INTRODUÇÃO:
A II GUERRA MUNDIAL serviu como um divisor. O mundo já não era mais o mesmo e, a partir de agora, o cenário traz diferentes circunstâncias políticas, econômicas e tecnológicas. Houve a necessidade de um trabalho de reconstrução dos países afetados pelo conflito e a criação da ONU em 24 de outubro de 1945 no lugar da Liga das Nações.
Tem início a polarização entre os EUA e a URSS (a GUERRA FRIA), o perfil de consumo sofreu mudanças, ocorreu uma forte pressão sobre custos e o surgimento de novas tecnologias. E todas estas condições concorreram para o desenvolvimento da LOGÍSTICA.
Entretanto, a experiência militar tornou bem visíveis algumas questões relativas à atividade LOGÍSTICA. As empresas começaram a notar que o desempenho vitorioso das forças armadas americanas não teve só como sustentação o imenso poder da produção industrial. Uma das chaves do sucesso estava no uso correto de determinadas ações que fizeram o resultado das fábricas chegar até as linhas de combate.
Aproveitando o exemplo, a eficiência dos serviços de APOIO e SUPORTE (o diferencial na guerra) poderia ser aplicada na atividade empresarial com sucesso. Desta forma, muitos autores consideram que a LOGÍSTICA EMPRESARIAL tem sua raiz apenas no âmbito militar. Mas, se voltarmos na História verifica-se que a LOGÍSTICA foi praticada “INSTINTIVAMENTE” desde tempos imemoriais. O que mudou foi o feitio da visão crítica e a importância dada sobre a atividade.
LOGÍSTICA – PÓS-GUERRA
O conceito da LOGÍSTICA, associada somente aos assuntos da área militar, foi mudando após o conflito. Alguns fatores tiveram influência nesta mudança:
1 – A reconstrução:
O esforço americano para a recuperação do Japão e dos países da Europa Ocidental teve como princípio dois aspectos básicos:
A – A contenção do AVANÇO IDEOLÓGICO de partidos comunistas (em especial na França, na Itália e na Grécia) que aproveitam situações desfavoráveis para tomar o poder. Na Europa os EUA colocaram em prática o PLANO MARSHALL em 1947 através de assistência, doações e, principalmente, empréstimos financeiros. O Japão recebeu assistência política, técnicas, créditos para a recuperação e democratização impedindo o ressurgimento do militarismo e o antiamericanismo.
B – Muitas cidades europeias estavam em ruínas. A competência americana nos combates e o suporte dado no pós-guerra aos locais arrasados chamou a atenção de outros ramos de atividade.
C – Ter maior proximidade através das relações comerciais e políticas.
2 – O avanço tecnológico:
Apesar da tragédia que a guerra significa, ela permitiu o surgimento de várias tecnologias. A área de transportes foi uma das que se desenvolveu com muita rapidez para auxiliar no esforço de guerra.
LOGÍSTICA – ÂMBITO ACADÊMICO
Aos poucos as empresas foram percebendo que a LOGÍSTICA poderia ser um DIFERENCIAL competitivo a ser considerado no planejamento de sua estratégia. Ao perceber esta tendência, a Universidade de HARVARD introduziu a LOGÍSTICA nos seus cursos de Engenharia e de Administração de Empresas a partir da década de 1950 (mesmo sendo uma atividade existente há muitos séculos, ela passa a compor o âmbito acadêmico).
LOGÍSTICA – ÂMBITO CORPORATIVO
A compreensão do valor da LOGÍSTICA demorou certo tempo para fazer parte das atividades das empresas. Mas, ao mesmo tempo em que ela foi sendo introduzida no ÂMBITO ACADÊMICO, o conceito e a importância vêm crescendo até a era da GLOBALIZAÇÃO (1990) quando ela passou a ser vista como um DIFERENCIAL na ESTRATÉGIA das organizações. A LOGÍSTICA deixou de ser uma tarefa puramente operacional (TRANSPORTE e ARMAZENAGEM) para se tornar um conceito moderno de GERENCIAMENTO DA CADEIA DE ABASTECIMENTO.
RONALD BALLOU (1937 – ) é um dos autores mais conceituados sobre o assunto que analisa evolução da LOGÍSTICA no ÂMBITO CORPORATIVO em 3 fases distintas:
● – Antes de 1950: os anos adormecidos.
● – De 1950 a 1970: o período de desenvolvimento.
● – De 1970 em diante: os anos de crescimento.
O andar da história mostra que a preocupação é antiga, porém, nos dias de hoje a LOGÍSTICA se tornou bem mais complexa. Exige maior conhecimento, tecnologia, ética, mentalidade empresarial inovadora com atitudes comportamentais e ambientais.
Com as mudanças decorrentes dos avanços tecnológicos e da GLOBALIZAÇÃO as empresas necessitam se adaptar com mais rapidez diante de novos comportamentos e desafios. E não há opção – o que implica em novas atitudes ao repensar conceitos e filosofias de trabalho. Dentro desta ideia, a LOGÍSTICA solicita cada vez mais uma gestão competente.
Sugestão de Leitura
BALLOU, RONALD H; RUBENICH, RAUL. Tradução: ROGÉRIO BANOLAS. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/Logística Empresarial. Editora Bookman. Edição 5ª. Porto Alegre, 2005.
BALLOU, RONALD H. Logística Empresarial: Transportes, Administração De Materiais, Distribuição Física. Editora Atlas. Edição 1ª. São Paulo, 1992.