INTRODUÇÃO:
A ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES foi um dos temas mais interessantes trazido pelos estudiosos da TEORIA ESTRUTURALISTA. Foi uma análise organizacional mais profunda, em comparação as teorias anteriores, feita a partir de uma abordagem múltipla que considerou por base a TEORIA DA BUROCRACIA e a conciliação da TEORIA CLÁSSICA e a TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS.
A ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES, fundamentada em uma ABORDAGEM MÚLTIPLA (ou DIFERENTES ENFOQUES DA ORGANIZAÇÃO) considerou tanto a ORGANIZAÇÃO FORMAL como a ORGANIZAÇÃO INFORMAL, as recompensas salariais, materiais e simbólicas, os diferentes níveis hierárquicos de uma ORGANIZAÇÃO, os tipos diferentes de ORGANIZAÇÕES e a ANÁLISE INTRAORGANIZACIONAL e INTERORGNIZACIONAL.
A ABORDAGEM MÚLTIPLA DAS ORGANIZAÇÕES
1 – A Organização Formal e Organização Informal
Se as proposições da TEORIA CLÁSSICA convergiram só para a ORGANIZAÇÃO FORMAL e a TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS só para as proposições da ORGANIZAÇÃO INFORMAL, os ESTRUTURALISTAS estudaram o relacionamento entre as duas organizações em uma abordagem múltipla.
Os ESTRUTURALISTAS nãomodificaram as ideias a respeito das duas organizações. A finalidade foi equilibrar os elementos racionais e irracionais do comportamento humano, entendido como o principal ponto da vida, da sociedade e do pensamento moderno.
A ABORDAGEM MÚLTIPLA, efetuando seus estudos considerou as duas organizações e não favoreceu a administração ou os trabalhadores. Ou seja, todos os elementos foram incluídos.
2 – Recompensas Materiais e Sociais
Os ESTRUTURALISTAS combinaram os estudos da TEORIA CLÁSSICA e da TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS em relação às recompensas que a ORGANIZAÇÃO FORMAL faz uso para motivar COLABORADORES. Analisou o significado das recompensas salariais (enfatizadas pela ORGANIZAÇÃO FORMAL) e das recompensas sociais (valorizadas pela ORGANIZAÇÃO INORMAL) e tudo que está agregado aos símbolos de posição: tamanho da sala, móveis e decoração do escritório, carros da empresa, a vaga no estacionamento etc.).
Para que as recompensas tenham efeito, quem as recebe deverá estar identificado com a organização. Os símbolos e significados devem ser valorizados e compartilhados pelos colegas, amigos, vizinhos, componentes do meio familiar etc.
As recompensas sociais são importantes, porém, não tiram a relevância das recompensas materiais e salariais.
3 – Os diferentes Enfoques da Organização
Nesta abordagem os estudiosos realizaram as suas análises sob duas concepções diferentes:
3.1 – Modelo Racional da ORGANIZAÇÃO: toma por início a TEORIA CLÁSSICA e a TEORIA DA BUROCRACIA. A ORGANIZAÇÃO é uma forma deliberada e racional de alcançar objetivos definidos e conhecidos:
A formação, as estruturas organizacionais e os componentes adequados são determinados com o máximo cuidado visando sua contribuição efetiva para atingir o objetivo.
Os recursos são alocados segundo um planejamento e as ações são direcionadas na expectativa que os resultados coincidam ou superem a previsão. É uma característica de um SISTEMA FECHADO voltado somente para as partes internas do sistema enfatizando o planejamento, controle e previsibilidade.
3.2 – Modelo Natural da ORGANIZAÇÃO: a ORGANIZAÇÃO é um conjunto de partes independentes que, juntas, formam um TODO e o objetivo básico é a sobrevivência do SISTEMA. Cada parte independente contribui e recebe algo do TODO que, por sua vez, tem interdependência com um ambiente ainda maior, mais amplo. Este MODELO NATURAL procura a funcionalidade e o equilíbrio, podendo ocorrer disfunções. A autorregulação é o mecanismo fundamental que, naturalmente, conduz as relações entre as partes, suas atividades e favorece a formação da ORGANIZAÇÃO INFORMAL. Assim, o SISTEMA se mantém equilibrado e estável face as perturbações provindas do AMBIENTE EXTERNO.
