Empreendedores – Características e Perfil

INTRODUÇÃO:

Há muitas definições e conceitos sobre EMPREENDEDORISMO no entendimento de diversos autores.  Mas, quase todos indicam os mesmos conceitos relativos ao assunto tais como iniciativa, inovação, paixão pelo negócio, criatividade no uso de recursos disponíveis, riscos com a possibilidade de fracasso etc. Empreender é identificar oportunidades e desenvolver meios de aproveitá-las, assumindo riscos e desafios.

Sem sombra de dúvida, o EMPREENDEDORISMO gera riqueza, emprego e valor para uma sociedade e influencia a definição de leis e políticas públicas. É uma atividade instigante na busca de novas formas de satisfazer necessidades, uma atividade que destrói de maneira CRIATIVA (diferente do CAOS) e que mantém o mercado em funcionamento. 

Se há muitas definições sobre EMPREENDEDORISMO, o mesmo acontece quando se analisa a figura do EMPREENDEDOR. O que caracteriza este indivíduo e o que diferencia dos demais? Voltando no tempo, podemos verificar a figura do EMPREENDEDOR evoluindo de forma mais moderna na II REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (1860 -1914). Foi uma época de muita efervescência que criou a maioria dos inventos que tiveram grande impacto na sociedade, gerando mudanças nas relações e no modo de vida.

E o ritmo das invenções foi cada vez mais intenso com a evolução tecnológica e pelos fatos históricos do Século XX. E todas estas invenções foram, de forma geral, a consequência de um processo inovador, que gerou algo inédito ou transformou algo já existente. Este último aspecto demonstra que, em muitos casos, alguém foi ousado a ponto de enxergar a mesma coisa, mas, de forma diferente. As invenções vieram do trabalho de pessoas com CARACTERÍSTICAS muito diferentes e especiais que fizeram tudo acontecer. Por serem observadoras, persistentes, visionárias, questionando e correndo riscos estas pessoas de um jeito ou de outro… EMPREENDERAM.

CARACTERÍSTICAS E PERFIL DO EMPREENDEDOR

É verdade! Os EMPREENDEDORES são pessoas diferenciadas, detentoras de motivação original, muitas vezes com paixão pelo que fazem e não se dão por satisfeitas com o “MESMO”.

Então, o seu sucesso tem grande dependência de seu perfil de características indispensáveis. 

CONCEITOS E DIVERGÊNCIAS

A noção de EMPREENDEDORISMO mais próxima da realidade também pode ser entendida, resumidamente, como um conjunto de práticas que permitem a geração de riquezas e um resultado mais favorável em SOCIEDADES de mentalidade EMPREENDEDORA.

Sendo um campo de estudo muito recente, a exposição do EMPREENDEDORISMO não é feita seguindo rigorosamente o modelo de disciplina consolidada como a Química, Filosofia, Física, Biologia etc. Portanto, não há nenhuma teoria ou verdade absoluta, um paradigma ou unanimidade sobre o assunto. Como resultado, há diversos autores, estudiosos, especialistas, publicações, sites, entidades, cursos, coleções, textos, livros etc. trazendo definições divergentes, dicas, cases e as mais variadas opiniões (INSUFICIENTES) para dar uma interpretação concreta sobre o tema.

Analisando a literatura existente, o consenso mais aceito entre os estudiosos, e que nos serve como base, mostra o EMPREENDEDORISMO como um conjunto de ações INDIVIDUAIS praticadas por ATORES SOCIAIS.

A grande diferença destes ATORES SOCIAIS está na sua coragem em assumir RISCOS, ter INICIATIVA de apostar em IDEIAS e inovações ao procurar alguma coisa inédita ou fazendo alguma coisa que já existe de maneira diferente. Se não há unanimidade sobre o EMPREENDEDORISMO, definir corretamente as características do EMPREENDEDOR também apresenta muitas opiniões. Há uma lista enorme de características pessoais para um indivíduo exercer, de fato, o papel de ATOR SOCIAL e, portanto, um EMPREENDEDOR.

PESQUISANDO CARACTERÍSTICAS E PERFIL

A finalidade das pesquisas para se identificar CARACTERÍSTICAS e PERFIL comuns aos EMPREENDEDORES de sucesso é para aprender e adotar comportamentos e atitudes que sirvam como um método ou receita pronta. Há estudos em vários países que procuram identificar quais são os pontos comuns que são observados nas pessoas de SUCESSO. As maiores incidências estão no desejo de AUTOREALIZAÇÃO (que tem feito pessoas acreditarem e se apaixonarem pelo que fazem), pelo desejo de ASSUMIR RESPONSABILIDADES (*) e no desejo de ser INDEPENDENTE.

Mesmo assim, não há como afirmar com plena convicção que qualquer ATOR SOCIAL, que tenha determinadas CARACTERÍSTICAS e PERFIL, tenha 100% de probabilidade se tornar um EMPREENDEDOR bem sucedido.O que os especialistas apontam que haverá maiores chances para as PESSOAS que exibem algumas CARACTERÍSTICAS, PERFIL e APTIDÕES comuns, que são identificadas em EMPREENDEDORES de sucesso.  A lista das CARACTERÍSTICAS é bem extensa:

● Poder de OBSERVAÇÃO.

● Gosto pelo que faz  (*).

Ter SENSO CRÍTICO.

● BUSCAR OPORTUNIDADES E TER INICIATIVA: perfil 100% HUNTER e se habituar a antecipar fatos com visão de futuro para novos negócios.

● TER CRIATIVIDADE: capacidade de INOVAÇÃO (soluções de problemas).

● TER PERSISTÊNCIA: capacidade de superar obstáculos (diferente de teimosia).

