INTRODUÇÃO:
A TEORIA ESTRUTURALISTA surgiu por volta de 1950 pela necessidade de se visualizar e compreender a ORGANIZAÇÃO como uma unidade social complexa onde há a interação de grupos sociais que compartilham alguns dos objetivos da ORGANIZAÇÃO. Na opinião de muitos, ela foi apenas uma tentativa de aproveitar o que de melhor havia sido desenvolvido pelas teorias da primeira metade do Século XX.
CRÍTICAS
A maior preocupação foi com as ESTRUTURAS para a compreensão da realidade.
O ESTRUTURALISMO é um método analítico e comparativo que estuda os elementos ou fenômenos com relação a uma totalidade.
Mas, da mesma forma que as teorias precedentes, o ESTRUTURALISMO também não foi imune às críticas (positivas ou negativas).
6 – A Limitação das TIPOLOGIAS ORGANIZACIONAIS: as ORGANIZAÇÕES apresentam uma enorme variabilidade e, portanto, não há dois tipos de ORGANIZAÇÕES iguais: elas têm determinadas características que possibilitam uma comparação e uma classificação dentro de certos grupos ou tipos (as TIPOLOGIAS ORGANIZACIONAIS). Para facilitar a análise comparativa, boa parte dos autores ESTRUTURALISTAS desenvolveu TIPOLOGIAS buscando uma classificação em função de certas características distintivas.
Mas os críticos avaliaram esta análise como sendo insuficiente e de pouca validade por tomar por referência somente um princípio ou aspecto básico (simples e unidimensional). Então, sua aplicação prática foi considerada limitada. As TIPOLOGIAS, ao classificar as ORGANIZAÇÕES em grupos, se tornaram pouco específicas, gerais e discriminatórias segundo os estudiosos.
7 – TEORIA de CRISE e MUDANÇA: há outras críticas contundentes sobre as ideias da TEORIA ESTRUTURALISTA. Muitos afirmam que ela não trouxe uma forma ou técnica inédita de ADMINISTRAÇÃO e GESTÃO. O ESTRUTURALISMO foi um resumo preocupado em dar uma visão mais ampla à teoria administrativa tratando particularidades abordadas em uma teoria e desconsideradas em outra. Não obstante, para muitos críticos, os ESTRUTURALISTAS trouxeram conceitos novos, de grande valia para a ADMINISTRAÇÃO: o HOMEM ORGANIZACIONAL, a ANÁLISE ORGANIZACIONAL MAIS EXTENSA, foco na ESTRUTURA DA ORGANIZAÇÃO como um todo etc.
7.1 – Teoria de CRISE: muitos também valorizaram o ESTRUTURALISMO por ter trazido uma visão diferente pela TEORIA DE CRISE (a análise dos CONFLITOS ORGANIZACIONAIS).
As ORGANIZAÇÕES não são perfeitas (e nem são uma “FAMÍLIA”). Há vários CONFLITOS gerando disputas, tensões e contrariedades envolvendo aspectos positivos e negativos. O ESTRUTURALISMO discorda da ideia de que existisse a possibilidade de harmonizar interesses entre patrões e empregados (TEORIA CLÁSSICA) e da visão de que a harmonia deveria ser mantida a qualquer custo (TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS).
Mas, se os CONFLITOS forem bem direcionados, de forma positiva e produtiva pelas ORGANIZAÇÕES, eles deixariam de ser um problema para contribuir no desenvolvimento, inovação e MUDANÇAS.
7.2 – Mudança: o ESTRUTURALISMO teve grande influência e trouxe a MUDANÇA ao ampliar o campo de estudo da ADMINISTRAÇÃO.
8 – O Homem Organizacional: o ESTRUTURALISMO teve a preocupação com o conceito do HOMEM ORGANIZACIONAL – o indivíduo que desempenha diversos papéis em diversas ORGANIZAÇÕES. Para muitos analistas, esta proposta talvez tenha sido a maior contribuição do ESTRUTURALISMO pela visão diferente da TEORIA CLÁSSICA (do “HOMO ECONOMICUS”) e da TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS (do “HOMEM SOCIAL”).
A SOCIEDADE DE ORGANIZAÇÕES, do período do pós-guerra, ficou caracterizada por ORGANIZAÇÕES modernas que passaram a exigir um perfil (tipo especial) de personalidade dos indivíduos. Para ser bem-sucedido em todas as ORGANIZAÇÕES que participa, o HOMEM ORGANIZACIONAL precisa ter as seguintes características:
Essas quatro características de personalidade nem sempre são exigidas ao nível máximo pelas ORGANIZAÇÕES. O nível vai se diferenciar de acordo com as composições e combinações e em função da ORGANIZAÇÃO e do cargo ocupado (pessoas são destinadas a determinados PAPÉIS).
