INTRODUÇÃO:
Dependendo do tipo da empresa, a GESTÃO DE ARMAZÉNS e a GESTÃO DO ALMOXARIFADO têm tarefas muito similares, cada uma delas dentro da sua realidade e dentro da sua dinâmica. Mas, as preocupações são as mesmas: são áreas responsáveis pelo gerenciamento de matérias primas, insumos, materiais diversos, produtos em processamento, produtos acabados e produtos destinados à venda (com cautela e atenção no controle, guarda, proteção e movimentação). Portanto, é um cuidado rigoroso sobre uma parte dos ATIVOS que representam recursos financeiros que a empresa utilizou para poder dar andamento às suas atividades. A partir dos anos 90, estes trabalhos passaram a serem vistos de uma forma diferente e com maior relevância. Para muitos especialistas, as tarefas da ARMAZENAGEM fazem parte da ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS.
AS TAREFAS
A ARMAZENAGEM, uma das partes da LOGÍSTICA, classificada por muitos especialistas como uma das ATIVIDADES SECUNDÁRIAS (ou ATIVIDADES DE APOIO) que envolve uma administração complexa. As TAREFAS DA ARMAZENAGEM consideram o planejamento, LAY OUT do armazém, dimensionamento, métodos de trabalho, tecnologia da informação, segurança, ergonomia, capacitação de mão de obra, melhoria da qualidade dos serviços, indicadores desempenho, controle de custos etc.
As TAREFAS também abrangem o planejamento dos espaços necessários para que os materiais sejam estocados na própria fábrica, em centros de distribuição (CD’s) ou em armazéns de terceiros.
A GESTÃO DE ARMAZÉNS se tornou estratégica por considerar inúmeros fatores como a localização, recursos (materiais, patrimoniais e financeiros), equipamentos, recuperação e controle de ESTOQUES, embalagens, movimentação, fracionamento, consolidação de cargas e expedição.
TAREFAS DA ARMAZENAGEM
1 – RACIONALIZAÇÃO
RACIONALIZAR é tornar o trabalho mais racional e significa que ele deverá ser planejado e seguir um método que o torne mais simples e produtivo para alcançar a maior EFICIÊNCIA OPERACIONAL. É fato que, em função das características da empresa, a GESTÃO poderá criar vários ajustes necessários à suas circunstâncias. A RACIONALIZAÇÃO terá como proposta dar agilidade aos fluxos de materiais armazenados e distribuídos com precisão, rapidez e com o menor desgaste possível.
A RACIONALIZAÇÃO prevê o MAPEAMENTO e um estudo minucioso analisando as tarefas operacionais e administrativas envolvidas:
• O LAY OUT ou o esboço apresentando a disposição dos trabalhos.
• A capacidade do espaço de armazenagem para melhor aproveitamento horizontal e vertical da área de estocagem.
• Os vários tipos de materiais, suas dimensões e as formas mais corretas de armazenamento.
• As condições favoráveis para a utilização de transporte mecânico e demais equipamentos (prateleiras, porta paletes, Paleteiras, carrinhos etc.).
• Instalações elétricas, hidráulicas, telefonia, Internet, computadores, terminais, impressoras, vestiários etc.
• As condições de insalubridade, ERGOMETRIA, riscos de acidentes, EPI’s, EPC’s, problemas com segurança (poderá contar com o apoio da Engenharia e Segurança do Trabalho e CIPA).
2 – PADRONIZAÇÃO
Para a RACIONALIZAÇÃO ter o resultado desejado é oportuno que o planejamento estabeleça um PADRÃO definido. Além da dispersão de esforços, a falta de PADRONIZAÇÃO nos processos de trabalho resulta em desgaste desnecessário de pessoal e de equipamentos.
CUIDADO: nas operações e nas formas de estocagem é preciso ter disciplina e saber administrar a regra e NÃO administrar exceções. É… isto também vale para qualquer área da ADMINISTRAÇÃO.
