A Evolução do HOMEM

INTRODUÇÃO:

Apesar de ser considerada uma ciência moderna, com várias teorias desenvolvidas a partir do início do Século XX, a atividade da ADMINISTRAÇÃO é praticada desde os tempos remotos. A partir do momento que o HOMEM deixou de ser nômade, ele foi obrigado a controlar os seus meios de sobrevivência e de produção e, várias outras circunstâncias, foram positivas para sua sobrevivência e no desenvolvimento da Civilização.

DICIONÁRIO:

O INÍCIO DA CIVILIZAÇÃO:

A – TEORIA: a palavra tem origem no grego THEORÍA. Significa ação de contemplar, olhar, examinar e especular. De acordo com o senso comum, a TEORIA apresenta o conceito de uma ideia vaga, uma mera especulação sem uma comprovação científica definitiva.

De acordo com a ciência, a definição de TEORIA é diferente e o termo pode ser aplicado nas mais diversas áreas: conhecimento descritivo que abre possibilidades para especulações. Na área Corporativa, o conceito moderno de TEORIA, são as interpretações ou as propostas sobre a ciência da Administração.

B – CONTEXTO: um contexto, segundo HOUAISS(2001, p. 817) CONTEXTO é a “inter-relação de circunstâncias que acompanham um fato ou uma situação”. No trabalho da GESTÃO, o CONTEXTO é uma organização com todas as suas inter-relações.

C – ENFOQUE: designa a ação de colocar em foco, de enfocar, de restringir a atenção, concentração e o interesse. É a maneira de considerar, abordar ou entender um assunto ou questão, ponto de vista ou perspectiva. O ENFOQUE na área Corporativa é o aspecto particularizado ou uma forma de se estudar a empresa e suas atividades.

D – ESCOLA: é entendida como uma linha de pensamento ou um conjunto de autores ou estudiosos que fizeram uso de um mesmo ENFOQUE.

O INÍCIO DA CIVILIZAÇÃO:

É necessário retornar no tempo para avaliar a origem e a evolução da Administração. Quando o homem primitivo deixou de ser nômade e passou a ser sedentário, sua relação mais favorável com o meio ambiente permitiu uma transformação significativa.

Os bandos de nômades que sobreviviam da coleta e da caça foram dominando a natureza, aprenderam a domesticar animais e iniciaram a prática da agricultura.

Com o passar do tempo, houve a constituição de tribos vivendo em aldeias próximas aos rios (aproveitando a água e a terra fértil e produtiva para o plantio) e com casas feitas em barro, adobe (tijolos de terra, água e palha) ou madeira.

Em consequencia, com a maior disponibildade de alimentos e com a melhoria das condições de vida, houve o aumento da população e novas situações surgiram nas aldeias primitivas. O processo de produção ainda era orientado pela tradição e pelo costume, sem a ideia do lucro e a organização das tarefas seguiu critérios como o sexo, habilidade e faixa de idade.

 

Surge a Divisão do Trabalho e as especialidades. Um grupo se dedicava à agricultura, outro cuidava do rebanho, outro era encarregado da caça e da defesa da aldeia, outro composto por mulheres cuidava da prole e das atividades domésticas etc.

O comando, de caráter patriarcal, estava a cargo do homem mais velho, o primeiro Gerente (o Gestor) que teve a tarefa de organizar o grupo (o que seria a primeira forma rudimentar de administração da aldeia).

Além do comando, ele acumulava o papel de feiticeiro (parte espiritual), juiz (praticava a justiça e resolvia desavenças) e professor, o EDUCADOR que transmitia o conhecimento adquirido com os antepassados.

A reunião de diversas famílias formava um Clã, a reunião de diversos Clãs formava uma Tribo e a reunião de diversas Tribos formariam futuramente os primeiros “Estados” da Antiguidade. Esta união era mais forte e coesa em comparação com os primitivos agrupamentos humanos que atuavam isoladamente.

AS TROCAS E O COMÉRCIO:

O trabalho feito de modo organizado gerou excedentes de produção. E, mesmo com o objetivo de formar reservas para consumo futuro, muito do que era produzido acabava sendo perdido.