O HOMEM ORGANIZACIONAL reflete uma personalidade cooperativista e coletivista. As ORGANIZAÇÕES SOCIAIS são as conseqüências da necessidade que o homem tem de relacionar seu comportamento com os comportamentos dos outros para alcançar objetivos.
O PAPEL
Em uma ORGANIZAÇÃO SOCIAL, o PAPEL é a designação dada a conjunto de comportamentos solicitados a um indivíduo e, muitas vezes, reforçado pela sua própria MOTIVAÇÃO em desempenhá-lo de forma eficaz.
Outras definições apontam o PAPEL como sendo a expectativa de desempenho por parte do grupo social e a conseqüente internalização, de forma clara ou implícita, dos valores e normas que o grupo estabelece para o indivíduo.
O homem desempenha vários papéis ao participar de diversas ORGANIZAÇÕES e de grupos. Eles e adapta várias situações e “normas” diferentes. As normas são criadas para restringir o PAPEL do homem, para uniformizar o comportamento de dois ou mais membros do um grupo ou da ORGANIZAÇÃO. Assim, com comportamentos mais uniformes, o risco da ocorrência de CONFLITOS é menor.
TEORIA COMPORTAMENTAL X TEORIA ESTRUTURALISTA
Os COMPORTAMENTALISTAS (ou BEHAVIORISTAS) tiveram como foco o COMPORTAMENTO ORGANIZACIONAL (os processos e a DINÂMICA ORGANIZACIONAL) tomando por base as ciências do comportamento. Desta maneira entenderam as ORGANIZAÇÔES como um sistema cooperativo racional.
Para muitos estudiosos, a origem da TEORIA COMPORTAMENTAL foi uma oposição em relação à TEORIA CLÁSSICA e um desdobramento da TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS, mas, aproveitando e reformulando alguns dos seus conceitos.
A TEORIA ESTRUTURALISTA é um desdobramento da TEORIA DA BUROCRACIA, uma leve aproximação à TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS e aproveitou o que de melhor havia sido desenvolvido pelas teorias precedentes. O ESTRUTURALISMO se preocupou com o todo e com o relacionamento das partes na constituição deste todo. Parte do conceito de ESTRUTURA, como uma composição de elementos visualizados em relação à totalidade da qual fazem parte. A totalidade, a interdependência das partes e o fato de que o todo é maior do que a simples soma das partes foram suas características básicas.
Para outros estudiosos, a TEORIA ESTRUTURALISTA serviu como ponto de partida para o desenvolvimento da SOCIOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES que tem o seu foco voltado para o estudo das ORGANIZAÇÕES SOCIAIS, como elas são estruturadas, o seu funcionamento e como elas exercem influência e como elas são influenciadas.
ABORDAGEM ORGANIZACIONAL
Para as teorias que trouxeram uma visão mais abrangente das ORGANIZAÇÕES os estudiosos da ADMINISTRAÇÃO criaram uma classificação à parte. A ABORDAGEM ORGANIZACIONAL utiliza elementos da TEORIA DA BUROCRACIA, TEORIA ESTRUTURALISTA, TEORIA GERAL DE SISTEMAS e da TEORIA CONTINGENCIAL. Estes estudos e teorias não deram ênfase apenas ao chão de fábrica, GESTÃO ou o colaborador. As ORGANIZAÇÕES são vistas e analisadas de uma maneira mais ampla ao fazer a integração dos vários níveis da hierarquia e funções voltadas para alcançar um objetivo maior.
Sugestão de Leitura
KNOPP, GLAUCO DA COSTA; ROLIM, HYGINO LIMA. Teoria Geral da Administração. Editora FGV. Edição 1ª. Rio de Janeiro, 2012.
LODI, JOÃO BOSCO. História da Administração. Editora Pioneira Thomson Learning. São Paulo, 2003.
CONEJERO, MARCO ANTONIO; OLIVEIRA, MURILO ALVARENGA; ABDALLA, MÁRCIO MOUTINHO. Administração – Conceitos, Teoria e Prática aplicados à Realidade Brasileira. Editora Atlas. Edição 1ª. São Paulo, 2022.
RIBEIRO, ANTONIO DE LIMA. TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO. Editora Saraiva. Edição 2ª. São Paulo, 2010.
KWASNICKA, EUNICE LACAVA. Teoria Geral da Administração – Uma Síntese. Editora Atlas. Edição 2ª. São Paulo, 1989.
ANDRADE, RUI. TGA – Teoria Geral da Administração. Editora GEN LTC. Edição 2ª. Rio de Janeiro, 2011.