INTRODUÇÃO:
A HIPÓTESE DOS TRÊS SETORES (ou TEORIA DOS TRÊS SETORES) é uma análise das atividades econômicas separadas em três setores domínios: extração de matérias primas, indústria e comércio e serviços.
Para facilitar o estudo da economia, no final da década de 1920, os economistas desenvolveram análises para avaliar e compreender o estágio de desenvolvimento econômico das nações. Assim, seria possível entender quais fatores que contribuem no crescimento de determinados setores da atividade econômica.
ALLAN GEORGE BARNARD FISHER (1895–1976): se destacou na pesquisa do crescimento econômico ao dividir, em 1935, as várias áreas da economia numa sequencia de setores.
Principais Livros: Produção primária, secundária e terciária (1939) e Progresso Econômico e segurança social (1945).
COLIN GRANT CLARK (1905–1989): este economista britânico propôs, em 1940, a divisão das atividades em três setores distintos: PRIMÁRIO, SECUNDÁRIO e TERCIÁRIO
O SETOR PRIMÁRIO corresponde à agricultura, pecuária, pesca e demais atividades de extração por ter o seu trabalho diretamente relacionado à natureza.
O SETOR SECUNDÁRIO diz respeito a todas as atividades de transformação através de processos industriais (a manufatura) e com maior distância em relação à natureza.
O SETOR TERCIÁRIO considera os SERVIÇOS. São outras atividades que não possuem relação direta com a produção de bens físicos, mas, apresentam uma forma muito diferenciada na produção social. CLARK denominou como sendo “residual”, porque esta área só pode ser analisada depois da avaliação dos outros setores anteriores (um resíduo – o valor do SETOR TERCIÁRIO).
Principais Livro: As Condições do Progresso Econômico (1940).
JEAN FOURASTIÉ (1907-1990), economista e professor francês, estudou a distribuição da força de trabalho em três fases e o seu grau de importância nos diferentes estágios.
Uma de suas obras mais importantes foi “TRENTE GLORIEUSES” (“OS GLORIOSOS 30“) ao descrever a prosperidade francesa a partir de 1945, ao final da II Guerra Mundial, até 1973 com o Choque do Petróleo.
Primeira fase – civilizações tradicionais: na qual ele apresenta o estágio de desenvolvimento que corresponde ao dos países europeus no início do período medieval ou de um país moderno em fase de desenvolvimento. As parcelas da força de trabalho apresentam da seguinte forma: 65% no Setor primário, 20% Setor secundário e 15% no Setor terciário. O perfil apresenta pouco desenvolvimento científico e baixo uso de máquinas.
Segunda fase – período transição: no SETOR PRIMÁRIO há uma queda no número de trabalhadores pelo uso de máquinas e o SETOR TERCIÁRIO começa a se desenvolver. Nesta etapa a força de trabalho está distribuída da seguinte forma: 40% no Setor primário, 40% Setor secundário e 20% no Setor terciário.
Terceira fase – civilização terciária: a necessidade de mão-de-obra continua em queda nos setores primário e secundário, nos quais se vê a intensificação do uso de máquinas. A mão-de-obra se desloca para o SETOR TERCIÁRIO. O quadro mostra o perfil de sociedades industriais modernas (ou sociedade pós industrial).
Atualmente o SETOR TERCIÁRIO chegou a uma dimensão tal que, muitos estudiosos, consideram a necessidade da criação de um SETOR QUATERNÁRIO (com base na alta tecnologia numa sociedade de informações) e um SETOR QUINÁRIO (com base em serviços humanos). As parcelas da força de trabalho se mostram da seguinte forma: 40% no Setor primário, 10% Setor secundário e 70% no Setor terciário.
Principal Livro: A Grande Esperança do Século XX (1971).
MARC URI PORAT (1950): economista americano, realizou em 1976 um amplo estudo a respeito da economia da informação nos EUA.
PORAT analisou basicamente a situação dos setores Primário, Secundário e Terciário e tirou as atividades de informação de cada um deles. Todo este material foi inserido num novo setor dando origem ao conceito de SETOR QUATERNÁRIO.
Em 1977 escreveu o seu trabalho, “THE INFORMATION ECONOMY” na STANFORD UNIVERSITY como sendo sua tese de doutorado. Ele anteviu a mudança de uma economia com base na manufatura para uma economia baseada na informação, com evolução tecnológica rápida e que futuramente estaria associada à Internet.