Por outro lado, nenhuma aldeia chegou a alcançar a AUTOSSUFICIÊNCIA na produção: não havia especialistas para todos os tipos de tarefas e habilidades ou então sua capacidade produtiva era muito limitada.

Então, teve início as trocas dos excedentes com outras aldeias. O que uma aldeia produzia em excesso, passou a servir como meio de troca para satisfazer outros tipos de necessidades de outras aldeias: vasilhas de barro, artesanato, roupas, utensílios diversos, sementes etc.

A necessidade trocar ou procurar produtos em outras aldeias, por vezes bem mais distantes, deu início à atividade comercial com diversos artigos fáceis de serem transportados. Os produtos eram levados em caravanas ou navios rudimentares para serem negociados por outros, que se julgava de valor similar.

Se não houvesse interesse na troca, pura e simples, sementes eram usadas como moeda (cada tipo de semente possuía um determinado valor). Mas, isto não significa que no entendimento destes povos primitivos não houvesse uma ideia clara de reciprocidade nas trocas, que os indivíduos não consideravam a proporção de valor e a utilidade entre os bens trocados.

De início, o comércio se processava por simples troca. Posteriormente, o comércio passou a usar o gado (pecúnia) como unidade de troca, ou artigos valiosos, tais como tecidos e os metais (cobre e posteriormente ouro e prata).

A necessidade de se obter produtos em regiões, cada vez mais distantes, fez com que surgissem os mercadores e suas caravanas, uma atividade muito valorizada.

Muitas vezes o relacionamento não era de forma pacífica. Surgiram rivalidades e disputas com a concorrência sendo resolvida de forma violenta:

● – Outras aldeias produziam excedentes com maior qualidade ou de maior interesse.

● – Muitas vezes as negociações nas trocas não chegavam a bom termo.

● – As disputas pelas melhores terras e outras vantagens geravam conflitos.

● – A parte derrotada normalmente era eliminada.

Então os vencedores perceberam que era mais conveniente aproveitar a força da mão de obra ou o conhecimento acumulado dos sobreviventes aprisionados. Os vencidos se tornaram uma mercadoria bem mais interessante: Escravos.

O PROGRESSO:

Os séculos foram passando e surgiram novas técnicas que permitiram a fabricação de utensílios, instrumentos diversos, adornos, peças de cerâmica, armas, canoas, jangadas etc. O uso de metais (inicialmente o bronze – obtido pela fundição do cobre e do estanho) veio a substituir a pedra polida.

A História continuou avançando e as sociedades se transformaram e mudaram seu modo de vida:

● – O desenvolvimento do comércio e das cidades tornou inevitável o uso da escrita, dos processos de contagem, registros, dos padrões de medida e do calendário que foram sendo melhorados com o tempo.

● – A escrita cuneiforme dos Sumérios (na Mesopotâmia, entre os rios Tigre e Eufrates – aproximadamente por volta de 4.000 a.C.) e os hieróglifos egípcios são exemplos de registros.

● – Para atender a população cada vez maior e com necessidade de alimentos, as tribos passaram a fazer uso da agricultura irrigada, mais produtiva, aproveitando as planícies dos grandes rios.

● – Com a busca de produtos em regiões distantes a formação de caravanas.

● – O desenvolvimento do comércio e da vida urbana em geral tornou inevitável a invenção dos processos de contagem, padrões de medida e do calendário.

A CONTABILIDADE:

Esta Ciência é tão antiga quanto a Civilização. Os controles rústicos nas sociedades primitivas protegiam, asseguravam e controlavam a posse dos bens (o INVENTÁRIO).

Os homens registravam, no ponto de vista quantitativo, os rebanhos e os objetos analisando e controlando num determinado período de tempo as variações ocorridas na sua riqueza (PATRIMÔNIO).

Assim, a origem da CONTABILIDADE é ligada à necessidade do REGISTRO das atividades comerciais.

