11 – Processo Decisório – Atores 

INTRODUÇÃO:

A definição sobre TOMADA DE DECISÃO geralmente é apresentada como a escolha de um curso de ação ou uma escolha, entre várias alternativas possíveis, para poder atingir um fim específico.

Em qualquer ORGANIZAÇÃO,a TOMADA DE DECISÃO é um trabalho corriqueiro e contínuo executado em várias áreas. Cada uma delas pode ser sem importância nas tarefas diárias, pode se referir somente para quem a tomou ou o PROCESSO DECISÓRIO poderá influenciar diretamente a todos (dentro e fora da ORGANIZAÇÃO). 

Além dos diversos modelos existentes de TOMADA DE DECISÃO, compatíveis com determinadas ORGANIZAÇÕES e cenários particulares, há outros componentes fundamentais para que todo este processo ocorra: os ATORES – que com base em suas vivências, formação técnica, intuição irão escolher o melhor modelo e a melhor alternativa para a solução de um PROBLEMA ou para o aproveitamento de uma OPORTUNIDADE.  

OS ELEMENTOS DO PROCESSO DECISÓRIO

Segundo CHIAVENATO (2004, p. 348), o PROCESSO DECISÓRIO (ou PROCESSO DECISORIAL) envolve seis elementos:

A – O Tomador de decisões: o profissional que avalia e escolhe um conjunto de alternativas.

B – Objetivo:  o que o TOMADOR deseja alcançar.

C – Preferências: são os critérios no momento da escolha da alternativa.

D – Estratégia: são os planos a serem colocados em prática para alcançar os OBJETIVOS (que vão depender dos recursos disponíveis).

ESituação:  é a compreensão do cenário que será afetado pela DECISÃO.

F – Resultado: é a consequência da estratégia.

OS ATORES DO PROCESSO DECISÓRIO 

A literatura sobre o tema traz algumas ideais interessantes. São os indivíduos que são entendidos como ATORES (ou os INTERVENIENTES) do PROCESSO DECISÓRIO que atuam dentro da ambientação nas quais estão envolvidos.  

Os ATORES exercem influência sobre o PROCESSO DECISÓRIO em função do sistema de valores que eles representam, das suas características pessoais e em função das RELAÇÕES que eles estabelecem. Estas RELAÇÕES podem ser construídas de duas formas:

A – Alianças: os ATORES interagem entre si nas dimensões físicas, culturais e sociais e no ambiente organizacional onde os ATORES podem trocar conhecimento, INFORMAÇÕES, compactuar um jogo de interesses e efetuar negociações. Então, as alianças se formam quando envolvem objetivos e aspirações comuns ou complementares.

… a informação sobre o futuro incerto torna-se progressivamente disponível em diversos lugares sociais, dependendo do tipo de incerteza. O que resolve a incerteza de determinados atores, então, é a primeira informação disponível, que irá mostrar em que direção a pessoa deveria estar caminhando…  CHOO, CHUN WEI. A organização do conhecimento: como as organizações usam a informação para criar significado, construir conhecimento e tomar decisões. SENAC. São Paulo (2003, pág. 324).

B – Antagonismos: quando as posições de uns ATORES são opostas às posições defendidas por outros ATORES. Muitas vezes, as DECISÇOES se transformam em um jogo político e os resultados poderão se tornar apenas uma permuta ou uma barganha.

As RELAÇÕES apresentam um caráter de instabilidade e podem estar sempre em processo de transformação pela qualidade das INFORMAÇÕES disponíveis, pelo aprendizado obtido pela análise da situação ou por influências e pressões dos demais participantes.

Na visão de muitos especialistas, ao lado dos ATORES estão todos aqueles que vão sofrer ou se beneficiar das DECISÕES. Contudo, é unânime a visão de que um planejamento prévio deverá estar presente nas atividades de um PROCESSO DECISÓRIO. A diferença entre os ATORES é que alguns usam de seus elementos próprios (que são exclusivos e intransferíveis da sua personalidade), dos seus valores, da experiência, da formação profissional ou do peso da sua posição e dos seus pontos de vista que dão o referendo a uma decisão que satisfaça aos seus objetivos.

OS CENÁRIOS DOS ATORES

1 – No cenário organizacional, entende-se que há uma multiplicidade de afazeres em que os ATORES (os GESTORES) tomam DECISÕES de forma intermitente.

2 – Saindo do âmbito das empresas, encontramos outros ATORES que também são responsáveis por DECISÕES: um governante, diretor de instituição de ensino, dirigente de uma entidade, conselheiro, ministro, presidente de comitê, chefe religioso, comandante militar etc.

