INTRODUÇÃO:
A segunda metade do Século XX se caracterizou pela complexidade e evolução das ORGANIZAÇÕES e pelos novos cenários que se formaram a partir do final da II GUERRA MUNDIAL. Várias teorias da ADMINISTRAÇÃO foram desenvolvidas e, uma parcela de estudos se dedicou sobre a análise dos ELEMENTOS ESTRUTURAIS das ORGANIZAÇÕES.
Nenhuma ORGANIZAÇÃO é igual, pois, possuem objetivos próprios e bem definidos, processos de trabalho, produtos/serviços, relacionamentos e recursos (financeiros, materiais, técnicos e pessoas). E para ter continuidade, toda esta soma trabalha de acordo com uma ESTRUTURA.
Segundo CHIAVENATTO, não existem duas ORGANIZAÇÕES iguais. As ORGANIZAÇÕES são diferentes entre si e apresentam enorme variabilidade. Contudo, apresentam características que permitem classificá-las em classes ou tipos denominados de TIPOLOGIA DAS ORGANIZAÇÕES e que permitem uma análise comparativa das ORGANIZAÇÕES por meio de uma característica comum ou de uma variável relevante. (CHIAVENATTO, IDALBERTO. Introdução à Teoria Geral da Administração. Editora Campus. Edição 7ª. São Paulo, 2003, p. 297).
Os primeiros estudos sistematizados das TIPOLOGIAS das organizações surgiram com autores vinculados TEORIA ESTRUTURALISTA DA ADMINISTRAÇÃO. Muitas opiniões a respeito da TEORIA ESTRUTURALISTA afirmam que os seus conceitos foram muito úteis somente para o cenário daquele momento. No final da década de 50 e metade da década seguinte, suas propostas já fariam parte do passado. Mas, apesar de serem vistas desta forma, outros estudiosos continuaram a valorizar o ESTRUTURALISMO abordando outros aspectos.
As ORGANIZAÇÕES se desenvolveram com a finalidade de alcançar determinados objetivos. As ORGANIZAÇÕES são os meios e não são a FINALIDADE. Elas possuem metas, tarefas e propósito, Desde a formação dos primeiros ESTADOS na ANTIGUIDADE. Aa palavra ORGANIZAÇÃO vem do grego ORGANON que significa uma ferramenta ou instrumento.
JAMES BURNHAM
Foi filósofo, teórico político e professor de filosofia na UNIVERSIDADE DE NOVA YORK a partir de 1929. BURNHAM teve um perfil diferenciado: quando estudante universitário abandonou sua formação católica, passou a se considerar um ateu (retornando à igreja pouco antes de falecer) e se tornou fervoroso adepto do MARXISMO.
Em suas atividades esquerdistas, auxiliou na organização do Partido dos Trabalhadores Americanos em 1933, a união deste partido com a Liga Comunista da América em 1934 e, no ano seguinte, a fusão com Partido Socialista da América.
Mais tarde, em 1941, devido a uma série de grandes desavenças com os demais participantes desses movimentos, BURNHAM rejeitou o MARXISMO e se tornou um teórico influente na direita política e liderou o movimento conservador americano.
JAMES BURNHAM E A REVOLUÇÃO GERENCIAL
O rompimento com os ideais do MARXISMO ocorreu com o lançamento de seu livro THE MANAGERIAL REVOLUTION (1941) que desloca a força científica e revolucionária dos teóricos do proletariado e de esquerda para os técnicos e dirigentes (gestores).
As ideias de BURNHAM tiveram um grande impacto ao apontar que os executivos (gestores) têm suas mãos o poder decisório nas empresas exercendo e assumindo, cada vez mais, um papel preponderante na SOCIEDADE ao gerir e organizar o trabalho produtivo. O poder político é cada vez mais restringido pelo poder crescente dos executivos.
Ainda tomando por base o modelo de organização existente na UNIÃO SOVIÉTICA, BURNHAM previu fez uma previsão da formação de uma sociedade. Ela seria conduzida por técnicos, onde os empresários e os acionistas deixariam de gerenciar suas empresas passando o processo decisório para OS ESPECIALISTAS DA ADMINISTRAÇÃO. Durante a II GUERRA MUNDIAL atuou no OSS (OFFICE OF STRATEGIC SERVICES – um órgão que seria o precursor da CIA (CENTRAL INTELLIGENCE AGENCY). Na década de 1950, no período da GUERRA FRIA,atuou para que os Estados Unidos implementassem uma estratégia mais agressiva contra a UNIÃO SOVIÉTICA.
“Os grandes capitalistas não se limitaram a abster-se de dirigir a produção propriamente dita; renunciaram a toda a espécie de atividade económica. Passam o seu tempo em iates, nas praias e a viajar de um para outro dos seus numerosos domínios“. JAMES BURNHAM.
BURNHAM, J. THE MANAGERIAL REVOLUTION. John Day Co. New York, USA, 1941.
TIPOLOGIA DE EVERETT HUGHES
EVERETT CHERRINGTON HUGHES,professor e
sociólogo canadense, é reconhecido como um dos maiores participantes do desenvolvimento da SOCIOLOGIA nos Estados Unidos.
Pela UNIVERSIDADE DE CHICAGO foi um estudioso voltado para as relações raciais e étnicas, foi metodologista da pesquisa e da investigação de campo, do trabalho e dos processos de industrialização e organização. Presidiu a AMERICAN SOCIOLOGICAL ASSOCIATION em 1963. Suas principais obras: MEN AND THEIR WORK(1958) e BOYS IN WHITE(1961).
Em 1958 EVERETT criou sua classificação com base nos aspectos da ANÁLISE BUROCRÁTICA das ORGANIZAÇÕES. O autor forneceu uma classificação analítica ao tentar desenvolver uma descrição de modelos básicos encontrados na sociedade. Segundo HUGHES, as organizações podem ser classificadas em:
1. A associação Voluntária de Iguais: Seitas, Clubes e Associações Profissionais em que os indivíduos entram livremente para a ORGANIZAÇÃO com um objetivo específico.
2. Modelo Militar: a ênfase é sobre uma hierarquia de autoridade e uma posição Fixa (forças armadas e polícia).
3. Modelo Filantrópico: formada por uma diretoria leiga, um quadro itinerante de profissionais e clientes atendidos (hospitais e universidades).
4. Modelo de Corporação: são as empresas constituída por acionistas, diretoria, gerentes e pessoal.
5. Modelo de Negócio de Família: são as pequenas empresas com fins lucrativos formadas por grupos de indivíduos ligados por laços de sangue ou casamento.
HUGHES. EVERETT C. MEN AND THEIR WORK. The University of Chicago Press, USA, 1958.