AGRICULTURA, TRABALHO COLETIVO E AS CIDADES:

 As enchentes periódicas dos rios deixavam uma camada de húmus nas margens que favorecia o melhor aproveitamento da terra.

Entretanto, os rios que fertilizavam o solo e serviam de acesso às fontes de matérias primas precisavam ser controlados e os pântanos drenados, o que exigia a cooperação entre os homens.

A abertura de canais de irrigação, a construção de represas e poços eram obras que requeriam o trabalho coletivo da população de várias aldeias para o melhor aproveitamento das águas. Exigiam, também, uma direção centralizada, capaz de dividir e racionalizar tarefas.

A necessidade de centralização levou ao aparecimento de um CENTRO ADMINISTRATIVO reunindo as aldeias em torno do templo do principal deus da comunidade. Ali era armazenada a produção excedente das aldeias e à sua volta viviam as pessoas que se dedicavam à administração, ao comércio e ao artesanato.

Os sacerdotes (herdeiros dos “feiticeiros” das aldeias neolíticas), intérpretes da vontade dos deuses, assumiram a função de dirigentes das cidades. Exerciam tarefas de muita importância como a distribuição das águas e sementes, a supervisão das colheitas e a armazenagem dos grãos. E obtinham boa parte das terras e da produção para o pagamento de impostos devidos aos deuses.

A DIVISÃO DO TRABALHO, AS DESIGUALDADES SOCIAIS, O ESTADO:

Além do desenvolvimento da agricultura e da DIREÇÃO CENTRALIZADA dos trabalhos coletivos de irrigação, outros fatores contribuíram para transformar as aldeias em cidades.

As técnicas de trabalhar metais (ouro, prata, bronze) se desenvolveram e se tornaram especialidades como joalheiros e ferreiros.

Com o surgimento das cidades, houve a possibilidade de se organizar um transporte, mais eficaz, de grandes quantidades de produtos e de matérias primas. Os habitantes das cidades precisavam receber com regularidade alimentos vindos dos campos ou de regiões mais distantes.

Era indispensável obter a madeira em florestas e metais e pedras para as construções nas montanhas. Essas necessidades deram um grande desenvolvimento aos meios de transporte e foram ampliando o comércio. 

As primitivas canoas foram aperfeiçoadas até se transformarem em navios, capazes de transportar artigos mais volumosos. E o uso da vela e dos remos ampliou o raio de ação do comércio marítimo. 

Nas cidades, os habitantes passam a serem classificados de acordo com sua função, incluindo os sacerdotes, escribas, mercadores, artesãos, soldados, camponeses,  escravos domésticos e estrangeiros.

A divisão do trabalho e as  desigualdades de riquezas entre os cidadãos criaram a necessidade de leis e de forças capazes de fazer cumprir estas leis. A liderança natural do grupo, que nas aldeias era exercida pelos mais velhos e sábios, cedeu lugar ao governo de um só homem, geralmente o principal ADMINISTRADOR do templo ou um grande chefe guerreiro, surgindo assim a cidades-estados.

Por volta de 3.500 a.C. as Cidades-estados do vale dos rios Tigre e Eufrates já constituíam civilizações. Cada uma delas tinha com governo centralizado num rei e no trabalho baseado na servidão dos camponeses:

SUMÉRIOS – cidades: Ur, Larsa, Eridu e Lagash.

● ACÁDIOS – cidades: Babilônia, Uruc, Nipur, Sipar e Acad.

Em 3.200 a.C. MENÉS (ou NARMER) unifica Alto e o Baixo Egito, torna-se Faraó e funda o primeiro império (um ESTADO) do mundo. Possuía auxiliares como funcionários públicos, militares, fiscais e escribas para que pudessem conduzir o governo

Sugestão de Leitura:

SANTOS, LUIZ FERNANDO BARCELLOS DOS. Evolução do pensamento administrativo. Editora InterSaberes. Edição 1ª. Curitiba, 2013.

HOUAISS, ANTÔNIO; VILLAR, MAURO DE SALES. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Editora Objetiva.  Edição 1ª. São Paulo, 2001.

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