clientes.

A GLOBALIZAÇÃO e os avanços tecnológicos exigiram o desenvolvimento de TRANSPORTES mais ágeis e compatíveis com a nova realidade. Com a economia mundial cada vez mais integrada esta ATIVIDADE PRIMÁRIA se tornou um fator importante.

CUIDADO: é inútil uma empresa se esforçar em pesquisar, criar, produzir e vender… e depois não ENTREGAR.

Há diversas modalidades de transporte (meios – os MODAIS): rodoviário, aéreo, ferroviário, dutoviário, marítimo e fluvial. Porém, a tendência para os próximos anos será fazer a integração de todos dos modais (a MULTIMODALIDADE).

2 MANUTENÇÃO DE ESTOQUES

O obstáculo principal é ter o menor nível de estoque possível sem comprometer os trabalhos internos da empresa ou o nível de satisfação dos clientes (ter a quantidade disponível necessária quando eles solicitarem).

Em termos de custo logístico, a sua manutenção representa uma parcela considerável. Os itens em estoque (matérias primas ou produtos acabados) significam recursos financeiros. Então eles precisam ser bem administrados e preservados com o menor nível de perda.

Bem administrados: entradas e saídas sob controle rigoroso (inventário).

Bem preservados: condições adequadas para manuseio e guarda.

Significam recursos financeiros: além da preservação adequada, é preciso considerar os bens armazenados no estoque como sendo recursos financeiros aplicados numa relação analisada previamente entre oferta e demanda. Ou seja, é preciso ter sempre em estoque produtos de maior giro (de maior demanda) para que estejam em disponibilidade para os clientes (internos e externos).

3 PROCESSAMENTO DE PEDIDOS

Em comparação com as ATIVIDADES anteriores, esta tarefa não representa um alto custo. Mas, a qualidade de gerenciamento no PROCESSAMENTO DE PEDIDOS é de extrema importância e possui ligação direta na garantia da qualidade do nível do serviço prestado aos clientes.

O PROCESSAMENTO DE PEDIDOS dá início aos vários procedimentos de movimentação de produtos.

O prazo, o fator tempo, se torna o mais importante nesta atividade:

● A eficiência do processamento é avaliada pelo CICLO DO PEDIDO (o tempo total gasto entre a emissão do pedido e a chegada do produto às mãos do cliente).  Uma das maiores dificuldades para os profissionais da LOGÍSTICA é reduzir ao máximo o tempo do CICLO DO PEDIDO.

● A eficiência do processamento sem erros, sem incidentes e retrabalhos é garantida pela qualidade dos softwares em uso, fluxogramas e integração entre os setores da empresa.

O PROCESSAMENTO DE PEDIDOS considera diversas ETAPAS: emissão, transmissão, checagem do estoque, separação de produtos, documentação, expedição, embarque, entrega, controle e relatório da situação.

Quanto menor o tempo gasto em cada ETAPA maior a produtividade e a eficiência. O PROCESSAMENTO DE PEDIDOS ganhou mais importância quanto mais o e-commerce foi se desenvolvendo. Quando os consumidores compram através da INTERNET eles esperam que a entrega seja tão ágil e rápida quanto a efetivação do pedido. No comércio eletrônico o CICLO DO PEDIDO se tornou um DIFERENCIAL COMPETITIVO para as empresas.

“Um produto ou serviço tem pouco valor se não estiver disponível aos clientes no tempo e no lugar em que eles desejam consumi-lo.”

RONALD BALLOU.

Sugestão de Leitura

ALMEIDA, CELIO M. P. R. DE; SCHLÜTER MAURO R. Estratégia Logística. IESDE. Edição 1ª. Curitiba, 2009.

BALLOU, RONALD H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: planejamento, organização e logística empresarial. Editora Bookman. Edição 5ª. Porto Alegre, 2006.

ALVARENGA, ANTÔNIO C.; NOVAES, ANTÔNIO G. Logística Aplicada – Suprimento e Distribuição Física. Editora Edgard Blücher.  Edição 3ª. São Paulo, 2006.

CARVALHO, JOSÉ MEIXA CRESPO DE – Logística. Edições Silabo. Edição 3ª.  Lisboa, 2002.

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