Os Seguidores de Taylor – Morris Cooke

INTRODUÇÃO:

Nos EUA, as empresas enfrentavam sérias dificuldades no início do Século XX devido à baixa qualificação dos operários e as formas ineficientes de trabalho. A partir de 1911, FREDERICK TAYLOR publica o livro “PRINCÍPIOS DA GESTÃO CIENTIFICA” e apresentou uma nova metodologia, pelo redesenho de processos industriais como sendo a base para maior eficiência, produtividade e resultados. Porém, o sucesso do TAYLORISMO não ficou restrito somente ao chão de fábrica. As suas ideias foram utilizadas em outras atividades. MORRIS COOKE foi um dos que se notabilizaram por expandir a nova forma de GESTÃO para a EDUCAÇÃO, ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA e ELETRIFICAÇÃO RURAL.

MORRIS LLEWELLYN COOKE (1872-1960) 

Em 1895 formou-se em engenharia mecânica pela Universidade de LEHIGH e veio a conhecer TAYLOR em 1903. Foi muito influenciado pelas novas ideias sobre Administração e ambos desenvolveram um relacionamento profissional muito próximo.

MORRIS COOKE escreveu em 1913:

“jamais perceberemos plenamente (…) os sonhos de democracia até que os princípios da administração científica permeiem todos os cantos do mundo do trabalho”.

TAYLOR selecionou pessoas mais próximas para implementar suas teorias de GESTÃO CIENTÍFICA. Por muitos anos, elas alcançaram distinção individual e foram amplamente reconhecidas: CARL BARTH, HENRY GANTT e MORRIS COOKE.

Mesmo tendo esta proximidade com TAYLOR, COOKE tinha uma visão diferente de em relação a um aspecto muito interessante. Para ele, cada trabalhador poderia ter participação na “MELHOR MANEIRA” (THE BEST WAY) enquanto que TAYLOR afirmava que somente alguém especializado poderia ter esta incumbência.

Em relação a MORRIS COOKE, seus trabalhos tiveram destaque pela aplicação da ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA na área da educação (maior importância à qualidade do ensino), na administração pública e ELETRIFICAÇÃO RURAL. Desse modo, comprovou a possibilidade do uso dos princípios de GESTÃO CIENTÍFICA em todos os tipos de organização.

Em 1905 tornou-se um consultor e em 1911 foi nomeado diretor do Departamento de Obras Públicas em Filadélfia onde aplicou o TAYLORISMO e mudou as práticas ineficientes de gestão em diversos departamentos (demitiu 1.000 funcionários e contratando gerentes especializados para direcionar os trabalhadores). Como resultado, COOKE se notabilizou por economizar recursos dos contribuintes. Anos mais tarde, este trabalho se refletiu na II GUERRA MUNDIAL quando melhorou o armazenamento de produtos militares, na reorganização do Corpo de Intendência e no fornecimento de energia elétrica para os estaleiros.

ELETRIFICAÇÃO RURAL

A partir da década de 1920, COOKE iniciou seus trabalhos voltados para eletrificação de áreas rurais, um aspecto em que os EUA não tinham uma situação favorável.

O processo visava levar energia para iluminação e uso doméstico. Muitas operações na agricultura puderam se beneficiar: silagem, bombeamento, ordenha, debulha etc. com maior produtividade e a custos menores. Entre 1923 e 1925 efetuou pesquisas sobre o assunto e, após a eleição de FRANKLIN DELANO ROOSEVELT em 1930, foi selecionado para vários comitês de ELETRIFICAÇÃO RURAL.

Entre 1935 a 1937 foi diretor da Administração de Eletrificação Rural e supervisionou a extensão da rede elétrica, de baixo custo, para regiões remotas. Sendo reconhecido por seu trabalho na obtenção de eletricidade barata para uso residencial e conservação de recursos terrestres e hídricos, em 1950, o presidente HARRY S. TRUMAN o nomeou como presidente da Comissão de Política de Recursos Hídricos.

Livros: Eficiência acadêmica e Industrial (1910), Gestão científica dos Negócios Públicos (1915), Nossas Cidades (1918), Produção moderna: Uma Parceria de idealismo e senso comum (1919), Poder gigante: Desenvolvimento de Grande Escala Elétrica como Fator Social (1925), Trabalho organizado e Produção (1940) e Brasil em Marcha (1944).

A MISSÃO COOKE

Em 1942 o governo brasileiro solicita aos EUA o envio de uma missão técnica ao país. O pedido foi aceito, contou com o apoio do presidente ROOSEVELT e a liderança da missão foi dada a MORRIS COOKE.

O seu diagnóstico apontou que um dos principais problemas para o desenvolvimento do Brasil era a sua ineficiência no setor elétrico. Foi a primeira tentativa de análise da economia brasileira e seus problemas para a promoção do desenvolvimento. Porém, não resultou num projeto efetivo.

OBJETIVOS

1 – Aumentar a produção brasileira de produtos essenciais anteriormente importados.

2 – Adaptar as indústrias brasileiras a uma tecnologia mais avançada.

3 – Aperfeiçoar meios de transporte

4 – Canalizar melhor a poupança interna para as atividades do setor industrial.

CONCLUSÕES

Durante dez semanas da MISSÃO COOKE, a situação brasileira foi analisada em diversos aspectos: financiamento e distribuição de recursos, produção, transportes, combustíveis, petróleo, energia, têxteis, mineração, metalurgia, indústria química, educação, aproveitamento do vale do Rio São Francisco etc. Além do mais, foram constatados os sérios problemas causados pela grande dependência do país quanto às importações (ainda mais diante das limitações impostas pela II GUERRA MUNDIAL). 

O governo americano divulgou o resultado da MISSÃO COOKE no final de 1948 e, por seu caráter INDUSTRIALISTA, sustentou o pensamento de técnicos e empresários brasileiros (entre eles, ROBERTO SIMONSEN, 1889-1948).  Na criação do Conselho Nacional de Política Industrial e Comercial em 1944, durante o ESTADO NOVO,as propostas para a planificação da economia brasileira já haviam sido consideradas. Outro fator positivo da MISSÃO foi o início de uma cooperação internacional com a interação de empresários e técnicos brasileiros entre si e com técnicos e empresários americanos.

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