3 – Teoria das Relações Humanas – As experiências de HAWTHORNE – 1ª Fase

INTRODUÇÃO:

A ESCOLA DAS RELAÇÕES HUMANAS se refere ao trabalho dos pesquisadores do desenvolvimento organizacional. No final dos anos 20 e começo dos anos 30, a equipe conduzida por ELTON MAYO analisou o COMPORTAMENTO das PESSOAS nos GRUPOS INFORMAIS, existentes no ambiente de trabalho, além de outros conceitos relacionados à PSICOLOGIA INDUSTRIAL e ORGANIZACIONAL.

A pesquisa, que ficou conhecida por HAWTHORNE STUDIES, foi realizada em uma das unidades da WESTERN ELETRIC e verificou os efeitos das relações sociais, motivação e produtividade na visão da PSICOLOGIA, oposta ao pensamento TAYLORISTA e FORDISTA.  Nos estudos de HAWTHORNE estão as raízes para a criação das RELAÇÕES HUMANAS no trabalho.  

A WESTERN ELECTRIC COMPANY

Era uma empresa americana de engenharia elétrica, fabricante de componentes telefônicos, fundada em 1869 e que pertenceu a AT&T  como sua área fabril de 1881 a 1995.

A relação entre a administração e os trabalhadores sempre foi boa, por mais de 20 anos nunca houve nenhum incidente, greve ou manifestação. A empresa sempre se preocupou com o bem estar dos funcionários, pagava bons salários, oferecia condições de trabalho satisfatórias e havia uma relação de confiança. Em 1924, a WESTERN teve interesse em conhecer, com mais detalhes, a rotina de trabalho dos seus 40.000 funcionários. 

O INÍCIO DA PESQUISA Para melhorar o desempenho, a WESTERN procurou verificar se a intensidade de iluminação exercia algum tipo de influência na produtividade. Não havia interesse em aumentar a produção e o objetivo era conhecer melhor os trabalhadores pesquisando a relação, de caráter FISIOLOGISTA, entre a intensidade da luz e a eficiência dos operários. O método planejado procurou medir a produção e verificar a interferência de fatores ambientais na produtividade (luz, nível de ruído, temperatura ou intervalos de descanso).

O trabalho foi realizado em uma das unidades da WESTERN ELECTRIC, responsável pela fabricação de equipamentos e componentes de telefonia, localizada em HAWTHORNE, um bairro de CHICAGO.

A supervisão ficou a cargo de DUGALD CALEB JACKSON (1865–1951) do MIT (Massachusetts Institute of Technology). A pesquisa teve o patrocínio pelo Conselho Nacional de Pesquisas dos EUA, Sociedade de Engrenharia de Iluminação e Fundação Rockfeller.

1ª FASE – OS ESTUDOS DA ILUMINAÇÃO

  1. cuidadosamente monitorados para determinar a relação entre a luz e a eficiência dos trabalhadores, tomando por base os princípios de TAYLOR e do casal GILBRETH.

● GRUPO DE OBSERVAÇÃO: trabalhadores separados em uma sala de testes com intensidade de luz variável.

● GRUPO DE CONTROLE: trabalhadores separados em uma sala de controle onde a iluminação era constante.

O resultado esperado era que os níveis de produção fossem diferentes. Contudo, os pesquisadores que acompanharam a experiência ficaram frustrados: houve um aumento da produtividade nos dois grupos. Os dados obtidos não puderam provar qualquer relação direta, entre a intensidade da luz e o ritmo de produção.  A pesquisa concluiu que houve uma alteração no ambiente de trabalho, que ocasionou efeitos positivos na produtividade. Como os resultados não atenderam às expectativas, o Conselho Nacional de Pesquisa retirou-se em 1927.

Ainda em 1927, após os testes de ILUMINAÇÃO e os seus resultados inesperados, a diretoria da WESTERN buscou ajuda dos pesquisadores de HARVARD para dar continuidade aos estudos. E pela primeira vez há o encontro entre uma empresa e uma instituição acadêmica na busca de resultados de desempenho comprovados cientificamente.

Os trabalhos foram conduzidos pela HARVARD GRADUATE SCHOOL OF BUSINESS ADMINISTRATION. A equipe, do Departamento de Pesquisa Industrial, foi liderada por ELTON MAYO, conhecido pelos resultados alcançados na CONTINENTAL MILLS entre 1923 e 1924.

MAYO ampliou o âmbito da pesquisa com o objetivo de verificar as relações entre as condições físicas do trabalho, produtividade e outras variáveis ​​adicionais: o moral do trabalhador, vida doméstica, educação, dieta e outros hábitos.

CONCLUSÕES DOS ESTUDOS DA ILUMINAÇÃO

Depois de examinar cuidadosamente os resultados, MAYO e seus pesquisadores concluíram que os trabalhadores não estavam respondendo à mudança nas condições de iluminação. O aspecto de maior relevância foi o fato de não ter sido encontrada uma resposta simples sobre as alterações da intensidade da luz.

A partir destas conclusões os propósitos da pesquisa se transformaram. MAYO deu sequência ao trabalho, que foi estendido até 1932 e suspenso em função dos efeitos do CRASH da Bolsa de NOVA YORK. Mas, os resultados posteriores tiveram grande importância, deram origem à chamada ESCOLA DAS RELAÇÕES HUMANAS abordando as ciências do comportamento humano no trabalho que até hoje são de grande importância.

Sugestão de Leitura

BALCÃO, YOLANDA FERREIRA; CORDEIRO, LAERTE LEITE. O comportamento humano na empresa. Editora da Fundação Getúlio Vargas. Edição 4ª. Rio de Janeiro, 1979.

CHIAVENATO, IDALBERTO. Teoria Geral da Administração. Editora Campus. Edição 7ª. São Paulo, 2004.

MAXIMIANO, ANTÔNIO CESAR AMARU. Fundamentos de Administração – Introdução à Teoria Geral e aos Processos da Administração. Editora LTC- Livros Técnicos e Científicos. Edição 3ª. Rio de Janeiro, 2017.

FARIA, JOSÉ HENRIQUE DE. O autoritarismo nas organizações. Edições Criar, Curitiba, 1985.

STONER, JAMES A. F.; FREEMAN, R. EDWARD. Administração. Editora LTC – Livros Técnicos e Científicos. Edição 5ª. Rio de Janeiro, 1999.

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