4 – Os Níveis da Organização
tomando por base a ideia do modelo burocrático de MAX WEBER, as organizações apresentam diversos tipos de problemas que são classificados e categorizados a fim de atribuir a responsabilidade por sua solução nos diferentes níveis hierarquia:
4.1 – Nível Institucional: é o nível mais alto (Diretoria e Alta Gerência) também conhecido por NÍVEL ESTRATÉGICO. Tem a responsabilidade pela definição dos principais objetivos e das estratégias organizacionais a longo prazo. A sua relação principal é com o AMBIENTE EXTERNO à ORGANIZAÇÃO.
4.2 – Nível Gerencial: é o nível intermediário entre o institucional e o técnico que zela pelo relacionamento e integração dos dois níveis. O nível gerencial é o responsável por transformar as decisões do nível institucional em planos e em programas de médio prazo. para as atividades do nível técnico.
4.3 – Nível Técnico: ou Nível Operacional: é onde as tarefas e os programas são executadas e as técnicas são aplicadas. Atua no curto prazo seguindo programas e rotinas desenvolvidas no nível gerencial.
5 – A Diversidade de Organizações: se os trabalhos da TEORIA CIENTÍFICA e a TEORIA DAS RELAÇÕES HUMANAS tiveram a preocupação apenas com o nível operacional, a TEORIA ESTRUTURALISTA ampliou o campo da análise da organização. Foi mais abrangente, indo além das fábricas, em estudos de diferentes tipos de organizações: empresas pequenas, médias e grandes, públicas e privadas, ORGANIZAÇÕES dos mais diversos tipos (indústrias ou produtoras de bens, prestadoras de serviços, comércio, empresas agrícolas etc.), organizações militares, organizações religiosas, organizações filantrópicas, partidos políticos, prisões, sindicatos etc.
Após o ESTRUTURALISMO, as teorias da ADMINISTRAÇÃO não ficaram mais circunscritas às linhas de produção (o Nível Operacional). O estudo da ADMINISTRAÇÃO se estendeu a todos os tipos possíveis de ORGANIZAÇÕES. Além disso, à medida que elas crescem elas ganham em complexidade e passam a exigir uma administração mais condizente. Ou seja, com o ESTRUTURALISMO houve a ampliação do campo da análise das organizações com a finalidade de expandir a classificação que existia nas teorias precedentes.
6 – Análise INTERORGANIZACIONAL: de fato, os ESTRUTURALISTAS não só se preocuparem com os fenômenos internos. A sua abordagem também se estudou os fenômenos do AMBIENTE EXTERNO que têm grande influência sobre os fenômenos internos. Os estudiosos se basearam em uma abordagem de SISTEMA ABERTO e utilizaram o modelo natural de organização como base de suas análises.
Enquanto as teorias anteriores se preocupavam exclusivamente com os fenômenos internos à ORGANIZAÇÃO, o ESTRUTURALISMO utiliza uma análise organizacional pela ABORDAGEM MÚLTIPLA e com a visão INTRAORGANIZACIONAL (fenômenos internos) e INTERORGANIZACIONAL (fenômenos externos).
A partir do início da década de 50 a análise INTERORGANIZACIONAL tornou-se significativa por causa da complexidade ambiental crescente e da interdependência das organizações.
Sugestão de Leitura
ANDRADE, RUI OTÁVIO BERNARDES DE. TGA – Teoria Geral da Administração. Editora Campus Elsevier. Edição 3ª. São Paulo, 2017.
ABRANTES, JOSÉ. Teoria Geral da Administração – TGA. A Antropologia Empresarial e a Problemática Ambiental. Editora Interciência. Rio de Janeiro, 2012
MASIERO, GILMAR. Administração de Empresas – Teoria e Funções com Exercícios e Casos. Editora Saraiva. Edição 3ª. São Paulo, 2013.