INTRODUÇÃO:
Os homens passaram a ter uma organização mais evoluída ao redor de 4.000 a. C. e alcançaram maior produtividade agrícola para sua subsistência. Além de técnicas de plantio e irrigação, também houve o uso de ferramentas mais eficazes utilizando o bronze (a mistura de cobre e estanho – 3.300 a. C.). O progresso alcançado foi fundamental para o crescimento populacional e o aparecimento de outras especializações, além da agricultura e da criação de gado.
AS TROCAS E O COMÉRCIO:
Apesar disso, nenhuma das aldeias ou tribos chegou a ter AUTOSSUFICIÊNCIA. A divisão do trabalho não foi suficiente para criar especialistas hábeis, em todos os tipos de tarefas.
E por sua vez, a agricultura passou a gerar excedentes que acabavam se perdendo por falta de meios de conservação e armazenagem adequados.
Então, teve início as trocas de excedentes.
O que uma aldeia produzia em excesso passou a servir como meio de troca (escambo) para satisfazer necessidades de outras aldeias: vasilhas de barro, artesanato, roupas, utensílios diversos, armas, sementes etc.
A EVOLUÇÃO:
Com o tempo aldeias do período neolítico se transformaram em cidades com governo centralizado, classes sociais e profissões formadas pela divisão do trabalho. Com a formação cidades na região Rio Nilo, dos rios Tigre e Eufrates e dos primeiros Estados, houve a necessidade da expansão do comércio para outras regiões, cada vez mais distantes.
A LOGÍSTICA NA ATIVIDADE COMERCIAL:
CARAVANAS:
A necessidade de se trocar ou procurar produtos em regiões cada vez mais distantes deu início a uma atividade comercial muito intensa.
As CARAVANAS que se constituíram eram comboios que cruzavam os desertos levando artigos fáceis de transportar e com diversos tipos de mercadorias para serem negociados. Assim, as cidades passaram a servir como ponto de apoio e abastecimento em suas longas viagens em busca de outros produtos.
Uma intensa rede de vias comerciais com trocas de produtos, fluxos de pessoas e conhecimentos se formou pelo Deserto do Saara, Deserto da Arábia, Palestina, Anatólia e Mesopotâmia. Os egípcios iam pela rota do Rio Nilo até o Mar Vermelho e para o sentido oposto para o oeste atravessando o Saara até o Rio Níger. Os mercadores especializados enriqueceram e transformaram o comércio numa função altamente valorizada.
As CARAVANAS (palavra de origem árabe – QAIRAUÃN) não faziam suas longas viagens através de zonas desérticas de ambiente hostil sem uma preparação prévia. Havia um cuidadoso trabalho de LOGÍSTICA prevendo itinerários, distâncias, segurança, equipamentos, mantimentos e suprimentos para a viagem, produtos a serem comercializados, camelos e as cidades ou oásis que serviriam de ponto de apoio e reabastecimento.
NAVEGAÇÃO:
Os mercadores também tinham que explorar novas rotas em busca de oportunidades de negócio. O Rio Nilo serviu como o melhor meio de transporte para os egípcios e, os seus primitivos barcos de PAPIRO, se tornaram embarcações de vários tipos.
O rio, além da produção agrícola, também ganhou importância ao se tornar uma grande via de comércio. Para os egípcios a navegação para o norte aproveitava a fluxo das águas do Rio Nilo. Para o sul os ventos estufavam as velas e impulsionavam os barcos.
Da mesma forma que as CARAVANAS não faziam viagens sem uma preparação prévia, a navegação tinha os mesmos cuidados com a sua LOGÍSTICA. Os primeiros navegantes, que se arriscaram pelo Rio Nilo e depois pelo Mar Mediterrâneo, se preparavam de forma adequada. Levavam mantimentos, estudavam as rotas, a duração, distâncias, a posição das estrelas, equipamentos necessários, mantimentos e suprimentos para a viagem.
Mesmo com alto risco (como locais desconhecidos e os perigos que o mar representava), a navegação se desenvolveu, exigiu uma técnica maior na construção das embarcações e na capacidade de sustentar os tripulantes. Ao contrário das árduas caminhadas por terra feitas pelas CARAVANAS, a navegação permitiu o carregamento de volumes maiores e de forma mais rápida.
Por volta de 3.000 a. C. os FENÍCIOS, um povo que veio da área do Golfo Pérsico, se estabeleceu na região do Norte da Palestina e litoral do atual LÍBANO.
Os FENÍCIOS se tornaram hábeis negociantes, peritos em construção naval, navegação, astronomia e tinham espírito empreendedor. Dominaram o comércio a partir das rotas de Chipre, Creta e ilhas do Mar Egeu, fundaram colônias pelo Mar Mediterrâneo, litoral norte da África, Península Itálica, Península Ibérica chegando até as Ilhas Britânicas. De acordo com relatos ainda não comprovados, eles teriam feito a circunavegação da África a partir do Mar Vermelho.
Portanto, desde o início da Civilização o COMÉRCIO teve grande parte do seu desenvolvimento relacionado às atividades de APOIO e SUPORTE. Os mercadores não saíam a esmo, sem um plano ou sem um preparo. Sem uma LOGÍSTICA adequada, nem as CARAVANAS e nem as NAVEGAÇÕES teriam obtido resultados favoráveis.
No COMÉRCIO, da Antiguidade ao Século XX, não há referências à LOGÍSTICA da maneira como ela é conhecida atualmente (a GESTÃO de uma cadeia de suprimentos) e sim componente com os quais ela foi constituída: planejamento, preparação, transporte, armazenagem, roteiros, suprimentos, homens etc.