● CORRER RISCOS CALCULADOS: mesmo tendo ousadia, mede RISCOS com a maior exatidão possível.

● TER QUALIDADE E EFICIÊNCIA: zelo em relação à qualidade e prazos.

● TER COMPROMETIMENTO: disciplina, responsabilidade consigo mesmo, com a clientela e com os seus fornecedores.

● BUSCAR INFORMAÇÕES: consultar vários especialistas, estudar e pesquisar. Desta forma ele adquire um perfil GENERALISTA. O seu aprendizado é constante em busca de INFORMAÇÕES e CONHECIMENTO.

● TER FOCO NOS RESULTADOS: estabelecer metas e OBJETIVOS realizáveis (no curto, médio e longo prazo).

● PLANEJAR E MONITORAR: ter capacidade de organização e planejamento para todas as ações. Monitorar os resultados obtidos analisando o desempenho e efetuando as devidas correções (PODC – 5W2H).

● CRIAR REDE DE RELACIONAMENTOS: desenvolver e manter contatos.

● TER PODER DE PERSUASÃO: desenvolvido em função do conhecimento e sabedoria.

● TER INDEPENDÊNCIA E AUTOCONFIANÇA: criar autonomia em relação à burocracia, normas e procedimentos administrativos (menor rigidez e maior flexibilidade).

● ADMINISTRAR O TEMPO: ter senso de urgência.

● TER LIDERANÇA: saber conduzir pessoas, ter facilidade de comunicação e expressão, saber ouvir e trabalhar em equipe (não é CENTRALIZADOR).

 (*) Quanto a “ASSUMIR RESPONSABILIDADES” e “GOSTO PELO QUE FAZ” há muitas controvérsias…

DIFERENCIAIS

Qualquer das alternativas escolhidas pode definir as CARACTERÍSTICAS DO EMPREENDEDOR. Elas se complementam. Porém, o indivíduo que tenciona ser, de fato, um EMPREENDEDOR deve ter sempre a preocupação de aprimorar suas habilidades menos desenvolvidas e melhorar suas qualidades. Isto deve ser um processo contínuo. Para completar, o indivíduo deve ser diferente das pessoas comuns através de:

INSIGHT

É a compreensão súbita de alguma coisa ou de determinada situação. Isto é determinante na forma de perceber e observar mudanças e como lidar com OPORTUNIDADES.

A palavra, de origem inglesa significa ter intuição, capacidade de ter novas ideias, discernimento e solucionar problemas (um momento único para esclarecimento – um estalo que acontece na solução que foi encontrada de modo repentino).

EXPERTISE

A palavra é de origem francesa e expressa a característica de um indivíduo que se tornou especializado em uma determinada área

É o conhecimento que o indivíduo construiu em um assunto, ramo de atividade e obteve a capacidade de utilizar este conhecimento. A palavra também significa experiência, especialização, perícia que formou um conjunto de habilidades. Ser considerado um ESPECIALISTA (um perito, um EXPERT, um EXPERTO) vai além de ser bom em alguma área. O ESPECIALISTA deve possuir um conhecimento extenso no seu campo de ação. Os problemas mais complexos requerem também um Pensamento Lateral para serem resolvidos.

PROATIVIDADE

É ter iniciativa para criar um novo negócio sem ficar inerte e reclamando das coisas, dos acontecimentos e de fatos desfavoráveis. Tem como premissa a positividade e autoconfiança. É sempre um vencedor ao fazer uso do fracasso como uma fonte de aprendizado.

CORAGEM

Saber enfrentar os RISCOS da atividade. Eles estão presentes em todos os negócios e têm sido o maior inibidor para o EMPREENDEDORISMO.

BOM ATOR SOCIAL

Ser atuante para saber criar VALOR para a sociedade e não apenas para si próprio. O maior problema para o indivíduo é a falha na ATITUDE.

Há outros pontos de vista. Um indivíduo não nasce com nenhuma das características apontadas e nem com o perfil de EMPREENDEDOR.  O meio familiar tem grande importância, as experiências vividas também constroem o aprendizado,  os amigos do meio escolar, no trabalho e os relacionamentos sociais são favoráveis para a formação das características. O SEBRAE usa três características como referência dividida em três conjuntos:

1 – Conjunto de realização: busca de oportunidades, correr RISCOS calculados, exigência de qualidade, eficiência, persistência e comprometimento. 

2 – Conjunto de planejamento: busca de informações, estabelecimentos de metas, planejamento e monitoramento.

3 – Conjunto de poder: persuasão e rede de contatos, independência e autoconfiança.

Fonte: www.sebrae.com.br

AS TRÊS ÁREAS DAS HABILIDADES DO EMPREENDEDOR

HABILIDADES TÉCNICAS: saber escrever, ouvir as pessoas e captar informações, ser organizado, saber liderar e trabalhar em equipe.

HABILIDADES GERENCIAIS: considera as áreas envolvidas na criação e gerenciamento da empresa (marketing, administração, finanças, operacional, produção, tomada de decisão, planejamento e controle).

CARACTERÍSTICAS PESSOAIS: …pesquisas recentes realizadas em todo o mundo, em particular, nos Estados Unidos, mostram que o sucesso nos negócios depende principalmente de nossos próprios comportamentos, características e atitudes, e não tanto do conhecimento técnico de gestão quanto se imaginava até pouco tempo atrás. Fonte: Revista Pequenas Empresas Grandes Negócios – Edição 246 –  Julho, 2009 – Editora Globo S.A.

Sugestão de Leitura

ADIZES, ICHAK. Os Ciclos de Vida das Organizações: como e por que as organizações crescem e morrem e o que fazer a respeito. Pioneira Thomson Learning. São Paulo, 2002.

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