Resiliência

INTRODUÇÃO:

O atual panorama é assinalado por contínuas alterações. Tudo se encontra em um estado de rápida transformação: a tecnologia tornou os relacionamentos mais difusos, a economia está instável, há inúmeras incertezas quanto às novas situações do pós COVID-19 quanto à adaptação ao trabalho à distância, pelo medo da perda do emprego etc.

Nessas circunstâncias, a performance do indivíduo está requerendo maior flexibilidade para ele reestruturar seu desempenho profissional e sua vida pessoal para se afinar aos novos cenários. Eles foram impostos pelas mudanças nas organizações, nas formas de trabalho, nas condições sociais, ambientais, culturais e políticas.

As habituais referências já não são mais fatores de segurança e tudo parece ser questionável frente às transições. Elas têm mostrado poder para alterar a conexão do sujeito com o trabalho, com a sua carreira, com seus recursos individuais, capacitações, ferramentas e, inclusive, com a sua identidade.

Mesmo em um ambiente digital e à distância, todas estas circunstâncias e crises têm causado efeitos significativos. Há influências sobre a saúde física, emocional, psíquica do profissional e na sua habilidade de manter relacionamentos.

Para ampliar o problema, as oportunidades de negócio se tornaram ficaram escassas, os resultados são adversos com a queda das vendas, os riscos aumentaram, os clientes ficaram arredios e a empresa, para cortar custos, vem demitindo diversos profissionais. Portanto, a crise das mudanças e os reflexos decorrentes, cria uma situação em que fica muito difícil manter o foco.

CONCEITO:

A palavra RESILIÊNCIA vem do latim “RESILIRE” que significa ricochetear e pular de volta. Outras definições apontam a origem na palavra latina RESILIO, que significa retornar a um estado anterior.

Em Física e Engenharia, a RESILIÊNCIA é a propriedade que alguns materiais têm de acumular energia ao serem submetidos, a algum tipo de esforço, e retornarem ao seu estado natural (à forma original) sem sofrer danos permanentes quando o esforço termina.

AS VISÕES SOBRE A RESILIÊNCIA:

A PSICOLOGIA traçou um paralelo e adotou o termo RESILIÊNCIA para designar a capacidade dos profissionais, que conseguem manter seu estado normal, em situações adversas. É a capacidade de suportar a carga de problemas, resistir às pressões em qualquer situação e manter o equilíbrio emocional.

Ter RESILIÊNCIA não é muito simples. Em tempos de economia recessiva, quase nada sai de acordo com o planejado. E em um ambiente laboral, um GESTOR quase sempre está diante de situações críticas. É preciso tomar de decisões corretas em casos importantes, solucionar problemas e conviver com PESSOAS com as quais muitas vezes ele não tem a menor afinidade.

O dia-a-dia é muito estafante, mas, um profissional RESILIENTE consegue preservar a serenidade frente a cenários desfavoráveis. A cada momento o ele está diante contextos complexos que solicitam uma grande capacidade para lidar de maneira sábia, correta e com serenidade (no trabalho, em casa, em família, com amigos etc.).

A RESILIÊNCIA é uma das competências requeridas pela dinâmica do trabalho diante das inúmeras situações de tensão ou ruptura. Assim, esta capacidade é investigada desde os processos de Recrutamento e Seleção.

A RESILIÊNCIA NO AMBIENTE LABORAL:

Manter em equilíbrio o campo emocional no ambiente de trabalho, muitas vezes, é um desafio enorme. Mas, os profissionais RESILIENTES não temem quando uma situação é nova e exige uma série de mudanças. Para eles isto é rigorosamente normal.

Nenhum consegue resolver nada através do descontrole: decisões equivocadas ou, atitudes mal pensadas, podem piorar ainda mais uma situação que já está complicada. Contornar problemas, controlar os ânimos e ter a calma é talento que poucos possuem.

Muitos conseguem agir de modo a não causar nenhum tipo de desgaste na sua posição e superar a situação sem traumas.

HÁ RECEITAS PARA A RESILIÊNCIA?

Cada profissional tem uma sensibilidade própria e reage de forma diferente. Mas, há algumas orientações que podem ser seguidas (o que não significa que sejam regras infalíveis):

1 – Manter a calma e não tomar nenhuma atitude enquanto o estado emocional não voltar ao normal. É por esta razão que a RESILIÊNCIA é uma competência que vem chamando a atenção dos estudiosos.

2 – Tomar atitudes rápidas em meio ao CAOS. Os maiores obstáculos podem estar na falta de tempo e problemas de comunicação.

3 – Manter, ao máximo, a distância entre o problema e o lado emocional.

4 – Manter o equilíbrio, objetividade e auto respeito para encontrar soluções.  

5 – Antes de se manifestar, escolher corretamente as palavras a serem usadas, ter muito cuidado na comunicação e com o teor da mensagem.

6 – Respirar fundo e contar até…

MUDANDO O FOCO:

Muitas vezes, a solução está tão perto que se torna invisível. Para achar a solução, ou ter uma ideia, é preciso analisar e estudar as circunstâncias numa sequência detalhada dos fatos.

Muito provavelmente, isto levará a uma explicação lógica para o que está ocorrendo (origem, meio e fim).  Em várias oportunidades, a primeira providência é achar culpados pelo evento. Mas, a Administração moderna valoriza muito mais as soluções encontradas.  

CARACTERÍSTICAS DO GESTOR COM RESILIÊNCIA:

● Capacidade de suportar pressão.

● Poder de recuperação.

● Manter as competências e habilidades plenas, mesmo diante das adversidades.

● Antecipar crises, prever adversidades e se preparar para elas.

● Ter firmeza de propósito e manter a integridade. 

Sugestão de Leitura:

CARMELLO, EDUARDO. Resiliência. Editora Gente, São Paulo, 2008.

STANCOLOVICH, ERIKA. Resiliência – Vença o Stress e controle a pressão antes que eles dominem você. Editora Ser Mais. São Paulo, 2017.

BERNDT, CHRISTINA. Resiliência – o segredo da força psíquica. Editora Vozes. São Paulo, 2018.

PIOVAN, RICARDO. Resiliência – Como superar pressões e adversidades no Trabalho. Reino EDITORIAL. São Paulo, 2012.

MELILLO, ALDO; OJEDA, ELBIO N. SUÁREZ. Resiliência: descobrindo as próprias fortalezas. Editora Artmed. Edição 1ª. Porto Alegre, 2005.

HUTTON,  WILL; GIDDENS, A. No Limite da Racionalidade. Editora Record. Edição 1ª.  São Paulo, 2004.

Deixe um comentário