Para a PADRONIZAÇÃO é preciso que a GESTÃO estipule um método de trabalho RACIONAL e bem delineado como a garantia de que todas as atividades sejam realizadas de modo uniforme. É desta maneira que se reduzirá o nível de erros e se constituirá no melhor caminho para se chegar à EFICIÊNCIA. A PADRONIZAÇÃO segue algumas etapas essenciais:
2.1 – Estabelecer os objetivos: a primeira etapa da PADRONIZAÇÃO será estabelecer a sua finalidade, ou seja, quais são os seus objetivos, metas e os meios necessários.
Os OBJETIVOS deverão estar em sintonia com a Identidade Organizacional (Missão, Visão e Valores).
2.2 – Estabelecer prioridades: definir o que realmente é visto como prioritário na execução e no fluxo das tarefas. Ou ainda, quais tarefas deverão ser criadas para a EFICIÊNCIA OPERACIONAL esperada (o que? Por que?). É interessante usar a VISÃO HOLÍSTICA, ter INTERFACE com outros departamentos e observar o alinhamento com a estratégia da empresa.
2.3 – Formas de monitoramento: outra medida interessante é ter o monitoramento dos processos para manter a racionalidade e a correção.
O monitoramento sobre a PADRONIZAÇÃO se fez necessário pelo fato da LOGÍSTICA ter sido muito valorizada e desafiadora na PANDEMIA do COVID-19. O crescimento do e-commerce requereu processos ainda mais eficientes, racionais e padronizados. Pelo alto nível de concorrência, a empresas buscaram formas de redução de custos e maior qualidade no atendimento ao consumidor. Ao mesmo tempo, houve a demanda por profissionais capacitados para gerenciar estoques e controlar os processos para levar o produto ou serviço até o cliente
2.4 – Correções: a PADRONIZAÇÃO permite a melhoria e uniformidade das práticas operacionais e administrativas para eliminar tarefas inúteis. Portanto, reduz custos, a ocorrência de erros, retrabalho e horas extras. As Correções também aumentam a produtividade, a qualidade do trabalho, o AMBIENTE LABORAL e a criação de valor. De acordo com especialistas, as Correções também possibilitam a redução de processos burocráticos, a identificação de GARGALOS (GAPS), desperdícios de tempo, mão de obra, material e equipamentos, maior agilidade, mudanças e a melhoria contínua.
2.5 – QUALIDADE TOTAL no trabalho Logístico: ao contrário do que muitos afirmam sobre a PADRONIZAÇÃO, a sua RACIONALIDADE não a torna um processo inflexível. A sua maior preocupação é criar um filosofia única de trabalho para chegar à QUALIDADE TOTAL.
Sugestão de Leitura
MACHADO, HERUS ORSANO. Estoques e Armazenagem. Editora Ao Livro Técnico. Curitiba, 2015.
ALVARENGA, ANTONIO CARLOS; NOVAES, ANTÔNIO GALVÃO N. Logística Aplicada: Suprimento e distribuição física. Editora Edgard Blucher. Edição 3ª. São Paulo, 2000.
MOURA, REINALDO, A. Sistemas e Técnicas de Movimentação e Armazenagem de Materiais. Manual de Logística – Vol. 1. Editora IMAM. São Paulo, 1998.
CARILLO Jr., EDSON. Atualidades Na Armazenagem. Editora IMAM. Edição 3ª. São Paulo, 2010.
RODRIGUES, PAULO ROBERTO AMBROSIO. Gestão Estratégica de Armazenagem. Editora Aduaneiras. Edição 3ª. Porto Alegre, 2017.
VIANA, JOÃO JOSÉ. Administração de Materiais: um enfoque prático. Editora Atlas. Edição 3ª. São Paulo, 2012.
MOURA, REINALDO. A. Armazenagem: do RECEBIMENTO à EXPEDIÇÃO. Manual de Logística –Editora IMAM Vol. 2. São Paulo, 1998.
BRANDALISE, LORENI THEREZINHA. Administração de Materiais e Logística. Editora Simplíssimo. Cascavel, 2017.