INTRODUÇÃO:
As rápidas mudanças na sociedade, incertezas e as fortes transformações na economia, sem sombra de dúvida conduziram a um desgaste emocional muito mais intenso a partir dos anos finais do Século XX. Muitas empresas já vêm apresentando um nível de atenção bem maior quando se aborda o tema SAÚDE MENTAL. Há a busca por programas de desenvolvimento pessoal que procuram dar suporte aos colaboradores quanto ao seu BEM ESTAR PSICOLÓGICO.
Dependendo da personalidade do indivíduo, o nível dos desafios que o trabalho apresenta pode ser MOTIVADOR e até mesmo uma válvula de escape.
Entretanto, para uma boa parcela de profissionais, estas dificuldades representam um aumento enorme na pressão por resultados favoráveis, para a empresa ou para o seu próprio negócio. E, inevitavelmente, causam algum nível de DESGASTE EMOCIONAL. Ou seja, um trabalho acaba por ter um potencial para se tornar algo nocivo para uma parte das pessoas e gerar vários transtornos.
É preciso saber como lidar com constantes obstáculos e na vida pessoal e profissional.
SAÚDE MENTAL – CONCEITOS E DEFINIÇÕES
A definição de SAÚDE MENTAL, segundo a ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS), afirma que:
“A saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não consiste apenas na ausência de doença ou de enfermidade”.
Esta proposta apresentada em 1946 foi arrojada e ambiciosa ao ampliar a noção e abranger os aspectos físicos, mentais e sociais. Mesmo com uma finalidade muito positiva, ela tem sido o alvo de muitas críticas ao longo anos.
A maior parte das contestações se baseia na falta um significado real por não considerar limitações humanas e ambientais que inviabilizam uma condição de “COMPLETO BEM-ESTAR” (um componente entendido como sendo de natureza subjetiva).
Outros textos disponíveis consideram a SAÚDE MENTAL como:
– “SAÚDE MENTAL é o estado de BEM-ESTAR no qual o indivíduo reconhece suas próprias habilidades, lida com o STRESS diário, pode ser produtivo no seu trabalho e capacitado para contribuir em sua comunidade”.
– “SAÚDE MENTAL é caracterizada por um estado de BEM-ESTAR no qual uma pessoa é capaz de apreciar a vida, trabalhar e contribuir para o meio em que vive ao mesmo tempo em que administra suas próprias emoções.”
O tema têm conceitos complexos que têm sido influenciados intensamente por cenários e eventos político-econômicos desfavoráveis que se intensificaram ainda mais a partir das duas últimas décadas do Século XX. No presente, há ideias que sugerem a inclusão de aspectos relacionados a condições mais amplas na QUALIDADE DE VIDA: acesso aos serviços de saúde, dieta e alimentação, situação de moradia, renda familiar, saneamento básico, acesso a educação, mercado de trabalho etc.
A SAÚDE MENTAL NAS EMPRESAS
Os problemas relacionados às LER vêm sendo o foco de diversos estudos e soluções EGONÔMICAS. Por outro lado, apesar da importância da SAÚDE MENTAL também estar ganhando maior visibilidade, ela é um problema mal avaliado ou avaliado sem a devida profundidade. Parte das empresas vê o assunto como PIEGUICE e preconceito na abordagem quanto aos cuidados relacionados à SAÚDE MENTAL.
Também há uma ideia que vem sendo desconstruída: “A mente e o corpo são coisas separadas – ambos não atuam em conjunto”. Considerando desta forma, somente a alimentação e a atividade física exercem influência sobre o corpo.
Diariamente, as atividades e tudo o que acontece nas relações de cada indivíduo abalam o seu estado mental, o humor e a qualidade do AMBIENTE LABORAL:
1 – Os primeiros efeitos do nível da pressão são sobre o humor que, em consequência, gera o abalo nas relações no trabalho.
2 – As reações podem ser as mais ríspidas diante de fatos banais com desgastes no ambiente doméstico e no meio social.
3 – Insônia, gastrite, úlcera, transtornos alimentares, pressão alta, transtornos de ansiedade e depressão.
4 – Há, também, outros sinais bem visíveis: dor no peito com falta de ar, fala em ritmo acelerado, tremores, palpitações, tensão muscular e agitação.
5 – Em vários casos, a soma de todos estes indicadores poderão levar um indivíduo ao SUICÍDIO.
Pesquisas recentes apontam que, entre cada 10 profissionais de várias atividades, 6 apresentam um quadro de STRESS. A princípio, é mais prático analisar um caminho para os profissionais terem mais tempo para que as atividades se tornarem mais produtivas.
QUESTÕES
1 – Porque e para que trabalhamos tanto?
2 – Vivemos do trabalho ou o trabalho vive às nossas custas?
3 – Insônia, gastrite, úlcera, pressão alta, transtornos de ansiedade, depressão levam ao SUICÍDIO?
4 – Os problemas relacionados com a SAÚDE MENTAL têm início no ambiente social/familiar e são levados para o ambiente profissional ou o caminho é inverso?
No AMBIENTE LABORAL são questões relacionadas às pressões por metas e objetivos, trabalho de característica estressante, GESTORES ditatoriais, MOBBING, preconceitos e várias modalidades de assédio que podem causar transtornos: ANSIEDADE, SÍNDROME DO PÂNICO, BURNOUT e DEPRESSÃO.
No Brasil o assunto SAÚDE MENTAL E TRABALHO já vem sendo analisado desde o início dos anos 1980 por meio de diversas pesquisas, atividades e estudos por parte de órgãos públicos de saúde e entidades sindicais. Esse corte temporal não significa que nunca houvesse interesse sobre o assunto anteriormente.
As rápidas mudanças na sociedade, incertezas e as fortes transformações na economia, ocasionadas pelos CHOQUES DO PETRÓLEO (1973 e 1979) e pelas crises decorrentes, provocaram uma forte ruptura nas tradicionais relações existentes nos AMBIENTES LABORAIS: pressões intensas por resultados em um ambiente econômico desfavorável, o aumento no ritmo de trabalho com a crescente exigência de produtividade, sujeição a formas ríspidas e autoritárias, mudanças na organização do trabalho e a dificuldade de comunicação entre as pessoas. A partir dos anos 1990 o assédio moral (até então existente, mas quase imperceptível) se torna um componente a mais soma para afetar a saúde dos trabalhadores com intensidade muito maior.