INTRODUÇÃO:
O crescimento do e-commerce no Brasil tem sido intenso a partir de 2011 e se tornou ainda mais expressivo em 2020 com a Pandemia do COVID-19 e todas as circunstâncias advindas do NOVO NORMAL.
Como reflexo, o trabalho nos armazéns se intensificou acelerando as atividades e ocasionando sérios problemas aos funcionários e às empresas. Para a LOGÍSTICA a armazenagem, a estocagem e a movimentação de produtos e materiais exigiu um trabalho conjunto de ERGONOMIA e SEGURANÇA DO TRABALHO.
Foi preciso um planejamento com normas e procedimentos bem específicos que evitasse que os funcionários, operadores e usuários atuassem em condições mais seguras na prevenção de acidentes.
AS ATIVIDADES NO ARMAZÉM
Por suas características próprias, qualquer local de armazenagem apresenta condições inseguras e riscos maiores que outros setores de uma empresa (indústria, comércio e serviços).
Os acidentes mais comuns são as fraturas, cortes e lesões pela queda de materiais e produtos, lesões por esforços físicos, ocorrências com as substâncias tóxicas ou inflamáveis e no uso incorreto dos equipamentos.
O e-commerce solicitou diversas de adequações de caráter operacional nos armazéns para reduzir o intervalo de tempo na separação de produtos e montagem do pedido para a expedição.
Em geral, o LAY OUT da estrutura teve que passar por modificações e a mão de obra teve que ser treinada para este ritmo de operação.
As atividades no armazém diferem de empresa para empresa. Entretanto, ele deve ser projetado em função natureza dos itens a serem armazenados, do tipo de equipamento necessário para os trabalhos e da periculosidade de cada tipo de produto, mas, há algumas orientações que são básicas para uma operação mais efetiva:
1 – Movimentação: este aspecto requer extrema atenção e tem sido a causa de diversos problemas nos armazéns. A movimentação de materiais, produtos e pedidos em empilhadeiras, carrinhos de carga ou qualquer outro tipo de equipamento requer áreas de circulação específicas e claramente identificadas, com separações para equipamentos e funcionários em posições ergonômicas adequadas.
O piso das áreas de circulação necessita manutenção e limpeza constantes e sinalização correta para diminuir o risco de quedas e de acidentes. Para a movimentação com segurança, as áreas de circulação também devem estar livres e desimpedidas durante as atividades indicando vias de circulação de pessoas operações, equipamentos e locais reservados à movimentação e armazenagem.
O empilhamento é necessário para ter o formato e a altura compatíveis para manter o equilíbrio e para impedir a queda quando os materiais estiverem armazenados sem proteção.
2 – Treinamento: a qualidade da mão de obra tem grande valor para que o planejamento da ERGONOMIA e SEGURANÇA DO TRABALHO tenha sucesso.
É interessante conscientizar os funcionários sobre o peso máximo que cada um pode manipular no trabalho para evitar lesões. O treinamento também inclui instruções a respeito dos recursos, materiais disponíveis, mudanças, comunicação visual, novos produtos em estoque (e características), percursos, endereçamentos, limitadores físicos e capacitação sobre equipamentos de movimentação e de tecnologia da informação.
MUDANÇA NA MENTALIDADE
A ERGONOMIA estuda a adequação do trabalho ao HOMEM e alguns analistas a interpretam como uma análise que apresenta melhores alternativas em produtividade, conforto e a segurança nas atividades desempenhadas em um armazém.
Todas as atividades previstas nas operações solicitam uma avaliação criteriosa sobre as condições de trabalho, postura, movimentos e estudo de tempos. A finalidade é a prevenção quanto às situações que tenham potencial para a ocorrência de acidentes e lesões.
Contudo, o resultado de estudo ergonômico criterioso não garante a solução de todos os problemas se não houver mudanças na mentalidade na empresa para o desenvolvimento de uma cultura voltada para a implantação de um sistema de GESTÃO que valorize a saúde e procedimentos padrões de SEGURANÇA DO TRABALHO e ERGONOMIA.
Sugestão de Leitura
MANUAL DE ERGONOMIA. UNICAMP – Pró Reitoria de Desenvolvimento Universitário – Diretoria Geral de Recursos Humanos – Serviço especializado em Segurança e Medicina do Trabalho. Campinas, 2001.
RIO, RODRIGO PIRES DO; PIRES, LICÍNIA. Ergonomia – Fundamentos da Pratica Ergonômica. Editora LTR. Edição 3ª. São Paulo, 2001.
COUTO, HUDSON DE ARAÚJO. Ergonomia Aplicada ao Trabalho. Editora Ergo. Edição 1ª . Belo Horizonte, 2007.
WISNER, ALAIN. Por Dentro do Trabalho – Método e Técnica. Editora FTD. São Paulo, 1987.
IIDA, ITIRO. Ergonomia – Projeto e Produção. Editora Blucher. Edição 2ª. São Paulo, 2005.