3 – Há circunstâncias em que as decisões não estão a cargo de somente um indivíduo. Ou seja, uma DECISÃO poderá estar atrelada a mais de um ATOR (grupos constituídos).

Como por exemplo: os componentes de uma assembleia, associações, participantes de conselhos, representantes de grupos comunitários componentes de um colegiado, corpo de jurados, comitês de direção, grupos de interesse, etc.

4 – Há cenários em que as situações assumem um caráter mais complexo. Nas situações que abordam o interesse público, não há DECISORES explícitos e processos de decisão nem sempre são técnicos ou transparentes. As DECISÕES são políticas e ou sociais que afetam o nível de racionalidade de um PROCESSO DECISÓRIO.

OUTROS ATORES DO PROCESSO DECISÓRIO

Segundo LUÍS ALBERTO DUNCAN RANGEL, professor associado da Universidade Federal Fluminense, em um PROCESSO DECISÓRIO estão presentes diversos ATORES, cada um deles exercendo uma função diferente:

● DECISOR OU DECISORES.

São os que vão decidir sobre o problema de DECISÃO. Entende-se como DECISOR o indivíduo, uma empresa ou mesmo um grupo de gerentes. Considera-se, ainda, que os problemas de DECISÃO abordados por um grupo de gerentes de uma indústria apresentem um consenso do grupo. Se o grupo de gerentes chega a um consenso, eles são considerados como um DECISOR. Caso não haja um consenso, a DECISÃO tem que ser considerada como decisão em grupo.

● ANALISTA DA DECISÃO.

Ou AGENTES DE DECISÃO – são as pessoas conhecedoras das técnicas decisórias. São as pessoas que vão promover a ANÁLISE DECISÓRIA buscando elementos que possam ser a ela agregados, de modo a enriquecer de INFORMAÇÃO a abordagem sobre o PROBLEMA.

Deste modo, a metodologia é aplicada com vistas a fornecer INFORMAÇÕES ao DECISOR, para que este possa fazer a TOMADA DE DECISÃO. Em um PROCESSO DECISÓRIO, a pessoa que conhece o método a ser empregado e seus AXIOMAS (enunciado) para solucionar o PROBLEMA é conhecido por ANALISTA DE DECISÃO.

● ESPECIALISTAS.

São indivíduos que possuem grandes conhecimentos técnicos e vivência em uma área específica sobre o PROBLEMA que está sendo abordado. Os ESPECIALISTAS, pelo conhecimento que tem, são solicitados a emitirem seus pareceres, muitas vezes subjetivos, que são incorporados na análise decisória, contribuindo para o êxito do PROCESSO DECISÓRIO.

Portanto, são profissionais que conhecem muito bem um determinado assunto e podem emitir as suas opiniões, contribuindo e subsidiando de INFORMAÇÕES para o PROCESSO DECISÓRIO para que a DECISÃO a ser tomada seja a melhor possível.

● PESSOAS AFETADAS PELA DECISÃO.

São pessoas que de maneira direta ou indireta são afetadas pela decisão. Estas pessoas afetadas pela decisão podem ou não ser chamadas a participar da decisão. Em um processo decisório todas as pessoas envolvidas no processo decisório devem participar ativamente da decisão a ser tomada.

Fonte: Modelagem de Indicadores de Sustentabilidade. Prof. Luís Alberto Duncan Rangel. Mestrado em Sistema de Gestão Universidade Federal Fluminense. https://www.latec.uff.br/mestrado/sites/default/files/documentos-de-apoio/_msg_cap-10_-_apresentacao_-_16-08-2019.pdf

Acesso em 01/09/2022

Sugestão de Leitura

MELO, MARIA AUXILIADORA DO NASCIMENTO; VIEIRA, MARIA DAS GRAÇAS; PORTO, TELMA SUELI DE OLIVEIRA; PACHECO, JOSÉ ERNANI DE CARVALHO. PROCESSO DECISÓRIOS. Considerações sobre a Tomada de Decisão. Editora Juruá. Edição 1ª. Curitiba, 2011.

CHIAVENATO, IDALBERTO. Administração de novos tempos. Editora Campus. Rio de Janeiro, 2004.

DAFT, RICHARD L. Administração. Editora Pioneira Thomson Learning. Edição 6ª. São Paulo, 2005.

CHOO, CHUN WEI. A organização do conhecimento: como as organizações usam a informação para criar significado, construir conhecimento e tomar decisões. Editora SENAC. São Paulo, 2003.

NETO, PEDRO LUIS DE O. COSTA. Qualidade e Competência nas Decisões.  Editora ‏Blucher. Edição 1ª. São Paulo, 2007.

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